segunda-feira, 31 de agosto de 2020

SUCESSO NAS REDES SOCIAIS, MEMES TAMBÉM PODEM ENSINAR 💞💅👀👍💢💋

imagem https://cieb.net.br/


Com mensagens rápidas e um toque de humor, os memes saíram das redes sociais para conquistar um novo espaço: a sala de aula. Na hora de preparar “aquela aula que você respeita” e descansar com “a serenidade no olhar de quem aproveita o que #BombouNaRede para ensinar”, como diria a popular linguagem da internet, a cultura digital se tornou uma aliada dos professores para atrair a atenção dos alunos e trabalhar conceitos de diferentes disciplinas.

Em junho, a foto de uma prova de português da Escola Móbile, em São Paulo (SP), fez sucesso nas redes sociais ao trazer uma questão com um meme sobre crase. A publicação, compartilhada pela página Site dos Menes , chegou a ter mais de 17 mil interações no Facebook e 161 retweets no Twitter. Pouco tempo antes, um professor de Belo Horizonte (MG) também já tinha ganhado destaque na internet após usar fotos da Gretchen, conhecida como a rainha de memes, para entregar as notas de avaliações. A publicação compartilhada por uma aluna chegou a ter 27.809 retweets.

cieb-meme1

Conhecidos por apresentarem imagens legendadas, vídeos ou expressões que se espalham pela internet rapidamente, os memes chegaram a ser apontados por pesquisadores como um novo gênero textual da era digital. Apesar de ainda existir pouco conhecimento sobre esse universo, não dá para negar que ele se popularizou entre adolescentes, jovens e até mesmo adultos.

Criado pelo zoólogo britânico Richard Dawkins, o conceito de meme foi apresentado pela primeira vez em 1976, no livro “The Selfish Gene” [O Gene Egoísta]. Antes mesmo da popularização da internet, o pesquisador usou o termo para se referir a uma nova unidade de replicação, que de forma semelhante ao papel exercido pelos genes na evolução biológica, seria responsável pela transmissão de conteúdos de uma determinada cultura.

“Originalmente falando, o conceito de meme está relacionado a uma ideia ou fenômeno cultural que persiste através do tempo. Quando levado para a internet, ele acaba se tornando um fenômeno efêmero”, explica o professor Viktor Chagas, do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense, onde atualmente também coordena o #MUSEUdeMEMES.

Como uma espécie de webmuseu, o projeto criado por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense se propõe a preservar a memória efêmera dos memes e construir acervo de referência sobre o universo digital. Apesar do tom bem humorado, o site mostra que por trás desse fenômeno existem muitos elementos importantes da cultura popular que refletem o debate cotidiano. “As pessoas que produzem esses conteúdos são naturalmente muito antenadas ao que está acontecendo ao seu redor”, diz.

Pin em #PiadaNerd
imagem pinterest.com


Ele também afirma que os memes podem ser uma ferramenta educacional útil para promover o letramento digital e trabalhar temas da atualidade. “É como se o aluno não precisasse apenas manipular ferramentas digitais. O que menos importa é saber editar uma imagem ou um vídeo, mas conseguir entender uma piada e fazer uma boa referência”, avalia.

Embora os memes sejam conhecidos pelo seu caráter de humor, o professor da Universidade Federal Fluminense também diz que, nos últimos anos, um conjunto de conteúdos e demandas sociais começaram a circular pelas redes sociais. “Conseguimos identificar que, em virtude do nosso contexto, tivemos uma produção de memes políticos que necessariamente não estão associados ao humor”, cita. Como exemplos, ele também aponta produções que discutem o feminismo e a questão racial por meio dessa linguagem.

Foi a partir de um meme sobre relações étnico-raciais que a professora de história Melina Pinotti, da Escola Estadual Professora Nair Palácio de Souza, no município de Nova Andradina (MS), teve a ideia de usar a cultura digital para trabalhar conteúdos da Revolução Francesa, que teve como lema as propostas de “igualdade, liberdade e fraternidade”.

Carinha da Pretitudes 🐻 on Twitter: "Esse meme nunca esteve tão vivo  https://t.co/6cQo612lGG… "
https://www.twitter.com


Depois de apresentar a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” e a “Constituição da República Federativa do Brasil”, a professora pediu para os alunos criarem memes que denunciavam as desigualdades. “Quando eu falei que eles iriam criar um meme, já pensaram que era uma brincadeira para fazer piada. Os jovens têm um entendimento de que o meme precisa ser engraçado, mas não é só isso. Ele tem que ter uma mensagem rápida”, conta.

E para quem acha que só é possível usar os memes com conteúdos de disciplinas humanas, uma pesquisa feita pelo professor Paulo Gonçalo Farias Gonçalves, da Universidade Federal do Cariri, em Juazeiro do Norte (CE), mostrou que a matemática também pode se beneficiar dessa linguagem.

Depois de analisar conteúdos dez páginas sobre educação matemática no Facebook, o professor identificou que os memes podem ser aproveitados para construir enunciados de questões, apresentar desafios, instigar discussões sobre formação pedagógica, histórica e filosófica da disciplina e ainda auxiliar na memorização de fórmulas ou conceitos. “Eu percebi que os memes de matemática trazem muitas curiosidades e questões de entretenimento, mas nem sempre eles estão associados a um fato engraçado. Eles também podem ser usados para retratar diversos conteúdos, como álgebra, geometria e aritmética”, aponta.

Na hora de entrar na sala de aula, apesar dos memes ainda enfrentarem a resistência de alguns educadores, o pesquisador garante que eles podem ser uma boa ferramenta educacional. “Os professores enxergam as redes sociais como concorrentes da aula, mas quando falamos em educação para a atualidade, temos que trazer esses elementos como agregadores que podem ajudar o ensino de matemática”, sugere.

Fonte: https://cieb.net.br/sucesso-nas-redes-sociais-memes-tambem-podem-ensinar/

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Cientistas conseguem controlar novo estado da matéria: os cristais do tempo

Cientistas conseguem controlar novo estado da matéria: os cristais do tempo
Cristal de Quartzo. (Imagem: Max Pixel)

Cristal do tempo parece ser algo da ficção, não é mesmo? Imagine só este filme: “Harry Potter e os Cristais do Tempo”. Mas não. Eles são um estado da matéria, e pela primeira vez os cientistas conseguiram “domá-lo”.

A existência deles foi confirmada há pouco tempo, alguns anos – 2017, para ser mais específico. Desde então, diversos avanços foram feitos, afinal, atualmente ciência caminha a passos largos. 

O que são os cristais do tempo?

O nome dos cristais do tempo se deve à uma característica um tanto peculiar, até mesmo difícil de abstrairmos e imaginarmos, por contrariar a lógica dimensional na qual estamos ambientados. 

Pense comigo: vivemos em três dimensões espaciais, correto? Mas Einstein, em seus trabalhos, considerava uma quarta dimensão. O tempo. Sim, o tempo é uma dimensão, e utilizar essa interpretação foi libertador para a ciência, além de muito explorado pela ficção científica. 

Cristais comuns são, em resumo, padrões geométricos tridimensionais que se repetem pelo espaço, certo? Os cristais do tempo são algo semelhante, mas eles se repetem também através do tempo.

A forma como o enxergamos, é como uma movimentação. Enquanto os átomos de um cristal comum ficam “parados”, os átomos de um cristal do tempo oscilam, fazendo um “tic tac” – ou pelo menos essa é a projeção em nosso mundo. 

Se não tiver entendido, tudo bem. Não consegui abstrair também, e isso é normal, já que é algo de “fora do nosso mundo”, e renderam o Nobel da física em 2012, quando foram teorizados por Frank Wilczek. Eles são feitos utilizando os íons de um elemento chamado itérbio. 

O inédito deste caso foi que os pesquisadores conseguiram induzir e controlar a interação entre dois cristais do tempo. É algo como uma viagem para outra dimensão. 

Como eles conseguiram fazê-lo?

O experimento ocorreu em um superfluido (um estado dos líquidos diferente de tudo que conhecemos) de hélio-3 (hélio com um nêutron a menos). Os cristais trocaram algo chamado de quasipartícula, que são interações de natureza física que, em um primeiro momento, se assemelham a uma partícula. Por isso o nome. 

“Controlar a interação de dois cristais de tempo é uma grande conquista. Antes disso, ninguém havia observado dois cristais de tempo no mesmo sistema, muito menos visto eles interagirem”, explica o Dr. Samuli Autti, autor principal do estudo, em um comunicado

A dificuldade é mantê-los estáveis. Para isso, era necessário fazê-los atingir o mais próximo possível do estado de energia mais baixo possível, chamado na física de estado fundamental. Por isso o ambiente deve ser extremamente controlado.

Esse era o papel do isótopo Hélio-3 no estado de superfluido. Ele é muito, muito frio – extremamente próximo ao zero absoluto. Quando mais frio, menos energia, e assim, poderiam se aproximar do estado fundamental dos cristais do tempo. 

A interação entre eles foi simples. Os pesquisadores basicamente os fizeram se encostar. Quando eles se encostaram, um efeito quântico que gera a quasipartícula, chamado de magnon, fez com que as oscilações desses cristais mudassem.

Fazendo um paralelo com o nosso mundo, é como se os cientistas tivessem conseguido, portanto, mudar a posição dos cristais ao longo da dimensão temporal, da mesma forma que movimentamos as coisas no nosso mundo.

O estudo foi publicado na revista Nature MaterialsCom informações de Science Alert e Eureka Alert.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Revolucionário, grafeno pode até agir contra coronavírus e filtrar água do mar ✨💊🧫🧪

O grafeno é um alótropo cristalino bidimensional do carbono e tem incríveis propriedades físicas.
O grafeno é um alótropo cristalino bidimensional do carbono e tem incríveis propriedades físicas (imagem: mundoeducacao.uol.com.br)

O grafeno é um material muito pequeno, de escala nanométrica, bidimensional, extremamente leve e resistente, e é uma promessa para resolver problemas e criar produtos inovadores.


O engenheiro ambiental Gabriel Estevam Domingos está começando a desenvolver uma máscara de grafeno para proteção contra vírus e bactérias e falou sobre esse material revolucionário com o colunista Ricardo Cavallini, o Cava, no décimo episódio do nosso podcast de ciência e tecnologia, o "Deu Tilt" (ouça no arquivo acima). 


Como o grafeno (<-- clique e veja mais) é transparente, seu uso em uma máscara para barrar vírus e outro micro organismos pode ser ideal. No entanto, hoje, o foco de Domingos e sua equipe ainda é outro (ouça a partir de 07:52).

PS.: Faço aqui adendo nas falas da insistência errônea do entrevistador em comparar o grafeno (que é feito de átomos de Carbono)  a um átomo!

Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/videos/2020/08/14/deu-tilt-10-grafeno-carbono-composto-quimico-tecnologia.htm

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

LIVRO DIGITAL: Ludoteca de Química para o Ensino Médio 📖🧪⚗🧫💊📖

Imagem reprodução

Este livro foi elaborado com o objetivo de oferecer aos professores que atuam no Ensino Médio uma opção para diversificar as atividades escolares desenvolvidas nas aulas de química. Os conteúdos de química abordados nas atividades lúdicas foram selecionados visando o desenvolvimento das habilidades que devem ser trabalhadas segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais.


VERSÃO DIGITAL COMPLETA
Ludoteca de Química para o Ensino Médio
Larissa Codeço Crespo, Milena Diniz Lessa, Paulo Cesar Muniz de Lacerda Miranda, Rosana . Giacomini


FONTE: http://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/livros/issue/view/94

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Faz bem e mal: Veja as diferenças entre as gorduras que você come

Alimentos gordurosos estão relacionados diretamente ao ganho de peso e a problemas cardíacos. Mas apesar de só lembrarmos dos pontos negativos, o corpo também precisa de uma quantidade diária de gordura para a formação das células e também para nos dar energia, lembra a nutricionista Aline Carvalho, da USP. O problema está no excesso. “Os brasileira consomem 80% a mais de carne do que o recomendado pelo World Cancer Reserach Fund”, cita a estudiosa, sendo que a carne vermelha é a principal fonte de gorduras saturadas.
Veja as diferenças entre as gorduras para equilibrar suas refeições no dia a dia:
GORDURAS SATURADAS
Reprodução/Google
imagem: Reprodução/Google
O que são: Quimicamente, são moléculas de gordura que não têm ligações duplas entre os átomos de carbono. Em temperatura ambiente, essas moléculas são sólidas.
Onde estão: as carnes são as principais fontes de gordura saturada na alimentação. A gordura satura está presente principalmente nos bifes com gordura, carne de carneiro, porco, aves com pele, banha de porco, nata de leite, manteiga e queijos. 
Malefícios: Por ser uma molécula sólida, ela se deposita e acumula mais facilmente nos vasos e veias, por isso relacionada a doenças cardiovasculares. Além de aumentar as taxas de LDL (o colesterol ruim) no sangue.
Benefícios: De acordo com a Associação Americana do Coração, em uma dieta de 2.000 calorias, não deve comer mais do que 16g de gordura saturada por dia.
GORDURA INSATURADAS
Sergio Crusco/UOL
imagem: Sergio Crusco/UOL

O que são: Uma molécula de gordura pode ter uma insaturação da carbono (monoinsaturada) ou mais de duas (polinsaturada), explica a nutricionista da USP, Aline Carvalho. A gordura é formada por até 30 carbonos e um átomo de carbono pode fazer várias ligações, inclusive entre si. Quando há uma dupla ligação (um carbono ligado a outro carbono), a "molécula ganha um aspecto mais maleável", por isso os óleos são líquidos em temperatura ambiente.
Onde estão: as gorduras polinsaturadas estão presentes nos peixes (como ômega-3 e ômega-6) e nos óleos de soja, milho e girassol. As monoinsaturadas estão nos óleos de canola e azeite e na castanha de caju).
Benefícios: As gorduras insaturadas são benéficas quando ingeridas com moderação, principalmente, se usadas como substitutas das gorduras saturadas. Elas ajudam a reduzir o nível do LDL (conhecido como colesterol ruim) e também são fonte de vitamina E.
Malefícios: A gordura insaturada só faz bem se consumida com moderação. “Exagerar nas frituras, mesmo se usar óleos bons, está associado ao aumento do peso”, afirma, Carvalho.

GORDURA TRANS

Divulgação
Os sorvetes sem glúten do La Basque são opção para a sobremesa de quem possui a restrição alimentar.  imagem: Divulgação

O que são: são um tipo de gordura formada por um processo de hidrogenação industrial. São lipídios insaturados que contêm uma ou mais ligações duplas em uma configuração trocada (ou trans). A hidrogenação também ocorre durante o processo de ruminação de alguns animais, fazendo com que em suas carnes haja uma pequena porcentagem.
Onde estão: Estão presentes principalmente nos produtos industrializados, que usam gordura hidrogenada em suas receitas, como margarinas, biscoitos, massas instantâneas, sorvetes, chocolates, pratos congelados e pipoca de micro-ondas. Os alimentos de origem animal, como carne e leite, possuem quantidades insignificantes dessas gorduras, de acordo com a Anvisa.
Malefícios: Aumenta as taxas de colesterol total e de LDL (chamado de colesterol ruim), além de reduzir os níveis de HDL (colesterol bom).
Benefícios: As gorduras trans são utilizadas para melhorar a consistência e o sabor dos alimentos, mas, de acordo com a Anvisa, não há nenhum estudo que comprove benefícios para a saúde.
*Fontes: Anvisa, American Heart Association e Aline Carvalho (nutricionista doutora pela Faculdade de Saúde Pública da USP)

Recomendo leitura da publicação:
Óleos e gorduras
Disponivel em http://alunosonline.uol.com.br/quimica/oleos-gorduras.html

Matéria disponível em: https://estilo.uol.com.br/vida-saudavel/noticias/redacao/2017/01/27/veja-as-diferencas-das-gorduras-que-voce-come-e-os-beneficios-e-maleficios.htm

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Google lança nova ferramenta de busca para dados científicos

Plataforma Dataset Search foi desenhada para facilitar o acesso a conjuntos de dados dispersos em milhares de repositórios.
por FÁBIO DE CASTRO
Imagem de http://www.diretodaciencia.com

Voltada especialmente para a comunidade acadêmica, uma nova ferramenta de busca lançada pela Google promete facilitar o acesso de pesquisadores a conjuntos de dados científicos que atualmente estão pulverizados em milhares de repositórios online mantidos por instituições de pesquisa.

A ferramenta, chamada Dataset Search, ajuda pesquisadores a encontrar facilmente os dados completos de estudos disponíveis em repositórios dos mais variados tipos – como sites de editoras, agências governamentais e instituições de pesquisa, em bibliotecas digitais e em páginas pessoais de cientistas, por exemplo.

A empresa já havia lançado um serviço voltado para a comunidade científica, o Google Scholar – em português Google Acadêmico –, que é uma ferramenta de busca de artigos e relatórios de pesquisa. Havia demanda, porém, para um sistema de busca específico para dados, já que, segundo a empresa, “no mundo atual, cientistas de muitas disciplinas e um número crescente de jornalistas vivem e respiram dados” e eles estão dispersos na internet.

Bons resultados
A nova ferramenta será de grande importância para a ciência, especialmente em áreas que utilizam grandes volumes de dados, segundo o professor Marcelo Finger, chefe do Departamento de Ciências da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP).

“É surpreendente que a Google, que lida com um público da ordem de bilhões de usuários, lance mais uma ferramenta voltada para a comunidade científica, que é um público numericamente limitado. Mas ela será sem dúvida muito importante para a comunidade”, disse Finger.

Convidado por Direto da Ciência para testar o Dataset Search, Finger – que é um dos coordenadores da área de Ciência e Engenharia da Computação da Fapesp – considerou a ferramenta útil para aumentar a disponibilidade de dados.

“Fiquei bem impressionado e cheguei a recomendar para um aluno. Ainda há algumas limitações – notei, por exemplo, que quando se faz uma busca só aparecem os dez primeiros resultados. Mas, do ponto de vista científico, para quem desenvolve trabalhos com bases em dados, já é muito útil. A disponibilidade de dados é fundamental para a ciência, porque permite elevar o grau de reprodutibilidade das pesquisas”, disse Finger.

Maior disponibilidade de dados
O pesquisador diz acreditar que o Dataset Search crescerá rapidamente. “Quem possui dados de pesquisa em um repositório, ou é responsável por uma biblioteca de dados online, vai se interessar por tornar seus dados mais disponíveis e por indexá-los na ferramenta”, afirmou.

Natasha Noy, pesquisadora em inteligência artificial da Google, divulgou que a empresa estimulará fornecedores de dados a adotarem o padrão aberto desenvolvido pela empresa para descrever as informações relacionadas a seus dados, aos metadados e à própria instituição que os produziu.

“Desenvolvemos diretrizes para que os fornecedores de conjuntos de dados descrevam seus dados de uma forma que o Google possa entender melhor o conteúdo das páginas: quem criou, quando foi publicado, como os dados foram coletados, quais são os termos de uso, etc.”, disse a pesquisadora no Blog da Google.

“Notei que, além de dar acesso aos conjuntos de dados, a ferramenta também indica artigos da literatura científica que mencionam, utilizam, ou descrevem esses dados. Acredito que será de grande utilidade em todas as áreas do conhecimento – biologia, linguística, física, oceanografia e assim por diante. Minha área de pesquisas, em processamento de linguagem natural, vai se beneficiar muitíssimo”, afirmou Finger.

Segundo Natasha Noy, a ferramenta foi lançada com foco em dados de ciência ambiental, ciências sociais e de pesquisa governamental, mas a quantidade de conjuntos de dados disponível aumentará continuamente à medida que o serviço se torne mais popular.

“Esse tipo de busca tem sido um sonho para muitos pesquisadores nas comunidades de dados abertos de ciência”, disse ao blog da Google o chefe da área de dados da agência Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), Ed Kearns.

“Para a NOAA, cuja missão inclui o compartilhamento de nossos dados com outros cientistas, essa ferramenta é chave para que tornemos nossas informações mais acessíveis para uma comunidade de pesquisadores cada vez maior”, disse Kerns.

FONTE: http://www.diretodaciencia.com/2019/01/30/google-lanca-nova-ferramenta-de-busca-para-dados-cientificos/

sábado, 8 de agosto de 2020

Brasileira vence concurso mundial por sua pesquisa com carbono

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imagem de Estudar Fora

Por Priscila Bellini 

A vida de Nadia Ayad, recém-formada em engenharia de materiais pelo IME (Instituto Militar de Engenharia), mudou bastante em 2016. Além de se formar pela instituição, localizada no Rio de Janeiro, Nadia levou o primeiro lugar no desafio mundial da Sandvik sobre a utilização do grafeno, um material à base de carbono.
Era uma oportunidade de ouro. Com a chamada para o desafio, Nadia se debruçou sobre os estudos que existiam sobre a substância, encarada com entusiasmo pelos cientistas. Derivado do grafite, trata-se de um composto 200 vezes mais resistente que o aço e que ganhou título de melhor condutor térmico e elétrico do mundo. Coube à brasileira, que já possuía experiência em pesquisa, elaborar um projeto para utilizar o material em dispositivos de filtragem e sistemas de dessalinização. O projeto tem como base uma preocupação constante e justificada: como garantir que, no futuro, tenhamos acesso à água potável? Iniciativas como a elaborada pela brasileira podem sugerir um caminho.
Ciência no exterior, ciência no Brasil
Ainda que Nadia já tivesse um pezinho na área de pesquisa desde cedo, graças à carreira acadêmica dos pais de origem sudanesa, a experiência nas universidades onde estudou valeram muito. Depois de iniciar a formação em engenharia no IME, instituição de destaque no Brasil, conseguiu uma bolsa do Ciência Sem Fronteiras para estudar na Inglaterra.
Na Universidade de Manchester, onde passou um ano, teve contato com grandes nomes da área e com os campos de pesquisa pelos quais se interessava. “Na Inglaterra, pude ver onde está a pesquisa hoje. Eles tem muitos recursos e acesso a muitas facilidades para fazer acontecer”, sintetiza Nadia.
Essa experiência no Reino Unido fez com que tivesse acesso também a estágios, como o que realizou na Imperial College London. Por lá, ela pode trabalhar no desenvolvimento de um polímero que substituísse válvulas cardíacas. Era uma forma de entender, em termos mais gerais, a parte mecânica das células, e como os estímulos ao redor — como o aumento no fluxo de sangue, por exemplo — influenciavam o funcionamento do coração.
“Quero melhorar a ciência no Brasil”
Com o estágio na Imperial College na bagagem e uma formação forte em engenharia de materiais, Nadia resolveu aplicar diretamente para o PhD no exterior. Em vez de passar pelo mestrado, ela se candidatou diretamente a universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido. Na lista de instituições, estão nomes conhecidos, como o americano MIT (Massachussetts Institute of Technology) e a britânica Universidade de Cambridge.
Quero que, no futuro, as pessoas não precisem ir para fora para ter acesso à pesquisa de ponta
O projeto de Nadia Ayad para o PhD trata do uso de biomateriais para induzir as células-tronco a formar tecidos como os das cartilagens, por exemplo, em versão 3D. Nas universidades estrangeiras, a brasileira encontra mais oportunidades para o tema e também mais recursos. “Mas também vejo que há muitos aspectos positivos no Brasil. A experiência no exterior mostra que dá para aprender com o que se faz lá fora e, ao mesmo tempo, entender o que fazemos de bom aqui”, explica Nadia.
De olho na carreira acadêmica e focada nos potenciais usos de biomateriais dentro da medicina, Nadia pretende trazer mais discussões sobre o seu tema de análise ao Brasil, onde o campo de estudos dá os primeiros passos. “Quero que, no futuro, as pessoas não precisem ir para fora para ter acesso à pesquisa de ponta”.
FONTE: https://www.estudarfora.org.br/nadia-ayad-brasileira-recebe-premio-internacional/

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Cientistas criam álcool gel de resíduos e eletricidade a partir de plantas 🧪🌱🌾📖🧫🌿🧪

Plantações podem ser nossa nova fonte de energia elétrica - Marcelo Pereira/UOL
Plantações podem ser nossa nova fonte de energia elétrica - Imagem: Marcelo Pereira/UOL

Cientistas da Universidade de Tel Aviv conseguiram, após anos de pesquisa, produzir eletricidade a partir de plantas. O estudo demonstra que as plantas têm capacidade de produção elétrica particularmente eficaz, baseada no processo da fotossíntese, e podem ser uma fonte de energia "limpa". 

O estudo foi divulgado pela revista científica britânica "Energy and Environmental Science", e dirigido pelo professor Iftach Yacoby, diretor do laboratório de energia renovável da faculdade de Ciências da Vida da Universidade de Tel Aviv, em colaboração com o professor Kevin Redding, da Universidade do Arizona (EUA). 

De acordo com Yacoby, todas as plantas verdes, folhas, ervas ou algas, possuem verdadeiros "painéis solares" e podem transformar um raio de luz em uma corrente de elétrons. O desafio é extrair esta corrente das plantas, diz o professor. 

"Para fazer funcionar um eletrodoméstico, simplesmente conecte-o a uma tomada de luz. No caso de uma planta, (ainda) não sabemos onde conectar. Temos buscado um nano plug trabalhando com microalgas", nas quais temos injetado uma enzima que produz hidrogênio com a ajuda de um biorreator, explica. 

As microalgas desenvolveram células que continham a nova enzima e os pesquisadores concluíram então que produzem eletricidade. O professor Yacoby afirmou estar convencido de que será "uma nova era para a agricultura que, depois de ter alimentado os humanos por milênios, poderá ser utilizada para produzir energia". 

"Pensávamos que havia um potencial, mas não sabíamos se funcionaria e funcionou", após quase seis anos de trabalho, contou o cientista. "Consideramos que há muitas coisas que se possam fazer graças aos resultados de nossa pesquisa", acrescentou, dado que, a longo prazo, "reduzirá a contaminação nos setores de transporte e na indústria pesada", por exemplo. No entanto, em sua opinião, levará ainda entre 10 e 20 anos para alcançar isso.

Em Israel, cientistas produzem etanol de resíduos vegetais - ISTOÉ ...
Imagem de https://www.istoedinheiro.com.br

Etanol de resíduos 
Ao mesmo tempo, um grupo de cientistas israelenses desenvolveu uma técnica simples e de baixo custo para produzir etanol de resíduos vegetais tratados com ozônio, respondendo ao aumento da demanda por álcool para uso médico, devido à pandemia de coronavírus. 

Há cinco anos, Hadas Mamane, que dirige o programa ambiental da Universidade de Tel-Aviv, trabalha com sua equipe na reciclagem de resíduos, transformando-os em álcool. A chegada do novo coronavírus aumentou a demanda por gel hidroalcoólico para desinfetar as mãos e levou sua pesquisa para a transformação de resíduos em etanol, usado na fabricação do gel. 

"Constatamos que Israel importava todo etanol para produzir álcool em gel e decidimos fabricar etanol, nós mesmos, com base em resíduos", disse Hadas Mamane à AFP. A técnica, que consiste em injetar pequenas doses de ozônio, permite reduzir os recursos necessários para transformar os resíduos em álcool e, por isso, é mais barata, explica a responsável pelo programa. 

"Conseguimos demonstrar que é possível produzir etanol com um processo simples, que respeita o meio ambiente e que não gera toxinas", acrescentou a pesquisadora. Segundo ela, o estudo tem um grande potencial. 

A cada ano, são produzidas 620.000 toneladas de resíduos vegetais em Israel. Realizado em conjunto com o professor Yoram Gerchman, da Universidade de Haifa (norte), o estudo foi publicado no periódico "Waste and Biomass Valorization". (Com AFP)

FONTE: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/07/26/cientistas-criam-alcool-gel-de-residuos-e-eletricidade-a-partir-de-plantas.htm

domingo, 2 de agosto de 2020

Química na tela: portais de divulgação inovam ensino de ciências (noticia de 2014 que já abordava o tema/necessidade)

17/fevereiro/2014 Publicado em: Educação, USP Online Destaque

Sites de divulgação de química relacionam conteúdos aparentemente inacessíveis a uma interface amigável e parceira do educador.


Foto: Divulgação
Foto: Labiq/ Imagem mostra procedimento para pesagem de sólidos utilizando uma balança analítica

Embora as ciências sejam, ainda hoje, temidas por muitos alunos do ensino médio, o ensino na área encontra na internet a possibilidade de inovar metodologias e atrair a atenção dos estudantes. Na tela do computador, os conceitos científicos ganham vida e sentido no dia a dia dos alunos. Na área da Química, por exemplo, dois portais que contam com a participação de professores da USP se destacam.

Imagem Reprodução QNInt


Criado pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ), o portal Química Nova Interativa (QNInt) indexa e relaciona artigos de publicações como Química Nova e Química Nova na Escola, além de periódicos da SBQ. Editor de conteúdo e professor do Instituto de Química (IQ) da USP, Guilherme Marson ressalta a contribuição do QNInt como fonte confiável de informação na rede. Por estar vinculado à SBQ e se apresentar na forma de portal, sua divulgação tem amplo alcance.

Marson compara o QNInt com o SciELO – biblioteca eletrônica que reúne em um só portal alguns dos periódicos científicos brasileiros mais importantes – e afirma, a partir de dados estatísticos disponíveis no próprio site, que muitos dos artigos publicados em ambos os meios têm, em poucos anos no QNInt, “o mesmo número de acessos em toda a vida do arquivo no SciELO e, isso em si, já mostra que o portal potencializa muito o acesso à informação científica”.

Foto: Divulgação
Foto: Marcos Santos / USP Imagens
2011: Um ano dedicado à Química
Celebrado em 2011, o Ano Internacional da Química contribuiu para que diversos projetos da área pudessem ser desenvolvidos em todo o mundo. No Brasil, o QNInt teve papel essencial na execução de um experimento que visava medir o pH (nível de acidez) das águas em diversos países a  partir da distribuição de kits de medição para estudantes. O chamado Experimento Global da Água contou com grande aderência de brasileiros que, em área de cobertura e experimentos, ultrapassou até mesmo os Estados Unidos. “Todos os dados deveriam ser agrupados e aquilo seria postado em um mapa, buscando encontrar um pH mundial. O QNInt atuou como hub – um concentrador de dados – do projeto no Brasil”, relata Marson.

Ainda em 2011, o QNInt apoiou a criação do projeto 365 dias de Química. Diariamente, eram publicadas a biografia de um cientista e a apresentação de uma molécula. Ao clicar nas representações moleculares tridimensionais, é possível conhecer suas propriedades e ter acesso a informações básicas – como uma “biografia” da estrutura molecular. Os usuários podem navegar pelos textos enquanto as estruturas se modificam de acordo com o que é apresentado. A página oferece, ainda, acesso a um glossário que apresenta os termos relacionados aos assuntos pesquisados e sugestões aos professores de como usar os conceitos em sala de aula.


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação No projeto “365 dias com a Química”, posts destacavam uma molécula por dia.
“É possível selecionar links diretos para outros conteúdos da revista Química Nova na Escola, além de vídeos do site Ponto Ciência – uma espécie de ‘YouTube de experimentos’, correlacionados ao tema”. O professor conta também que, para um usuário que possua interesse pelos temas abordados pela química, o portal oferece diversos recursos organizados e articulados.

Plataforma da ciência
A partir da produção de mais de 350 moléculas durante o Ano Internacional da Química, o professor Marson percebeu que a computação deveria ser parceira do projeto, e não uma barreira. Com o auxílio de um desenvolvedor, foi criada uma plataforma com o objetivo de viabilizar a ampliação do acervo das estruturas moleculares usando ferramentas simples, dispensando o conhecimento prévio de programação. A ideia era produzir uma plataforma amigável, para que cientistas e grupos de pesquisa da Universidade pudessem produzir seus próprios conteúdos para divulgação.

Imagem reprodução Portal LABIQ

O primeiro portal lançado a partir desta plataforma foi o Laboratório Integrado de Química e Bioquímica (Labiq), que traz conceitos básicos de um laboratório de química, além de um índice com materiais digitalizados e multimídias preparados para iniciar os alunos às atividades laboratoriais, como tutoriais para montagem de equipamentos e uso de ferramentas de segurança. O desenvolvimento do Labiq recebeu apoio do edital Pró-InovaLab, da Pró-Reitoria de Graduação da USP. “Se buscava modernizar não só as estruturas físicas do laboratório, mas as metodologias de ensino”, conta Guilherme Marson. Os organizadores do Labiq, assim, desenvolveram conteúdos com procedimentos laboratoriais, visando fornecer ferramentas para que os alunos pudessem se preparar para as atividades de laboratório.

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Foto: Divulgação LABIQ
“No meio desse processo, nós resolvemos ousar um pouco mais na proposta”, revela o professor. O portal foi desenvolvido de forma a facilitar a produção de conteúdos digitais. “A plataforma tem recursos embutidos que nos permitem compartilhar e criar ferramentas multimídias”, explica. Junto a este editor de ferramentas, a equipe articulou um editor de portais para que qualquer grupo da USP ou de qualquer outra universidade brasileira pudessem produzir e revisar conteúdos, como uma contribuição para o que o professor chama de Biblioteca Comum de Aprendizagem. “Digamos que algum parceiro da Geologia ou Biologia se interesse”, exemplifica o professor. “Ele vai ter um portal com a cara dele, e vai produzir seu próprio material que poderá ser utilizado de maneira interdisciplinar por outros grupos que aderirem à plataforma”, explica. A ideia, assim, é que os conteúdos não só se ampliem, mas se inter-relacionem.

FONTE: https://www5.usp.br/40309/quimica-na-tela-portais-de-divulgacao-inovam-ensino-de-ciencias/