segunda-feira, 25 de junho de 2018

Criaram uma esponja que pode ser capaz de absorver vazamento de petróleo no mar: veja!!

POR
PAULO NOBUO
De tempos em tempos nos deparamos com tristes notícias de acidentes envolvendo navios e bases petrolíferas que sempre resultam em grande impacto negativo ao meio ambiente. Mas em um breve futuro, uma simples esponja pode ser a solução para o terrível problema.

Esponja pode combater derramamento de petróleo no mar

Produzida por uma empresa norte-americana, a esponja pode absorver até 90 vezes seu próprio peso e seria, em grande escala, uma saída inteligente para combater o derramamento de petróleo nos mares.


A esponja ainda está em fase de testes para saber se ela é capaz de resistir à pressão marítima. Se der certo, pode ser uma ótima solução para preservar a vida marinha em casos de tragédias ambientais. Confira no vídeo abaixo os detalhes do projeto:
https://www.facebook.com/pg/vix.explore.brasil/videos/


FONTE: https://www.vix.com/pt/ciencia/546863/criaram-uma-esponja-que-pode-ser-capaz-de-absorver-vazamento-de-petroleo-no-mar-veja?utm_source=internal_link

domingo, 17 de junho de 2018

Os hormônios da felicidade: como desencadear efeitos da endorfina, oxitocina, dopamina e serotonina

Mulheres dançasm ao lado de estátua

Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDançar aumenta a endorfina no corpo, que gera sensação de felicidade

Ao longo dos séculos, artistas e pensadores se dedicaram a definir e representar a felicidade. Nas últimas décadas, porém, grupos menos românticos se juntaram a essa difícil tarefa: endocrinologistas e neurocientistas.
O objetivo é estudar a felicidade como um processo biológico para encontrar o que desencadeia esse sentimento sob o ponto de vista físico.
Ou seja, eles não se importam se as pessoas são mais felizes por amor ou dinheiro, mas o que acontece no corpo quando a alegria efetivamente dispara, e como "forçar" esse sentimento.
Neste sentido, há quatro substâncias químicas naturais em nossos corpos geralmente definidas como o "quarteto da felicidade": endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina.
A pesquisadora Loretta Breuning, autora do livro Habits of a happy brain ("Hábitos de um cérebro feliz", em tradução livre), explica que "quando o seu cérebro emite uma dessas químicas, você se sente bem".
"Seria bom que surgissem o tempo todo, mas não funcionam assim", diz a professora da Universidade Estadual da Califórnia (EUA).
"Cada substância da felicidade tem um trabalho especial para fazer e se apaga assim que o trabalho é feito."
Conheça a seguir maneiras simples para ativar essas quatro substâncias químicas da felicidade, sem drogas ou substâncias nocivas.

1. Endorfinas

As endorfinas são consideradas a morfina do corpo, uma espécie de analgésico natural.
Descoberta há 40 anos, as endorfinas são uma "breve euforia que mascara a dor física", classifica Breuning.

PimentasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionComer alimentos picantes é uma das maneiras de liberar enddorfina

Por isso, comer alimentos picantes é uma das maneiras de liberar esses opiáceos naturais, o que induz uma sensação de felicidade. Mas essa não é a única maneira de obter uma "injeção" de endorfina.
Resultado de imagem para endorfina formula

De acordo com estudo publicado no ano passado por pesquisadores da Universidade de Oxford (Inglaterra), assistir a filmes tristes também eleva os níveis da substância.

Casal assiste a filmeDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionUma das maneiras de liberar endorfina é assistir a filmes tristes

"Aqueles que tiveram maior resposta emocional também registraram maior aumento na resistência a dores e sentimento de unidade em grupo", disse à BBC Robin Dunbar, professor de Psicologia Evolutiva e autor do estudo.
Dançar, cantar e trabalhar em equipe também são atividades que melhoram, por meio de um aumento nas endorfinas, a união social e tolerância à dor, afirma Dunbar.

2. Serotonina

Como a serotonina flui quando você se sente importante, o sentimento de solidão e até mesmo a depressão são respostas químicas à sua ausência.
"Nas últimas quatro décadas, a questão de como manipular o sistema serotoninérgico com drogas tem sido uma importante área de pesquisa em biologia psiquiátrica e esses estudos têm levado a avanços no tratamento da depressão", escreveu em 2007 Simon Young, editor-chefe na revista Psiquiatria e Neurociência.

Mulher corre no parqueDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionExercícios físicos ajudam a liberar serotonina

Dez anos mais tarde, a depressão se situa como a principal causa principal de invalidez em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de transtorno mental que afeta mais de 300 milhões de pessoas.
Resultado de imagem para serotonina formula
A estratégia mais simples para elevar o nível de serotonina é recordar momentos felizes, diz Alex Korb, neurocientista do site Psicologia Hoje.
Um sintoma da depressão é esquecer situações felizes. Por isso, acrescenta Korb, olhar fotos antigas ou conversar com um amigo pode ajudar a refrescar a memória.
O neurocientista descreve três outras maneiras: tomar sol, receber massagens e praticar exercícios aeróbicos, como corrida e ciclismo.

3. Dopamina

A dopamina é costuma ser descrita como responsável por sentimentos como amor e luxúria, mas também já foi tachada de ser viciante. Daí sua descrição como "mediadora do prazer".
"Baixos níveis de dopamina fazem que pessoas e outros animais sejam menos propensos a trabalhar para um propósito", afirmou John Salamone, professor de Psicologia na Universidade de Connecticut (EUA), em estudo sobre efeitos da dopamina no cérebro publicado em 2012 na revista Neuron.
Por isso, acrescentou o pesquisador, a dopamina "tem mais a ver com motivação e relação custo-benefício do que com o próprio prazer."

Jovem executivoDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionDar os primeiros passos de um objetivo e depois alcançá-lo aumenta os níveis de dopamina

O certo é que essa substância química é acionada quando se dá o primeiro passo rumo a um objetivo e também quando a meta é cumprida.
Resultado de imagem para Dopamina formula
Além disso, pode ser gerada por um fato da vida cotidiana (por exemplo, encontrar uma vaga livre para estacionar o carro) ou algo mais excepcional (como receber uma promoção no trabalho).
A melhor maneira de elevar a dopamina, portanto, é definir metas de curto prazo ou dividir objetivos de longo prazo em metas mais rápidas. E celebrar quando atingi-las.

4. Oxitocina

Por ser relacionada com o desenvolvimento de comportamentos e vícios maternos, a oxitocina é muitas vezes apelidada de "hormônio dos vínculos emocionais" e "hormônio do abraço".
Segundo estudo publicado em 2011 pelo ginecologista e obstetra indiano Navneet Magon, "a ligação social é essencial para a sobrevivência da espécie (humanos e alguns animais), uma vez que favorece a reprodução, proteção contra predadores e mudanças ambientais, além de promover o desenvolvimento do cérebro."
"A exclusão do grupo produz transtornos físicos e mentais no indivíduo, e, eventualmente, leva à morte", acrescenta.

Amigas se abraçamDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionUm simples abraço pode elevar os níveis de oxitocina no corpo

Por isso, o obstetra considera que a oxitocina tem uma "posição de liderança" nesse "quarteto da felicidade": "É um composto cerebral importante na construção da confiança, que é necessária para desenvolver relacionamentos emocionais."
Abraçar é uma forma simples de se conseguir um aumento da oxitocina. Dar ou receber um presente é um outro exemplo.
Breuning, da Universidade da Califórnia, também aconselha construir relações de confiança, dando "pequenos passos" e "negociando expectativas" para que ambas as partes possam concretizar o vínculo emocional.


Resultado de imagem para Ocitocina formula

FONTE: http://www.bbc.com/portuguese/geral-39299792?ocid=socialflow_facebook

quarta-feira, 13 de junho de 2018

A água com gás faz mal? Vejamos algumas proposições, segundo vários estudos...

Todo mundo sabe que tomar refrigerantes e outras bebidas gasosas e açucaradas o dia inteiro não é uma boa ideia.

A mistura do alto teor de açúcar com a acidez provocada pela carbonização (o processo de injeção de bolhas de ar) gera resultados curiosos.

Se você já deixou moedas em um copo de refrigerante tipo cola por algumas horas, pôde ver que elas saem limpas e brilhantes. O motivo para isso é que o ácido fosfórico presente na bebida remove a camada de óxido que se acumula nas moedas.

E água com gás, faz mal?

imagem de https://pt.wikipedia.org/

Estômago cheio


Direito de imagemGETTY
Image captionÁgua com gás expande o estômago e pode ser boa aliada para quem quer emagrecer

Comecemos pelo estômago. A água com gás é fabricada com a adição de dióxido de carbono sob pressão ao líquido. O resultado é que a bebida passa a conter ácido carbônico, um ácido fraco.
Engolir um copo de água com gás de uma só vez pode causar soluços ou indigestão. E se você tomar aos pouquinhos? Será que a ideia de que ela faz mal ao estômago tem fundamento?
Na realidade, parece ser exatamente o contrário. Em um teste realizado na Universidade de Nápoles, na Itália, pacientes com dispepsia ou constipação frequentes foram divididos em dois grupos. Cada um deveria consumir exclusivamente água com gás ou água sem gás por 15 dias.
Todos passaram por uma série de testes, e ambos os grupos tiveram suas condições melhoradas com a água com gás, enquanto nada mudou entre aqueles que tomaram água do filtro.
Quem bebe muita água com gás pode se sentir inchado, mas cientistas da Universidade de Hyogo, no Japão, descobriram que isso tem suas vantagens. Um grupo de voluntárias fez uma noite de jejum e para quebrá-lo, cada uma tomou lentamente água comum ou com gás.
Os pesquisadores descobriram que 900 mililitros de gás são liberados em apenas 250 mililitros de água. Por isso, a bebida causa uma ligeira dilatação do estômago, dando a sensação de saciedade. Como as voluntárias não se sentiram mal, os cientistas passaram a recomendar a água com gás como uma maneira de evitar se comer em excesso.
Algumas pessoas acreditam que a água com gás também tenha um bom poder reidratante, principalmente se deixarem o gás escapar. Mas um estudo feito na Grã-Bretanha com crianças com gastroenterite aguda mostrou que, em comparação com sais de reidratação vendidos em farmácias, a água mineral tem bem menos sódio e potássio. Portanto, para essa finalidade, os sais ainda são melhores.

Efeito sobre os ossos?


Direito de imagemGETTY
Image captionRefrigerantes tipo cola foram reprovados em testes em ossos e dentes

Mas se a água com gás não faz mal para o estômago, o que dizer dos ossos? Será que eles ficam mais fracos? Novamente, os estudos científicos sugerem que não.
Uma pesquisa realizada no Canadá em 2001 descobriu que adolescentes que tomam refrigerantes em excesso apresentam menos cálcio nos ossos. Mas não ficou claro se isso foi consequência da bebida ou porque esses jovens acabam consumindo menos leite.
Um extenso estudo realizado na Universidade Tufts, em Boston, está testando mais de 2,5 mil voluntários a cada quatro anos para avaliar as circunstâncias da ocorrência da osteoporose.
Em 2006, os cientistas analisaram a relação entre a densidade óssea e o consumo de refrigerantes, e descobriram que as mulheres que tomam refrigerantes tipo cola três vezes por semana tinham uma densidade mineral óssea abaixo da média. Outras bebidas carbonizadas não causaram diferenças.
Os autores acreditam que o efeito ocorra provavelmente por causa da cafeína e da ação do ácido fosfórico (ausente da água com gás), de uma maneira que ainda não é compreendida. É possível que essas substâncias bloqueiem a absorção do cálcio, mas nada foi provado em relação a isso.

Dentes prejudicados?

Pelo menos em termos de ossos e estômago, a água com gás não parece representar um grande problema. Mas e os dentes? Será que a presença de um ácido, mesmo sendo fraco, não deteriora o esmalte que os protege?
Apesar de poucas pesquisas terem sido feitas sobre os efeitos da água com gás nos dentes, há muitas sobre refrigerantes.
O dentista Barry Owens, da Universidade do Tennessee, conduziu um estudo em 2007 comparando diferentes bebidas não alcoólicas. Na pesquisa, aqueles à base de cola se mostraram os mais ácidos, seguidos pela versão diet e pelo café.
O especialista acredita que não é o pH inicial da bebida o que importa, mas sim a força com que a bebida retém sua acidez na presença de outras substâncias. A saliva ou outros alimentos que consumimos podem alterar o nível de acidez, ou sua capacidade de obstrução.
Um estudo classifica as bebidas nessa ordem: refrigerantes tipo cola ou sem frutas são os mais ácidos (um pouco menos em sua versão diet), seguidos por aqueles à base de frutas, sucos de frutas e café.
Ao tomar fatias de esmalte e imergi-las em diferentes refrigerantes por seis, 24 ou 48 horas, Poonam Jain, da Universidade de Southern Illinois, demonstrou que o esmalte realmente começa a ser corroído por essas bebidas.
Alguns especialistas argumentam que o experimento não reproduz a vida real porque ninguém passa horas com um refrigerante na boca. Mas ao longo de vários anos, até cada segundo de um gole conta.
Um estudo publicado em 2009 sobre um homem de 25 anos cujos dentes da frente apodreceram depois de quatro anos tomando meio litro de refrigerante tipo cola por dia, seguidos por três anos em que a dose subiu para 1,5 litro diariamente, é suficiente para assustar qualquer pessoa.
Uma pesquisa feita na Suécia também mostrou que quanto mais a bebida permanece na boca, mais notável é a queda do pH. Ou seja, mais ácida a boca se torna. Mas beber com um canudo ajuda a reduzir o estrago.

Imagem relacionada
imagem de http://slideplayer.com.br/slide/10483998/

Água sem inocência

Na Universidade de Birmingham, Catriona Brown experimentou colocar dentes sem sinal de erosão por meia hora em vários tipos de água saborizada com gás. Os dentes foram cobertos com um verniz, exceto uma área de meio centímetro.
Ela e seus colegas descobriram que o efeito dessas bebidas nos dentes é o mesmo ou até maior do que o do suco de laranja, conhecido por amolecer o esmalte. Outras frutas cítricas também estão entre as mais ácidas. Portanto as águas com sabor não podem ser consideradas tão inofensivas.
Mas e a água com gás comum? Os estudos nessa área são poucos e chegam a diferentes conclusões.
Em 2001, a mesma equipe em Birmingham examinou sete marcas diferentes de água mineral, colocando-as sobre os dentes. Eles descobriram que o pH da água com gás varia entre 5 e 6 (não tão ácidos quanto a cola), comparado com a água sem gás, cujo pH permanece neutro em 7.
Em outras palavras, há um ácido fraco, mas seu potencial erosivo tem um efeito cem vezes menos intenso do que outras bebidas gasosas.
É claro que a boca é um ambiente diferente de uma garrafa, mas as provas até agora são de que não há muito estrago.
Portanto, se você acredita que a água com gás pode ser uma boa alternativa, lembre-se que em relação a estômago, ossos e dentes, ainda não há provas de que ela faça mal.
Leia a versão original desta reportagem em inglês no site BBC Future.

FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150914_vert_fut_agua_gas_ml

Desejando ver outras informações acesse:
https://www.tuasaude.com/agua-com-gas/

segunda-feira, 11 de junho de 2018

“Não é a FAMÍLIA que ajuda a ESCOLA na formação da criança. É O CONTRÁRIO". (Veja esse abordagem)

Mario Sergio Cortella, nascido em Londrina/PR em 05/03/1954, filósofo e escritor, com Mestrado e Doutorado em Educação, professor-titular da PUC-SP, na qual atuou por 35 anos.
É professor-convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997) e o ensinou no GVpec da FGV-SP (1998/2010). Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido Assessor Especial e Chefe de Gabinete do Prof. Paulo Freire.
É autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira.
Em uma fala de grande inteligência, dizendo da diferenciação entre o papel da escola e o papel da família na educação das crianças. Fala-se, portanto, de Educação X Escolarização.
Segundo o professor, muitos pais confundem o seu papel na formação dos filhos, transferindo suas responsabilidades à escola. Confira a fala completa no vídeo abaixo:


FONTE:
http://www.pensarcontemporaneo.com/cortella-educacao/
http://www.revistapazes.com/nao-e-familia-que-ajuda-escola-na-formacao-da-crianca-e-o-contrario/

sábado, 9 de junho de 2018

Apicultor faz etanol a partir de mel na Bahia e dribla crise dos combustíveis

Experiência de Luiz Jordans Ramalho Alves, morador de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, é inédita no Brasil, segundo engenheiros da área química, mecânica e estudiosos de biocombustíveis no país.

Luiz Jordans abastece seu carro com etanol à base de mel desde 2015 (Foto: Mário Bittencourt / BBC)
Luiz Jordans abastece seu carro com etanol à base de mel desde 2015 (Foto: Mário Bittencourt / BBC)
O apicultor Luiz Jordans Ramalho Alves pode não ter sido o único motorista do Brasil que não passou aperto durante a greve dos caminhoneiros. Mas difícil é achar um que, a exemplo dele, ande por aí com o tanque cheio de etanol caseiro feito a partir do mel.

O apicultor de 46 anos é autossuficiente em etanol desde 2015, quando, por insistência em aproveitar todo o descarte do mel, acabou descobrindo que era possível obter o combustível a partir do produto.

A experiência de Jordans, morador de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, é inédita no Brasil, segundo engenheiros da área química, mecânica e estudiosos de biocombustíveis no país consultados pela BBC Brasil.

Na zona rural de Barra do Choça, cidade de 34 mil habitantes vizinha a Vitória da Conquista, Jordans possui um entreposto por onde passam de cerca de 10 toneladas de mel por mês. Na mesma área, ele tem ainda mais de 100 mil pés de café.

O mel vem de seus apiários e de dez cidades da Bahia, Estado cuja produção é de 3,5 mil toneladas ao ano, ou 9% da produção nacional, segundo dados referentes a 2016, os mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Reaproveitamento
Apicultor usa etanol produzido à base de mel em seus veículos (Foto: Mário Bittencourt / BBC)
Apicultor usa etanol produzido à base de mel em seus veículos (Foto: Mário Bittencourt / BBC)
O mel que chega ao entreposto de Jordans é comercializado em mercados de cidades da região sudoeste da Bahia, e do volume produzido sempre acaba voltando para o apicultor entre 0,5 e 1% de mel, chamado de descarte.

"Eles voltam por pequenos defeitos, como uma embalagem que trincou e gerou risco de contaminação, então, recolhemos para manter o controle de qualidade do mel", disse.

Descartar mel no meio ambiente, conta o apicultor, é um risco às próprias abelhas, pois elas podem consumir o produto fermentado e acabar morrendo, o que prejudicaria a atividade.

Jordans é apicultor há quase 30 anos, mas o descarte só virou preocupação maior nos últimos dez anos, quando no entreposto aumentou seu movimento para 10 toneladas mensais.

Em 2012, ele contratou uma consultoria que o auxiliou a montar um projeto sobre aproveitamento do descarte para produzir extratos de mel, como álcool etílico (conhecido como alimentício ou nobre) e, com isso, fazer cachaça ou aguardente de mel.
Jordans não pensa em produzir para vender e diz que seu objetivo é apenas aproveitar todo o descarte do mel (Foto: Mário Bittencourt / BBC)
Jordans não pensa em produzir para vender e diz que seu objetivo é apenas aproveitar todo o descarte do mel (Foto: Mário Bittencourt / BBC) 
Enviado para a Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia), o projeto foi aprovado com verba de R$ 185.052,40 para o apicultor, que usou o dinheiro para comprar os equipamentos necessários ao processo de produção do álcool etílico.

O financiamento público ocorreu por meio de uma proposta da fundação de abrir a pesquisa para empresas. A consultoria entrou como responsável técnica da pesquisa, já que o apicultor não é da área - é especialista em apicultura, com diversos cursos realizados, e tem formação técnica em administração.

Produção caseira
'O desempenho diminui um pouco, mas dá para andar tranquilo', relatou o apicultor sobre o álcool de mel (Foto: Mário Bittencourt / BBC)
O desempenho diminui um pouco, mas dá para andar tranquilo', relatou o apicultor sobre o álcool de mel (Foto: Mário Bittencourt / BBC)
Depois que conseguiu o financiamento da Fapesb, Jordans montou no entreposto de mel, sua segunda casa, um pequeno laboratório para obtenção da aguardente. No processo químico, o descarte entra em fermentação num tanque de 250 litros durante 5 a 15 dias.

Nesse período, ocorre a primeira destilação do álcool, que dura 24 horas. É daí que surge o álcool etílico, que rende por ano mais de 600 litros, usado por Jordans para fazer aguardente de mel e comercializar por R$ 60 a garrafa de meio litro - valor cobrado ainda hoje.

Ele ainda usa a mesma aguardente para fazer licores de café e chocolate, o que lhe rende uma renda extra neste mês de junho, de muitos festejos relacionados ao São João em todo o Nordeste.



O financiamento da Fapesb durou até 2014, mas, apesar de satisfeito por estar produzindo álcool etílico e faturando mais, Jordans se sentia incomodado por ver que 30% do descarte não estavam sendo aproveitados para nada. Ele decidiu continuar as pesquisas por conta própria, fazendo aguardente e estocando o que restava.

Até que, em 2015, teve a ideia de enviar o produto restante para testes num laboratório de Salvador, que apontou que o líquido tinha graduação alcoólica de 80%, próximo às normas da ANP (Agência Nacional de Petróleo) para o etanol hidratado, utilizado em veículos - que deve ter 94,5% de álcool.

"Fiz um teste com meu carro e funcionou", disse Jordans, informando, em seguida, que notou redução da potência do motor do veículo enquanto rodava.

"Ele perde força, sobretudo em ladeiras ou durante ultrapassagens, aí tem de pisar mais no acelerador. Com o álcool hidratado, da cana-de-açúcar, o carro faz 7 km com um litro, e com esse meu álcool de mel chega a 5 km", ele contou.

Por semana, Jordans produz cerca de 50 litros de etanol, mas não vende nenhum - e nem poderia, porque seu produto não atende às normas da ANP. "Mas o que tem de amigo querendo que eu venda não dá nem pra contar. Para uso em veículo, só no meu", declarou.

Mercado potencial
Se estivesse dentro das normas, Jodrans até poderia comercializar seu álcool como produtor independente. Isso é permitido pela Resolução Nº 19, de 15 de abril de 2015, da ANP, sobre as regras da produção, comercialização e especificação do etanol hidratado e o anidro, misturado à gasolina.

Mas Jordans não pensa em produzir para vender. O objetivo dele, aproveitar todo o descarte do mel, já foi alcançado. O produto, que é uma fonte de energia limpa, vem sendo utilizado no carro que ele divide com a esposa e em outros dois da empresa, todos flex.



Durante a greve dos caminhoneiros, enquanto em Vitória da Conquista, assim como em outras cidades do Brasil, já não havia combustível na maioria dos postos, Jordans "ostentava" 200 litros de etanol de mel em casa - e levou parte do estoque às ruas para gravar um vídeo abastecendo seu veículo.

"Nós estamos aqui nesse momento de crise no abastecimento, nós também temos essa dificuldade, mas estamos encontrando parcialmente a solução", dizia ele, antes de despejar 20 litros no tanque. "Dá até para sentir o cheirinho de mel."

A satisfação maior do apicultor é saber que o mel está sendo todo aproveitado. "É uma responsabilidade ecológica minha não realizar mais o descarte, não quero parar nunca mais com isso", acrescentou.

Aperfeiçoamentos
O etanol que o apicultor produz pode ser melhorado com algumas técnicas não muito difíceis para atender ao nível de exigência da ANP, no que se refere à graduação alcoólica, informa a engenheira química Sabrina Neves Silva.

"No caso de processos físicos, uma redestilação poderia aumentar um pouco o rendimento", ela diz. "Contudo, o mais indicado seria uma destilação azeotrópica, diferente da destilação comum."

Em termos simples, a destilação azeotrópica consiste em adicionar um terceiro componente à mistura álcool/água, que teria mais afinidade química com a água, extraindo esta substância do etanol.

"Já em processos de separação químicos, seria possível utilizar óxido de cálcio ou carbonato de potássio, por exemplo", completa Sabrina, doutora em engenharia e professora do curso da Engenharia de Energia da Universidade Federal do Pampa, no Rio Grande do Sul.

O engenheiro mecânico Lourenço Gobira Alves, doutor em Engenharia Mecânica e professor e chefe do departamento do mesmo curso na Universidade Federal da Bahia (Ufba), acredita que o etanol de mel funcione bem caso passe, antes, por esse processo de melhoria.

"Nas condições atuais, provoca redução da potência do motor e opera com maior dificuldade de combustão", acrescenta, atestando o que o apicultor já vem sentindo na prática.

Outro problema que Gobira observa no etanol de mel feito atualmente é a porcentagem alta de água, que faz o carro ter problemas na partida, principalmente em locais com baixas temperaturas, como é o caso de Vitória da Conquista, conhecida pelo apelido de "Suíça baiana", devido ao rigoroso frio.

"Talvez haja dificuldade para dar partida no motor pela manhã", comenta o engenheiro, para quem "uma iniciativa como esta, de produzir etanol a partir do mel, é muito mais que bem-vinda, tem de ser explorada e conhecidos os seus limites."

"Quem sabe", reflete Gobira, "não vamos ter o meltanol."

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/apicultor-faz-etanol-a-partir-de-mel-na-bahia-e-dribla-crise-dos-combustiveis.ghtml

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Compostos cancerígenos do churrasco entram no organismo através da pele, segundo novo estudo

Cientistas confirmaram que a maior parte dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos - que podem causar doenças respiratórias e mutações no DNA - é mesmo ingerida com a carne, mas a absorção cutânea é maior que a penetração pela inalação da fumaça.
por Fábio de Castro
Churrasco
imagem reprodução ciencia.estadao.com.br   Foto: Sérgio Castro/Estadão
Já se sabia a fumaça produzida pelas churrasqueiras contém uma quantidades consideráveis de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), compostos cancerígenos que podem causar doenças respiratórias e mutações no DNA. Um novo estudo, porém, mostra que a maior parte dessas substâncias não penetra no organismo dos participantes dos churrasco pelas vias respiratórias, mas através da pele. 

A nova pesquisa, publicada nesta quarta-feira, 23/jun, na revista científica Environmental Science & Technology, foi coordenada por Eddy Zeng, da Escola de Meio Ambiente da Universidade de Jinan, na China, e também envolveu cientistas da Universidade de Pequim, também na China. 

De acordo com os cientistas, os HPAs, produzidos pela queima incompleta de substâncias orgânicas como o carvão, a lenha e a gasolina, também se formam por meio de uma reação química quando a fumaça entra em contato com a gordura e as proteínas das carnes assadas nas temperaturas elevadas da churrasqueira.

Estudos feitos com roedores têm mostrado que a exposição prolongada aos HPAs está ligada ao risco aumentado de certos tipos de câncer, incluindo tumores de pele, mama, bexiga, fígado e próstata. A maior parte das pesquisas já feitas, porém, tinham foco na exposição aos HPAs pela própria comida e pela fumaça da churrasqueira.

O novo estudo confirma que a maior quantidade de HPAs é absorvida mesmo pela ingestão do churrasco. No entanto, para surpresa dos pesquisadores, o nível de absorção dessas substâncias pela exposição à fumaça é maior pela pele do que pelas vias respiratórias.

De acordo com Adelaide Cassia Nardocci, professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), que não está envolvida no estudo chinês, as concentrações de HPA liberadas por um churrasco são pequenas, mas não podem ser negligenciadas, porque elas se somam à exposição praticamente constante a essas substâncias que também estão presentes na poluição urbana.
"Sabemos que essas substâncias têm um potencial para causar alterações que podem levar à formação de processos cancerígenos e por isso elas são, sim, uma grande preocupação do ponto de vista da saúde pública. Por causa da poluição atmosférica, estamos expostos a elas ao longo de toda a vida. Em conjunto, a absorção pelas vias respiratórias e a exposição pela via alimentar geram um risco que não é desprezível, ainda que as concentrações sejam muito baixas", disse Adelaide ao Estado.

Benzopireno na carne assada

Segundo Adelaide - que em sua tese de livre-docência, defendida na USP em 2010, avaliou os riscos da exposição aos HPAs para a população da cidade de São Paulo -, a conclusão da pesquisa chinesa é importante para chamar a atenção sobre os riscos envolvidos no preparo dos alimentos. 

"O churrasco é particularmente preocupante, porque expõe a carne a uma temperatura alta e, além dos compostos já presentes na fumaça, temos a queima da gordura, que contribui para a produção de HPAs. É um processo de preparo que deveria ser evitado na medida do possível - especialmente levando-se em conta essa nova informação de que há uma absorção considerável pela pele", afirmou Adelaide.

A professora afirma que a queima da gordura é a parte mais crítica do churrasco, em termos de produção de HPAs. "Em geral, a carne fica por longo tempo na churrasqueira e a gordura vai sendo queimada à medida que envolve o alimento cada vez mais. Feita dessa forma, as substâncias nocivas são incrementadas. É absolutamente desaconselhável expor a carne à fumaça", declarou.

De acordo com Adelaide, os HPAs são formados por longas cadeias de carbono produzidas pela queima incompleta de todo tipo de biomassa, da madeira ao petróleo. São conhecidos mais de 100 tipos diferentes de HPAs, dos quais 16 causam preocupação da perspectiva da saúde pública. "Desses compostos, há pelo menos sete ou oito que já são considerados carcinogênicos, ou potencialmente carcinogênicos."

Apesar da estrutura química de grandes dimensões, os HPAs são lipossolúveis - isto é, dissolvem-se na gordura - o que facilita sua absorção pela, de acordo com Adelaide. 

"Essa conclusão do novo estudo é importante, porque reforça uma tese que muitos especialistas defendem, de que a importância da absorção  cutânea tem sido subestimada. Sempre consideramos a pele como uma via de exposição menos importante, mas esse e outros estudos estão mostrando que ela é muito relevante."

Churrasco científico. Para realizar o estudo, os cientistas fizeram um experimento com 20 homens, com idades de 22 a 25 anos, que participaram de um churrasco de 2,5 horas em Guangzhou, na China. Os participantes foram divididos em três grupos. 

O primeiro grupo comeu o churrasco, mas tomou precauções para evitar a exposição à fumaça - tanto pelo nariz como pela pele. O segundo grupo ficou ao lado da churrasqueira, exposto à fumaça, mas não comeu carne. Um terceiro grupo não comeu churrasco, utilizou uma máscara especial para evitar a inalação da fumaça, mas ficou exposto à fumaça.

Os cientistas coletaram amostras de urina de todos os participantes antes e depois do churrasco. Eles também coletaram amostras do ar durante o evento, para analisar os níveis de HPAs. Os pesquisadores calcularam, ainda, estimativas da ingestão de HPAs pelos participantes através da comida, do ar e da pele.

Como esperado, o consumo da carne assada na churrasqueira correspondeu ao maior nível de exposição aos HPAs. Mas o segunda principal rota de absorção foi a pele, seguida pela inalação da fumaça.

O estudo também mostrou que roupas compridas não são suficientes para evitar a absorção de HPAs pela pele. Os cientistas verificaram que as roupas reduziram a quantidade de HPAs absorvida pela pele por um curto período, mas, só até que os tecidos ficassem saturados com a fumaça.

FONTE: https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,substancias-cancerigenas-do-churrasco-entram-no-organismo-pela-pele-diz-estudo,70002321267

http://lucitojal.blogspot.com/2010/04/utricao-condenando-o-churrasco-na-carne.html