quarta-feira, 30 de novembro de 2016

4 PRISÕES IMAGINÁRIAS QUE PARALISAM SUA VIDA


Algumas “prisões” bem conhecidas por nós. Veja se você está, ou esteve, encarcerado em alguma delas.

  • Mais eficiente do que qualquer penitenciária de segurança máxima.
  • Mais aprisionadora do que qualquer objeto imobilizador.
  • Muitos a consideram inexistente por se tratar de um fruto da natureza filosófica e subjetiva da mente humana.
  • Quem dera.
1. Busca por aceitação
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imagem de Mundo da Psicologia
Uma das maiores obsessões do nosso século. A cultura do status está em alta, e se você não for lá “grande coisa” segundo os valores que regem nosso mundo, então você provavelmente irá ter problemas. Infelizmente, muitos estão dispostos a negar tudo o que são para que as vontades de terceiros, quartos, quintos, sejam satisfeitas. Pensar e ter vontade própria – se for diferente da maioria – é quase um crime. No entanto, aderir este estilo de vida não só aprisiona, como limita sua capacidade cognitiva, sua criatividade e sua autonomia diante das dificuldades. Travar essa luta interior todos os dias para silenciar a própria natureza pode comprometer a saúde mental de qualquer um.

Não se deixe algemar. Se as pessoas não gostam de você pelo seu jeito, sua roupa, seus costumes e seus gostos, isso não é um problema seu.

Repito: O problema não está em você! Não permita que te façam acreditar nessa estupidez!

Não abra mão desse direito. Viver para agradar aos outros custa caro, e é um preço que só se paga abrindo mão da própria vida.


2.  Auto-boicote
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imagem de Um caminho pra me encontrar
O auto boicote é filho do medo. É a validação que encontramos para a nossa insegurança. A baixa autoestima faz com que sempre nos achemos menos capazes do que os outros. E essa imagem depreciativa que fazemos de nós mesmos tende a nos paralisar frente aos desafios e oportunidades. É preciso ter coragem para olhar dentro de si mesmo e calar todas as desculpas “automáticas” que surgem em nossa mente. Neste caso, fique atento e diga “NÃO” às desculpas e encare a vida com mais otimismo. Temos muito mais a perder se continuarmos estagnados esperando por milagres que nunca vêm.

O único inimigo capaz de causar prejuízos em nossa vida somos nós mesmos.




3.  Convicções religiosas inflexíveis
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imagem de tudo inverso
Um dos pontos mais negativos causados por convicções religiosas equivocadas é a inflexibilidade gerada pela pretensão de ser detentor de uma verdade, que ao ver dos fiéis, é incontestável.

O problema não é a convicção em si. E sim a inflexibilidade e o fanatismo que induzem à condenação dos diferentes a um determinado castigo divino, simplesmente por não compartilharem do mesmo pensamento. É como querer castigar alguém por não ter nascido em Paris, e sim no Brasil.

Subjugar as pessoas gera no inquisidor arrogância, prepotência, e faz dele alguém completamente intragável. Ter esse tipo de comportamento bloqueia completamente a mente para novos conhecimentos e lições simples que podemos observar e aprender no cotidiano e com as pessoas.

Dê uma afrouxada nos cintos da religião, e perceberá que toda essa rigidez não tem valor algum.



4.  Comodismo

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imagem de Radio Nereu Ramos 760 AM
Geralmente quando crescemos cercados por muita proteção e somos impedidos de correr riscos, tendemos a nos acostumar com essa falsa sensação de segurança. Isso distorce em nós a capacidade de experimentar o novo, o belo, o desconhecido. Por alguma razão, sentimos que nada vale a pena. Repetimos constantemente aquele dito popular: “Melhor um pássaro na mão do que dois voando”, só que com isso, perdemos um lindo show de pássaros nos ensinando o que é liberdade de verdade.

O comodismo transforma nosso mundo interior numa imensa prisão. Não ousamos sequer pensar em atravessar as fronteiras da nossa razão sob a justificativa do medo. A zona de conforto entorpece a mente, e ficamos desorientados sempre que algo pede um pouco mais de nós.

Não desperdice sua vida, porque, é como dizem: “o tempo que passou não volta mais”.

FONTE:http://caminhos.eu/4-prisoes-imaginarias-que-paralisam-sua-vida/?fb_action_ids=697686567049538&fb_action_types=og.comments&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B954619761319669%5D&action_type_map=%5B%22og.comments%22%5D&action_ref_map=%5B%5D

domingo, 27 de novembro de 2016

Separação de misturas: slides e jogo da combinação


A separação de misturas geralmente é estudada no 9º ano (8ª série do ensino fundamental) e/ou no início do primeiro ano do ensino médio, quando os alunos têm pouca experiência com a química. Nesse sentido, a aula deve funcionar como um estímulo ao estudo das propriedades da matéria, de forma a explicar os "porquês" da destilação e da evaporação. 

separaçao-de-misturas
imagem https://quimicaempratica.com

A grande dificuldade dos docentes é a falta de local adequado (laboratórios de ensino de ciências) nos estabelecimentos de ensino, e nesse contexto trago aqui essa experiencia do Pibid Química Udesc (Santa Catarina), que consistiu no desenvolvimento de um jogo com cartas para trabalhar com os alunos separação de misturas.

Segue o post da colega KAROLINE DOS SANTOS TARNOWSKI (quase na íntegra):
"Antes dessa atividade lúdica, foram trabalhadas com slides algumas das técnicas de separação de misturas. Abaixo vocês podem conferir os slides que preparamos!  Todos os downloads estão no fim do post, como sempre .

Lembrando que esses slides são chatos se vistos sem as animações (não dá pra pôr com efeito aqui). Tem imagens que ficaram sobrepostas também e, por isso, não aparecem. Então, baixem para conferir...
Sobre o jogo com as cartas, pensamos em elaborar uma atividade onde os alunos, em grupo de 3-4 alunos, a partir de várias cartas dispostas em cima da mesa, relacionam uma técnica, uma imagem, uma explicação do procedimento e um exemplo do cotidiano. Assim, cada técnica terá 4 cartas correspondentes.
separacao-de-misturas
Sendo assim, eu e a Thainara Zampieron iniciamos a pesquisa sobre as técnicas para elaborar o material e montamos a tabela que você confere a seguir. Se quiser baixar, também estará no fim do post.
Em seguida, para termos um tamanho padrão das cartas e não ser preciso imprimir em folha sulfite, colar em cartolina e plastificar, transcrevemos as informações em formato de imagem para podermos imprimir frente e verso e apenas recortar e plastificar para utilizarmos e ficar como mostrei no gif anterior o modelinho da carta.
Como vocês podem ver nas imagens abaixo da folha a ser recortada, cada bloco de 4 cartas se refere a uma linha da tabela mostrada anteriormente! 😉

♦ Imprimindo as cartas
Assim, se que quiser, imprima primeiramente as 6 páginas da frente e em seguida, as 6 do verso nas primeiras 6 folhas. Só tome cuidado com um detalhe: ajuste o PDF na impressão como a imagem a seguir e faça o teste com uma folha antes de imprimir tudo.
43902328
Digo isso porque fiz o teste com 4 impressoras e dependendo da impressora, se você configura frente/verso automático, a própria impressora faz uma margem desigual, mesmo que todos as imagens estejam exatamente simétricas!!!  Às vezes fazem borda lateral, às vezes borda superior… Sem falar nas impressoras que imprimem torto!
Então, imprima as páginas 1 e 6 primeiramente fazendo testes para certificar-se de que está tudo OK! Se tiver problemas com impressão e não conseguir resolver, deixe uma mensagem nos comentários que tentarei te ajudar .
Abaixo, uma foto das folhas que imprimimos na escola antes de cortarmos.
2190480842

♦ Transformando impressões em cartas plastificadas
Pronto, imprimimos. Após isso, eu e a Thainara tivemos a infeliz ideia de começar a cortaros 10 kits de 44 cartas cada com tesoura, antes de plastificar, porque 1) no momento não tínhamos papel contact disponível e 2) imprimimos o jogo em papeis Canson e pensamos que a guilhotina não cortaria esse papel, mesmo depois de plastificado, devido às experiências prévias com jogos de cartas + guilhotinas ruins da Thainara (colega.
Assim, gente, recomendamos que primeiro plastifiquem a folha toda, frente e verso, e depois passem a guilhotina!
A Thainara utilizou uma técnica eficaz para plastificação de folhas frente e verso. Eu, como não tenho experiência com contact, achei legal e vou indicar pra vocês. Não sei se é muito óbvia essa dica, mas aí vai haha: abra o papel contact e meça um pouquinho mais de 2x a área que se deseja plastificar. Se imprimir em A4, abra o contact como se fossem duas folhas A4. Abaixo, uma montagem que fiz pra ilustrar.
contact
Depois, corte, junte as pontas e dobre. Com uma régua marque essa dobra. Em seguida, abra uma das duas páginas do papel contact na mesa, deixe a cola virada pra cima e cole um lado da folha de cartas. Durante a colagem ou em seguida, passe a régua. Feito isso, retire o resto do papel que vem com o contact, cole 1 cm de margem do contact e depois cole o restante do plástico sobre a folha das cartas cuidadosamente.
Se possuir uma guilhotina, corte as cartas com esse equipamento. Só não se esqueça de certificar-se de que a frente e verso das cartinhas estão sobrepostas, né? 😊 Se não estiverem, foi algum erro de configuração ou ajuste das folhas na impressão.
Amei tanto essa rapidez para fazer as cartinhas depois que vimos que dava para cortar com a guilhotina que até comprei uma para cortar meus futuros jogos 😍. Olha que linda 💖.  Se com a tesoura demorávamos 10 minutos para fazer algo, com a guilhotina fazíamos em 3! 
guilhotina

♦ Quanto custa o jogo
Depois desse trabalho todo é só cortar e ser feliz 😆 com suas cartas plastificadas durando a eternidade. Não tenho noções de preço, tirando o da guilhotina (R$70 sem frete) porque foi a escola que comprou os materiais 😉. Até fui numa papelaria ver o papel e o contact, mas não sabia a gramatura do Canson que utilizamos 😅. Assim, não sei o real preço de cada kit com suas 44 cartas e 11 técnicas de separação de misturas!

Por fim, se quiserem conferir o nosso blog do Pibid Química Udesc, você pode clicar aqui! Deixei o link lá na primeira linha desse post, mas aqui está ele novamente, caso não tenha percebido haha 😁.
Downloads
– Slides: Separação de Misturas .pptx, .pdf
– Tabelas com técnicas .docx.pdf– Cartas: Separação de Misturas .pdf
Sobre os slides: e possível, disponibilize os slides em PDF pra os alunos antes da aula. Caso queiram imprimir ou estudar, ajuda muitíssimo, não perdem tempo copiando e podem fazer anotações em sala. Se fizer alterações no .pptx que passei e quiser salvar sua versão modificada, é só ir no arquivo > salvar como > pdf."

Espero que tenham gostado... eu achei muito legal, e muito enriquecedor!!!

FONTE:  https://quimicaempratica.com/2016/05/06/separacao-de-misturas-slides-e-o-jogo-da-combinacao/

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Ácido Fluorantimônico


Define-se como superácido todo composto de acidez até 100% maior que a do ácido sulfúrico. O mais forte de todos os superácidos já conhecidos pela Química Moderna é o ácido fluorantimônico(de acidez 1016 vezes maior do que o ácido sulfúrico puro), representado pela fórmula HSbF6, encontrado normalmente na forma de xarope incolor, solúvel em água (decomposição rápida e explosiva), reage com a maior parte dos solventes orgânicos, altamente corrosivo e não-inflamável.
O ácido fluorantimônico é obtido a partir da reação exotérmica de fluoreto de hidrogênio e antimônio pentafluoretado. Nessa reação, o fluoreto de hidrogênio desprende o cátion H+ e a base conjugada F-, que posteriormente se adere a uma molécula de HSb5, formando o composto octaédrico HSbF6.
Devido ao alto poder de corrosão do ácido fluorantimônico, os recipientes utilizados para seu armazenamento devem ter provenientes do Politetrafluoretileno (PTFE), um polímero muito semelhante ao polietileno, em que os átomos de hidrogênio dão lugar aos átomos de flúor. Isso se deve à propriedade do PTFE de ser inerte, ou seja, não reage com outras substâncias químicas, pelo fato de ter o flúor na cadeia carbônica, e também pelo fato do seu coeficiente de atrito ser muito baixo.
Reaction of HF with SbF5.png
Reação de obtenção do Ácido Fluorantimônico
Em termos de superacidez, o ácido fluorantimônico pode ser comparado ao ácido mágico (mistura de ácido fluorossulfônico e pentafluoreto de antimônio), ao carborano superácido (composto de átomos de carbono, hidrogênio e boro), ao ácido fluorossulfúrico (formado pela reação de enxofre com ácido fluorídrico) e ao ácido trifluormetanosulfônico (muito usado com catalisador de reações orgânicas).
De um modo geral, os superácidos, inclusive o ácido fluorantimônico, são usados como catalisadores de reações orgânicas, especialmente pela indústria petrolífera, na gaseificação do carvão mineral e em reações com petróleo cru, quebrando as moléculas e produzindo plásticos fortes e octanos gasosos sem chumbo. Os superácidos são praticamente os únicos reagentes que podem ser utilizados com o petróleo.


Fonte: http://www.infoescola.com/quimica/acido-fluorantimonico/

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A reciclagem na Suécia é tão revolucionária que eles estão ficando sem lixo

lixo-suecia
imagem de http://hypescience.com
A Suécia está na liderança na gestão de resíduos sólidos urbanos, e dá exemplo ao resto do mundo. O país nórdico recicla 1,5 bilhão de garrafas e latas anualmente, uma quantidade impressionante para uma população de 9,3 milhões de pessoas. Os suecos produzem apenas 461 kg de lixo por ano (a média europeia é de 525 kg), e menos de 1% dessa quantidade acaba em aterros sanitários.
Essa ênfase na sustentabilidade, porém, tem trazido um problema para a produção de eletricidade do país. O lixo queimado em 32 instalações de incineração de resíduos produz energia elétrica e aquece casas no país. Se as usinas têm menos combustível, o país tem menos energia.
Este programa se chama resíduo-para-energia, e funciona da seguinte forma: fornalhas são carregadas com lixo, que é queimado a temperaturas entre 850 a 1000 °C, produzindo vapor. Este gás é usado para mover turbinas geradoras de eletricidade, que é transferida para a rede de energia elétrica. 
Com este método, o país consegue reduzir toxinas que em aterros sanitários contaminariam o solo. “Quando o lixo fica em aterros, ele produz gás metano e outros gases do efeito estufa, e isso obviamente não é bom para o meio ambiente”, explica a diretora de comunicação da Administração de Resíduos da Suécia, Anna-Carin Gripwell.


Participação da população

Antes de ser incinerado, o lixo é separado pelos donos das casas e dos estabelecimentos comerciais das cidades. Resíduos que podem ser reciclados são separados e levados pelos cidadãos aos centros de coleta, que não ficam a mais de 300m das residências. Tudo o que pode ser consertado ou reaproveitado é levado para centros de reciclagem nos bairros distantes do centro das cidades.
A coleta de lixo no país é uma das mais rigorosas do mundo. Se o lixo orgânico não estiver de acordo com as especificações fornecidas pelo governo, ele não é recolhido. O contribuinte paga taxa de recolhimento do lixo proporcional à quantidade gerada, por isso os cidadãos controlam sua própria geração de lixo.
Assim, a quantidade levada às usinas, cerca de 50% do lixo produzido pelos suecos, é insuficiente para o pleno funcionamento das instalações, obrigando o país a importar 700 mil toneladas de lixo de locais como Reino Unido, Noruega, Irlanda e até Itália para garantir que a energia elétrica continue sendo gerada.

Lixo vira energia e cinzas

usina queima de lixo suecia
imagem de http://hypescience.com
As cinzas restantes da incineração têm apenas 15% do peso que tinham antes do lixo ser queimado. Até as cinzas são recicladas. Os metais são retirados e reciclados, e o restante, como porcelana e azulejo, que não queimam, é peneirado para ser utilizado na pavimentação de estradas. Apenas 1% das cinzas não tem destino útil e é descartada em depósitos de lixo.
A fumaça da incineração consiste de 99,9% de água e dióxido de carbono não-tóxico, que é filtrada com água e filtros secos. Os filtros secos são colocados em depósitos de lixo, e a água suja é usada para encher minas abandonadas.

Não jogue fora, conserte

bicicleta quebrada
imagem de http://hypescience.com
O país incentiva que seus cidadãos tentem consertar objetos ao invés de substitui-los. “Os consumidores estão mostrando que querem fazer a diferença e o que estamos fazendo como governo é ajudá-los a agir, tornando mais fácil viver de forma sustentável”, diz Per Bolund, Ministro do Consumo e Finanças do país.
Objetos que normalmente acabariam no lixo, como roupas, sapatos e bicicletas, são consertados. Isso cria empregos nessas áreas. Há espaço no mercado de trabalho para pessoas que consertam coisas. Essas são atividades que podem ser intelectualmente estimulantes mas que não exigem um nível muito alto de educação, permitindo que as pessoas comecem a trabalhar em alguns meses ao invés de anos.
FONTE: http://hypescience.com/reciclagem-na-suecia-e-tao-revolucionaria-que-eles-estao-ficando-sem-lixo/

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

História e Composição Química do Creme Dental

A preocupação com a aparência tem sido uma grande preocupação do homem desde a mais remota antiguidade e, isso inclui a limpeza e clareamento dos dentes. Isso não é só importante pela estética, mas também para nossa saúde e sobrevivência.


Assim, para realizar a limpeza dos dentes por volta de 4000 a. C os egípcios criaram um dos primeiros dentifrícios de que se tem registro. Um dentifrício é um preparado para a limpeza dos dentes. Ele era constituído de pedra-pomes pulverizadas (formadas por 70% de óxido de silício e 30% de óxido de alumínio) e vinagre.

Os mais ricos o aplicavam nos dentes com pelos de cavalos. Os pobres usavam pequenos ramos dos arbustos ou mesmo os dedos.


Pedra-pomes usada nos primeiros dentifrícios

Mais tarde, por volta de 300 a 500 a.C. os chineses produziram um dentifrício com cinza, ossos de boi, arroz em pó e casca de ovos em pó, cujo principal componente é o carbonato de cálcio.

No século I d.C. os romanos pegaram a mistura de pedra-pomes e vinagre e acrescentaram os mel, sangue, carvão, olhos de caranguejos, ossos moídos da cabeça de coelhos e urina humana para deixar os dentes mais brancos.

Foi somente em 1850, nos Estados Unidos, que se criou o primeiro dentifrício parecido com o que usamos hoje e que era de interesse comercial. Um dentista americano o criou, fazendo-o primeiro na forma de pó e posteriormente ele foi passado para a forma de pasta.

Existem dentifrícios das mais variadas formas: em pó, líquidos e em pasta, sendo este último o mais usado no mundo todo.

O que chamamos de pasta ou creme dental é um dentifrício que possui geralmente como principais componentes os alistados na tabela abaixo:

Composição química dos dentifrícios em pasta
Os componentes das pastas de dente que são os mais importantes para a limpeza adequada são os abrasivos, pós insolúveis em água que mantêm a uniformidade e tamanho das partículas. Os principais abrasivos usados são o carbonato de cálcio (CaCO3) e o óxido de silício (SiO2).

Esses abrasivos são básicos, diminuindo a acidez da boca, porque o meio ácido favorece a formação de cáries. Isso acontece porque o principal componente do esmalte dos dentes é a hidroxiapatita,Ca5OH(PO4)3(s). Esse sal é insolúvel em água, mas é atacado por ácidos ocorrendo a sua dissolução que é denominada desmineralização; e o processo inverso, mineralização:

Equilíbrio de dissociação da hidroxiapatita dos dentes
Se o meio estiver ácido, os íons H+ reagirão com os íons OH-, diminuindo a concentração deste e deslocando o equilíbrio químico acima no sentido da reação direta, que é o de desmineralização da hidroxiapatita dos dentes.

As bactérias presentes nos dentes se alimentam de proteínas e açúcares metabolizando-os a ácidos que atacarão os dentes, dissolverão seu esmalte e formarão as cáries. O conjunto formado pelas proteínas e as bactérias que se acumulam no esmalte dos dentes é chamado de placa bacteriana ou biofilme.

A escovação com a pasta de dentes com o auxílio do fio dental remove essa placa bacteriana e impede que as cáries se formem. Além disso, como os abrasivos são alcalinos eles deslocam o equilíbrio químico no sentido da reação inversa, que é o de mineralização, isto é, da reconstituição da hidroxiapatita.

O espumante é um detergente, que na maioria dos casos é o laurilssulfato de sódio, mostrado abaixo:

H3C — CH— CH— CH— CH— CH— CH— CH— CH— CH— CH— CH— OSO-3Na+

Os detergentes são importantes porque eles são agentes tensoativos, ou seja, diminuem a tensão superficial da pasta dental e permite que ela penetre em fissuras e partes mais difíceis dos dentes, auxiliando na remoção de detritos dos esmaltes dos dente e realizando uma limpeza mais eficiente.

A espuma do creme dental é resultado do uso de detergentes em sal composição

A água permite que a pasta de dente fique fluida e solubiliza todos os seus constituintes.

O umectante (glicerina, sorbitol ou polietilenoglicol) é usado para melhorar a aparência e consistência do produto e principalmente para evitar a sua secagem.

Os aglutinantes são materiais sintéticos, tais como o carboximetilcelulose, que impedem que as partes líquidas se separem das sólidas.

O sabor doce das pastas de dentes é graças aos edulcorantes, que geralmente são o sorbitol ou a sacarina.

Os agentes terapêuticos são usados para finalidades específicas, como bactericidas, antiácidos, para remover manchas de cigarros, para dentes hipersensíveis (com nitrato de potássio (KNO3), ou citrato de sódio (C6H5O7Na3) ou cloreto de estrôncio (SrCl2) e para combater cáries.

Os agentes terapêuticos mais importantes para combater as cáries são os sais de flúor (e não apenas o flúor, como aparece em muitas embalagens), tais como o monoflúor fosfato de sódio (Na4(PO4)F) e o fluoreto de sódio (NaF). Esses componentes ajudam a deslocar o equilíbrio químico mostrado mais acima no sentido da mineralização da hidroxiapatita.

Isso acontece porque a presença dos íons fluoreto (F-) dos sais de flúor tem a propriedade de substituir os íons hidroxila (OH-) na hidroxiapatita e a transformam em fluorapatita (Ca5F(PO4)3), que é ainda menos insolúvel em água e menos suscetível ao ataque dos ácidos, pois não se forma a hidroxila em sua dissociação:

                                5Ca2+(aq) + 3PO43–(aq) + F(aq) ↔ Ca5(PO4)3F(s)


Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química
FONTE: http://www.manualdaquimica.com/curiosidades-quimica/historia-composicao-quimica-creme-dental.htm

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Nanopartículas de sílica fazem medicamento agir apenas em célula de câncer

Grupo de cientistas testa tecnologia que poupa tecidos saudáveis
Uma equipe multidisciplinar de cientistas, envolvendo pesquisadores da Unicamp e dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio) e Nanotecnologia (LNNano) vem desenvolvendo uma tecnologia baseada em nanopartículas que pode fazer com que medicamentos quimioterápicos atinjam especificamente as células do câncer, causando um dano mínimo às células saudáveis do corpo. Os primeiros testes do modelo, em culturas celulares, já foram realizados e são descritos em artigo publicado no periódico Langmuir.


A maioria das drogas usadas na quimioterapia do câncer ataca o processo de divisão celular. Embora a divisão descontrolada seja a característica principal dos tumores, células saudáveis também se dividem e, por conta disso, acabam sofrendo com a ação dos quimioterápicos que, uma vez aplicados, se espalham por todo o corpo, causando os efeitos colaterais associados ao tratamento. Em todo o mundo, cientistas buscam tecnologias capazes de garantir que a quimioterapia afete somente o tecido doente, poupando o restante do corpo. 



O sistema testado pelo grupo brasileiro é composto de nanopartículas de sílica – o mesmo material dos grãos areia – “decoradas”, ou revestidas, por um tipo de molécula orgânica, o folato. “A célula de câncer expressa mais receptores de folato que as células normais”, explica o biólogo Jörg Kobarg, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. Com isso, as nanopartículas, que podem carregar quimioterápicos, acabam sendo mais absorvidas pelo tumor do que por tecidos saudáveis.

“Ainda não sabemos exatamente se foi o folato que criou essa seletividade”, disse o pesquisador. “Mas as partículas estão decoradas com o folato, e a célula de câncer expressa mais desse receptor, então essa poderia ser uma explicação. A gente observou que, realmente, a nossa partícula é bem mais tóxica para a célula de câncer do que para a célula normal”.

Insolúvel
O artigo na Langmuir, “Functionalized Silica Nanoparticles As an Alternative Platform for Targeted Drug-Delivery of Water Insoluble Drugs” (”Nanopartículas de Sílica Funcionalizadas Como Plataforma Alternativa para a Entrega Direcionada de Drogas Insolúveis em Água”) descreve a ação do modelo sobre linhagens de células da próstata, saudáveis e tumorais. As nanopartículas revestidas de folato foram carregadas com curcumina, um pigmento extraído do açafrão-da-terra que vem sendo estudado como possível medicamento contra o câncer.

Em tese, disse Kobarg, as partículas poderiam transportar qualquer droga, inclusive quimioterápicos tradicionais. O pesquisador Mateus Borba Cardoso, do LNLS, também autor do artigo, explicou a escolha da curcumina para o teste: “Ela é colorida, o que é uma vantagem na hora de analisar as partículas, e é insolúvel em água, o que traz ainda uma vantagem adicional: hoje não é tão utilizada em tratamentos porque, se você tentar dissolver no sangue, não vai funcionar. Só que a gente conseguiu colocá-la dentro das partículas, e as partículas são solúveis. São as nanopartículas que levam o fármaco”.

“A sílica é capaz de transportar coisas dentro dos poros”, disse ele, descrevendo os motivos pelos quais esse material específico foi escolhido. “Mas alguém poderia dizer, existem outras nanopartículas que transportam também, como os lipossomas”, que são invólucros orgânicos, de material semelhante ao que existe nas membranas celulares. “Então, primeiro motivo: a sílica pode transportar coisas; segundo motivo, e o mais importante: a gente consegue modificar a superfície, consegue fazer uma química de superfície, reações que nos permitem colocar coisas que levem as nanopartículas até o ponto em que temos interesse, como por exemplo foi o caso do folato. Nos lipossomas, não poderíamos fazer essas reações de superfície. Lipossomas são muito frágeis”. O uso do folato, dizem Kobarg e Cardoso, foi apenas um primeiro passo: novos estudos testarão modos de “decorar” a sílica com anticorpos, aumentando a seletividade da partícula por células de câncer.

Aplicação
O artigo publicado constata a afinidade das nanopartículas revestidas de folato por células de câncer, e sua toxicidade contra essas células. Trata-se de um resultado inicial promissor, mas a taxa de técnicas propostas para o combate ao câncer que se mostram promissoras, em testes in vitro, e que acabam se revelando realmente viáveis como tratamento é muito baixa – da ordem de 5%, segundo algumas estimativas.

“É um índice baixo, muito baixo”, reconhece Cardoso. “Eu, particularmente, acredito que antes que a gente tenha algum ensaio in vivo, mais definitivo, precisamos aprimorar um pouco o sistema, que é o que já estamos fazendo, tentando botar anticorpos na superfície. Porque o anticorpo com a célula de câncer, é como se fosse chave e fechadura. Então, a nossa ideia é colocar anticorpos para que somente um único tipo de célula reconheça aquela nanopartícula, através do anticorpo, e aí o tratamento seria muito mais eficaz”.

“E não só isso”, prossegue ele. “Estamos trabalhando para que essas nanopartículas, mesmo num fluido biológico, não tenham a tendência à agregação. Quando a gente põe qualquer tipo de nanopartícula num fluido biológico, como o sangue, as proteínas do meio começam a grudar nelas, e aí elas deixam de ter o efeito nano, passam a ter um efeito já não tão potente, porque o tamanho já não é mais tão pequeno”.

O pesquisador disse que o grupo procura estratégias para evitar que as proteínas se aglomerem sobre as partículas. “Com isso, os experimentos que fizermos in vitro terão resultados muito próximos dos que veremos in vivo”, acredita. “Hoje temos essa taxa tão baixa de conversão em tratamentos muito por causa disso: os efeitos biológicos não são levados em consideração nos primeiros testes. A gente poderia testar essa partícula e até mesmo ver que ela é eficiente, mas seria uma aposta. Se conseguirmos desenvolver esse mesmo tipo de sistema, fazendo com que as proteínas de superfície não se agreguem à nanopartícula, aí eu diria que a taxa sai de 5% para 90% de chance”.

Síncrotron
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CPNEM) do governo federal, foi empregado na análise das nanopartículas usadas no experimento. O síncrotron utiliza elétrons acelerados quase à velocidade da luz para produzir feixes de radiação penetrante, capaz de gerar imagens detalhadas e levantar dados sobre as características dos materiais estudados.

Cardoso descreveu a operação para a reportagem, enquanto uma pesquisadora inseria uma amostra de nanopartículas no equipamento. “Ela injeta a amostra, com a seringa, e monitora numa câmera digital para ver se não há bolhas de ar. Porque senão, quando a radiação passar, ela não vai ler a partícula, vai ler o ar. Então, o ideal é a gente ver que não tem bolhas. Aí a luz vem, passa pela amostra e é captada no detector. O detector gera uma imagem bidimensional que a gente converte numa curva, numa tabela que mostra a intensidade da luz por ângulo de incidência. Com essa curva, conseguimos obter o tamanho e a forma das partículas”. Outras pesquisas sobre aplicações de nanopartículas na saúde humana realizadas no LNLS envolvem sistemas desenvolvidos para combater bactérias e vírus.

FONTE:http://www.unicamp.br/unicamp/ju/663/nanoparticulas-de-silica-fazem-medicamento-agir-apenas-em-celula-de-cancer