segunda-feira, 27 de março de 2023

Liga metálica é cem vezes mais forte que grafeno mesmo em temperaturas extremas 💪💪💪

Reprodução/Images of Elements

Pesquisadores do Lawrence Berkeley National Laboratory divulgaram recentemente os resultados de seus estudos com uma liga metálica de cromo, cobalto e níquel, provando que o material é o mais resistente no mundo. Até cem vezes mais forte que o grafeno, a liga ainda possui a particularidade de se tornar mais resistente em temperaturas baixas, ao contrário da maioria dos materiais.

De acordo com o co-autor da pesquisa, Robert Ritchie, “as pessoas falam da tenacidade do grafeno, mas ela está na faixa dos 4 megapascais por metro,” afirmou em entrevista à Live Science. Enquanto isso, ligas de alumínio usadas na aviação chegam a 35. Já esse material chega de 450 a 500 megapascais por metro.”

Microscopia eletrônica mostrando a fratura na liga metálica após teste de fadiga à -253ºC. 
O material foi considerado o mais resistente do mundo (Imagem: Robert Ritchie/Berkeley Lab)

A resistência dessa liga já era conhecida pelos cientistas há muito tempo, mas o que surpreendeu os pesquisadores foi o seu comportamento em temperaturas negativas extremas. A maioria dos materiais se torna frágil com a diminuição da temperatura, mas a liga de cobalto, cromo e níquel só ficou mais resistente nos testes — e eles chegaram a -253ºC, apenas 20 graus acima do zero absoluto.

O material mais resistente do mundo
Ligas metálicas são materiais cuja composição consiste de um elemento metálico e outros elementos, metais ou não, em menor quantidade inseridos para conferir diferentes propriedades que não estão presentes no metal puro. Entre as mais utilizadas no mundo está o aço, formada por ferro e até cerca de 2% de carbono, mas diversos outros elementos podem ser adicionados.

O aço inoxidável é uma liga metálica que contém ferro, carbono e elementos como cromo, níquel e manganês 
(Imagem: Imagem: Spring9910/Wikimedia Commons)

A liga mais resistente do mundo, porém, faz parte de um grupo conhecido como ligas de alta entropia (do inglês, High Entropy Alloy – HEA). As HEA não possuem um único elemento predominante como acontece com o aço e maioria das ligas metálicas. Todos os seus componentes estão na mesma proporção.

Essa HEA possui excelentes características mecânicas, como alta maleabilidade e ductilidade, o que significa que ela pode ser altamente flexionada sem se romper. Um dos mecanismos que permite isso é a capacidade dos átomos dessa liga se deslocarem sob pressões elevadas.

Possíveis usos da nova liga metálica
Os cientistas dizem que são necessários mais testes antes de colocar o material em uso prático. Um grande problema para isso também é seu preço, já que dois de seus elementos (níquel e cobalto) possuem um valor proibitivo para aplicações cotidianas.

Carros movidos pela combustão de hidrogênio estão sendo testados ao redor do mundo
(Imagem: Divulgação/GAC Motors)

De qualquer forma, especialistas estão otimistas com as possibilidades para o futuro. A liga pode ser aplicada em estruturas espaciais ou mesmo aqui na Terra. Sua alta resistência pode ser a chave para transportar o combustível em carros movidos a hidrogênio, por exemplo.

Além disso, Ritchie espera encontrar mais ligas metálicas com características tão surpreendentes quanto essa. “Há 50 elementos utilizáveis na tabela periódica, pegando combinações de três a deles, há milhões de possibilidades,” conclui.


Via: https://canaltech.com.br/inovacao/liga-metalica-e-cem-vezes-mais-forte-que-grafeno-mesmo-em-temperaturas-extremas-234922/



domingo, 26 de março de 2023

Hidrogênio "Verde"!! (uaaauuu ♻️♻️♻️♻️)

    https://www.instagram.com/p/CdMVloysXc7/?igshid=MDJmNzVkMjY=

⚠️ Atualmente, a maior parte do hidrogênio (H₂) utilizado no mundo é fabricada a partir da reforma a vapor do metano (CH₄ + H₂O → CO + 3 H₂) presente no gás natural, o que dá origem ao chamado de H₂ cinza (aqui no feed já falamos sobre as diversas cores do H₂). Devido a isso, cientistas buscam, há um bom tempo, o desenvolvimento de novas tecnologias mais limpas para a obtenção do gás combustível.

♻️ Dentre esses novos processos, o de maior potencial se baseia na eletrólise da água utilizando células a combustível: técnica na qual a molécula de H₂O é clivada e transformada nos gases hidrogênio e oxigênio (2 H₂O → 2 H₂ + O₂). Quando esse processo é realizado utilizando energias renováveis como a solar e a eólica, o gás obtido é chamado de H₂ verde.
🛑 Contudo, o maior obstáculo para a comercialização dessas células está no seu preço: elas são caras porque usam eletrodos de platina e titânio na placa de separação entre catodo e anodo.
🧐 Para contornar esse empecilho, pesquisadores da Coreia do Sul criaram um novo tipo de membrana que dispensa o uso da platina e utiliza ferro, um metal mais barato, no lugar do titânio. Segundo os cientistas, o custo de fabricação desse novo tipo de célula seria reduzido em aproximadamente 3000 vezes em comparação aos custos atuais, o que representaria um gigantesco passo na popularização dessa tecnologia.
👉🏽 Ainda conforme os pesquisadores, outro fator crucial da pesquisa é que a nova membrana também poderia funcionar no modo reverso, ou seja, recombinando o H₂ com o O₂ atmosférico em um processo de combustão muito similar àquele que utiliza combustíveis fosseis, mas com a vantagem de não produzir nenhum tipo de poluição a não ser vapor de água como produto final (2 H₂ + O₂ → 2 H₂O).
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📓 High-Performance Anion Exchange Membrane Water Electrolyzers with a Current Density of 7.68 A cm⁻² and a Durability of 1000 Hours, Energy & Environmental Science, 2021, vol. 14, p. 6338.