segunda-feira, 26 de abril de 2021

Marie Skłodowska Curie: Breve biografia e possibilidades no Ensino de Ciências (Química, Física e Biologia) 📱📙📚📌

 por KAROLINE S. TARNOWSKI



(Créditos: MarinAmaral/Reddit)

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Produto Educacional
Slides de apresentação
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Quem nunca ouviu falar sobre Marie (Skłodowska) Curie? Numa área científica como a nossa, geralmente vimos que ela foi laureada com dois prêmios Nobel, um em Física e o outro em Química, ou ainda que descobriu os elementos químicos polônio e rádio.

(Créditos: SoCientífica)

Mas ao conhecermos sua história de vida, podemos perceber que reduzi-la unicamente a tais fatos científicos oculta outros elementos de sua história que poderiam ser utilizados para a compreensão de contextos históricos, sociais, políticos e, claro, científicos!

(Créditos: Hong Kong 01)

Por isso, no meu trabalho de mestrado pesquisei sobre a biografia de Marie Curie e as potencialidades no Ensino de Ciências (Química, Física e Biologia), além de propor as três ações de ensino dentro dessa temática, denominadas “Episódios de Ensino”.

Dissertação: “A história de Marie Skłodowska Curie viabilizando a Alfabetização Científica e Tecnológica
Produto Educacional: “Marie Skłodowska Curie – Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciências


Produto Educacional

O Produto Educacional apresenta inicialmente uma breve biografia fotográfica (na dissertação há um capítulo sobre) e materiais de apoio para aprofundamento. Depois traz cada uma das três sequências didáticas, com diversos materiais para serem baixados! Como o arquivo é digital, consegui colocar botões clicáveis para facilitar a navegação no PDF! 😀 Abaixo se encontra uma prévia do arquivo. Clique no botão ⤢ para ampliar. 🙂


Slides de apresentação

Se alguém tiver interesse, fiz esses slides sobre o Produto Educacional. Também está no final desse post, nos downloads😉 Eles trazem de forma mais resumida algumas informações do Produto, que podem ajudar a fazer uma análise mais geral a partir dos quadros fluxogramas!

● Breve biografia fotográfica (9-17)
● Episódios de Ensino (22-31)
ㅤ○ História e Natureza da Ciência a partir da história de vida de Marie Curie (23-25)
ㅤ○ Os Prêmios Nobel de Marie Curie (26-28)
ㅤ○ Aspectos biológicos das radiações ionizantes (29-21)

Downloads

● Página com mais informações (Acessar)
● Dissertação (Baixar)
● Produto Educacional (Baixar)
ㅤ○ Episódio de Ensino I – Materiais (Consultar pág. 26) | Slides da aula (Baixar)
ㅤ○ Episódio de Ensino II – Materiais (Consultar pág. 61) | Slides da aula (Baixar)
ㅤ○ Episódio de Ensino III – Materiais (Consultar pág. 113) | Slides da aula (Baixar)
● Slides de apresentação do Produto Educacional (Baixar)


FONTE: https://quimicaempratica.com/2021/02/22/marie-sklodowska-curie-breve-biografia-e-possibilidades-no-ensino-de-ciencias-quimica-fisica-e-biologia/

quinta-feira, 22 de abril de 2021

O tempo dos professores deve ser ocupado no processo de ensino e não em burocracias

Recomendação do Conselho Nacional de Educação lembra que aos docentes é pedida uma série de tarefas que "não se compagina" com a condição docente.
por CLARA VIANA
CNE diz que os alunos têm sido esquecidos
imagem de https://www.publico.pt
O Conselho Nacional de Educação (CNE) defendeu, nesta quinta-feira, que para garantir o sucesso escolar dos alunos é necessário “recentrar a missão docente no essencial ou seja, no processo de ensino/aprendizagem”, em vez de se sobrecarregar os docentes, cada vez mais, com outras tarefas que nada têm a ver com aquele que deve ser o exercício da sua profissão.

“Torna-se evidente que a condição docente não se compagina com a multiplicidade de tarefas que lhe são presentemente atribuídas, antes exige que beneficie de condições de trabalho e de aperfeiçoamento, permitindo-lhe cumprir melhor a sua missão e adaptar-se de forma contínua às novas situações”, escreve o CNE.

Entre estas tarefas que atualmente desviam os professores da sua “missão essencial”, figuram “a sobrecarga de reuniões e de múltiplas tarefas de natureza burocrática”, como por exemplo o preenchimento de aplicações instaladas em plataformas electrônicas, que “poderiam ser desenvolvidas por assistentes técnicos”, destaca o CNE num parecer sobre a condição docente.

Segundo o CNE, recentrar a missão docente no processo de ensino/aprendizagem exigirá também que se defina “com clareza, as funções e as atividades que são de natureza lectiva e as que são de outra natureza, substituindo os normativos vigentes sobre esta matéria por um diploma claro, conciso e completo”. "O estatuto dos professores já vai na 15.ª revisão", exemplificou, em declarações à Lusa a conselheira Conceição Ramos, que foi a relatora deste parecer, lembrando que estas mudanças “afetam o que faz o professor”.

O CNE, que é um órgão consultivo do Parlamento e do Governo, alerta que “nos últimos anos, as condições de trabalho dos docentes nas escolas têm vindo a tornar-se mais difíceis”, o que contribui para que se registem “processos de stress e burnout [exaustão] ”. Para o agravamento das condições de trabalho dos docentes têm pesado a existência de salas de aulas “que não respeitam a norma que limita a dois por turma os alunos com necessidades educativas especiais e o número elevado de turmas, alunos e níveis atribuídos a muitos docentes, designadamente os quem leccionam disciplinas com cargas horárias mínimas”.

Por outro lado, refere o CNE, “não deve ser esquecida a realidade gerada pelos agrupamentos que, amiúde, deu lugar a deslocações de professores entre escolas que, em alguns casos, distam dezenas de quilômetros entre si”. O conselho destaca também a “degradação da vida familiar e social dos alunos, que hoje está muito associada a situações de desemprego e empobrecimento”, que têm contribuído “para gerar um clima de conflitualidade na escola”.

 Conselho Nacional de Educação lembra neste parecer algumas das características do “perfil demográfico” actual do universo dos docentes, nomeadamente o seu “envelhecimento crescente e constante” e o “desequilíbrio quanto ao género em todos os níveis de ensino, sendo o corpo docente maioritariamente feminino”.

Ouvir os alunos
Num outro parecer sobre a organização da escola e a promoção do sucesso escolar, também aprovado nesta quinta-feira, o CNE recomenda que “se ouçam os alunos, que tão esquecidos são, e se escute cuidadosamente o muito que têm para dizer e sugerir, em liberdade, em ordem à melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem”.

Neste parecer considera-se também que a diminuição do número máximo de alunos por turma (que actualmente pode ir até aos 30), já prometida pelo Governo e que se encontra também em apreciação no Parlamento, “pode constituir um sinal relevante para as escolas, os professores, os alunos e os pais”. O CNE pretende que esta medida “seja progressivamente implementada com prioridade para os ciclos iniciais de educação”.

O conselho considera também que “o ensino profissional deve continuar a ser valorizado positivamente” e alerta, a este respeito, “para a necessidade de se escapar à tentação de criar percursos pobres para alunos com baixo rendimento escolar e com repetências sucessivas”.

“Aquilo que esta franja de alunos mais reclama não é só uma atenção especial e redobrada dos órgãos pedagógicos da escola, como um enriquecimento curricular das propostas educativas que lhes sejam proporcionadas e ainda a uma afectação dos recursos mais qualificados”, frisa-se neste documento. Por estas razões, o CNE recomenda ao Ministério da Educação que incentive “apenas os projectos escolares que fazem dos cursos profissionais uma alternativa positiva e com reconhecimento na comunidade”.

FONTE: https://www.publico.pt/2016/06/09/sociedade/noticia/o-tempo-dos-professores-deve-ser-ocupado-no-processo-de-ensino-e-nao-em-burocracias-1734631




segunda-feira, 12 de abril de 2021

300 aplicativos educacionais abertos para usar em sala de aula 💽🖥️🖱️📲

Para inovar no processo de ensino-aprendizagem, projeto nascido na UFRGS reúne softwares para Android que podem ser usados e modificados livremente
por Maria Victória Oliveira 
reprodução da página do software

Já imaginou se uma tabela reunisse vários aplicativos livres para celulares e tablets do sistema Android? E se essa tabela também apresentasse indicações de quais disciplinas poderiam usar o recurso? Melhor ainda, não é? Pois agora isso existe, graças ao projeto “Software Educacional livre para Dispositivos Móveis”. (clique no nome em vermelho)

Elaborada pelo professor Paulo Francisco Slomp e pelo estudante André Ferreira Machado, ambos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a tabela reúne 305 aplicativos, que podem ser usados como complemento para o processo de ensino-aprendizagem. Desses, 78 servem para a educação infantil, 154 para os anos iniciais do ensino fundamental, 173 para os anos finais do ensino fundamental, 181 para o Ensino Médio e 203 para o Ensino Superior.

Para quem não sabe, o nome software livre significa, no caso da tabela, que o aplicativo é um REA (Recurso Educacional Aberto). A sigla, por sua vez, é usada para designar um material educativo licenciado de forma pública, permitindo que qualquer pessoa interessada use ou adapte o conteúdo da forma como preferir.

Os aplicativos que figuram na tabela começaram a ser analisados em abril de 2015. O projeto foi finalizado em fevereiro de 2016, quando a compilação foi lançada de forma aberta ao público, tanto para visualizações quanto para contribuições. “A tabela está sob uma licença de Creative Commons. A gente selecionou mais de 300 aplicativos, mas eles surgem a todo instante. Mantendo a tabela aberta, cada um pode colocar novos aplicativos que nós não conhecemos”, defende Ferreira. Segundo ele, essa é exatamente a filosofia do software livre.

Dentro da tabela, o material também é dividido por área de conhecimento. Entre elas: acessibilidade, biologia, educação física, educação artística, ensino religioso, física (subdividida em categorias como acústica, astronomia e atmosfera), geografia (também subdividida em categorias como atmosfera, bússola, capitais e mapas), idiomas (bibliotecas, catalão, coreano, entre outras), informática (redes e programação), jogo, matemática (álgebra, ângulos, aritmética, calculadora financeira,  entre outras), medicina, música, química (eletroforese, isótropos, jogo, moléculas e tabela periódica) e sociologia.

Navegando pelo mapeamento, é possível perceber que algumas áreas contam com maior número de recursos disponíveis. Para matemática, por exemplo, existem 61 aplicativos; física conta com 25 e geografia com 33. “Existe uma grande quantidade de aplicativos para áreas de ciências e exatas, além de geografia. É uma opinião pessoal, mas eu acho que as pessoas que desenvolvem os aplicativos são mais inclinadas a ciências exatas, por isso o maior número”, defende Ferreira.

Mudança de planos

Apesar do resultado final, o projeto surgiu com uma proposta diferente. “Em 2013, eu e meu orientador percebemos que tinha uma categoria na Wikipedia em inglês só sobre software educacional livre, e que essa mesma categoria não existia em português. Então nós começamos a traduzir os artigos para nossa língua”, relata o estudante de matemática da UFRGS, André Ferreira. Ele conta que, no meio desse processo, surgiu a ideia de criar uma tabela para catalogar alguns dos programas citados nos artigos. Em 2014, a proposta resultou em uma tabela de softwares educacionais livres para desktop (computadores de mesa).

Entretanto, com o aumento do uso de smartphones, o projeto tomou uma nova direção. “Depois que nós fizemos a tabela de programas para desktop, pensamos em fazer uma versão para dispositivos móveis, já que o uso desses aparelhos está cada vez maior no Brasil”, explica.

A escolha pela tabulação de aplicativos do sistema Android, segundo Ferreira, foi por uma questão prática. “A iTunes Store (a loja da Apple, que usa sistema operacional IOS) não aceita aplicativos sob licenças livres. Já a Google Play Store (loja do sistema operacional Android) aceita diferentes tipos de licenças livres, menos a GPL (do inglês, Licença Pública Geral).

Critérios de Seleção

O principal critério utilizado para a seleção dos aplicativos foi a finalidade educacional. Durante o processo de avaliação dos softwares, Ferreira e Slomp utilizaram, entre outras, uma lista do site F-Droid, que reúne um catálogo de softwares gratuitos de código aberto para Android.

Segundo Ferreira, o F-Droid tem uma categoria chamada Ciência e Educação. Juntamente com o seu orientador, ele fez o download e avaliou cada programa dessa área, para depois colocá-lo na tabela. “Nesse processo, nós percebemos que muitos softwares não estão categorizados como Ciência e Educação, mas podem ser usados com uma finalidade educacional. Por exemplo: nós encontramos um aplicativo de mapas, que está na categoria Navegação. Tudo bem, isso ajuda a velejar, mas também pode ser usado em sala de aula”, explica o estudante de matemática.

Diante dessa possiblidade, a dupla decidiu analisar todos os programas disponíveis na plataforma até dezembro de 2015. Ao todo, foram 1700 aplicativos avaliados. “Nós analisamos a interface, o idioma e como o aplicativo funciona de maneira geral. Nós instalamos em um tablet para testar aqueles que nós consideramos que poderiam ser usados”.

A tabela está disponível em português, e também conta com versões em inglês,espanholfrancês e italiano.

FONTE: http://porvir.org/300-aplicativos-educacionais-abertos-para-usar-em-sala-de-aula/

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Pesquisa da USP descobre como é reação química que transforma açúcar em energia 🧁🍰🎂🍮🍭🍬🍫

Mecanismo era mistério há mais de 50 anos. Estudo inédito realizado em São Carlos foi capa de uma das revistas mais respeitadas do mundo na área química.


Cientistas pesquisam geração de energia a partir do açúcar

Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, descobriram como é a reação química que transforma o açúcar em energia elétrica. O mecanismo de reação era um mistério para a comunidade científica há mais de 50 anos. A pesquisa inédita é capa deste mês da Royal Society of Chemistry, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo na área química.

A pesquisa
Foram cinco anos de estudo até o resultado inédito. Primeiro, os cientistas colocaram fermento biológico, o mesmo usado para fazer pão, no açúcar refinado. Com a fermentação, o açúcar vira álcool.

A doutoranda de química da USP de São Carlos Graziela Sedenho (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)
A doutoranda de química da USP de São Carlos Graziela Sedenho (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)

Os pesquisadores acrescentaram um eletrodo com uma proteína chamada ADH ou álcool desidrogenase, que é uma enzima encontrada no corpo humano e em alimentos como o tomate.

“A proteína é capaz de extrair os elétrons - que são partículas carregadas - do etanol, gerando então eletricidade. E esse processo é bem rápido. Em cerca de 10 minutos nós já temos corrente elétrica”, disse a doutoranda de química Graziela Sedenho.

Desvendando o mistério
O equipamento mede a intensidade da corrente elétrica. A experiência brasileira desvenda um mistério. Há mais de 50 anos, pesquisadores do mundo inteiro tentavam descobrir de que forma a proteína agia quando entrava em contato com o álcool. Pela primeira vez, os cientistas conseguiram comprovar como é essa reação química, que transforma o açúcar em energia elétrica.

O professor Frank Crespilho da USP de São Carlos (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)
O professor Frank Crespilho da USP de São Carlos (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)

A ação da enzima para produzir energia não é a única descoberta. “A outra novidade foi que no mesmo sistema nós conseguimos realizar duas reações ao mesmo tempo, ou seja, tanto o fungo quanto a proteína atuavam ao mesmo tempo pra gerar o etanol e gerar a eletricidade, o que nunca tinha sido comprovado anteriormente”, disse o professor do Instituto de Química Frank Crespilho.

Meio ambiente
A experiência pode trazer vantagens para o meio ambiente.
"A utilização de microorganismos para decomposição da matéria orgânica em lagos e rios, descontaminando o meio ambiente e mesmo assim, gerando eletricidade e também gerando bioenergia, ou seja, extraindo eletricidade de qualquer fonte de açúcar presente em frutas, legumes e outros tipos de plantas”, afirmou Crespilho.

FONTE: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/pesquisa-da-usp-descobre-como-e-reacao-quimica-que-transforma-acucar-em-energia.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-smart&utm_campaign=share-bar

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Em testes, droga contra câncer diminui efeitos de proteínas do Sars-CoV-2 💊💉🩸

 

O vírus Sars-CoV-2 (Foto: NIAID)

Em experimentos com moscas-de-frutas (Drosophila) e linhagens de células humanas, cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Maryland (UMSOM), nos Estados Unidos, descobriram que o medicamento anticâncer, selinexor, pode diminuir os efeitos prejudiciais de proteínas do vírus da Covid-19, o Sars-CoV-2.

Os pesquisadores publicaram a descoberta na quinta-feira (25), no jornal científico Cell & Bioscience. O líder do estudo, Zhe Han, professor associado do Centro de Modelagem de Doença de Precisão na UMSOM, aponta em comunicado que o fármaco pode proteger o organismo de células já infectadas por proteínas virais – algo que não faz o medicamento remdesivir, usado para tratar o ebola.

O remdesivir, que é aprovado no Brasil, foi recentemente alvo de estudos para verificar se ele poderia também tratar Covid-19, pois supostamente o medicamento evitaria a multiplicação do Sars-CoV-2. Mas, sua possível eficácia contra a doença foi descartada por uma pesquisa publicada no renomado periódico The Lancet.

Como alternativa, Han acredita que o selinexor pode ser uma esperança. "Nosso trabalho sugere que há uma maneira de evitar que o Sars-CoV-2 lesione os tecidos do corpo e cause danos extensos", diz o pesquisador.

No estudo, antes dos testes com selinexor, os cientistas consideraram que o coronavírus infecta as células e as sequestra, fazendo com que ocorra produção de proteínas e cada um de seus 27 genes.

Estrutura do Selinexor (<-- clique e saiba mais)

Ao introduzirem esses genes em células humanas e em 12 linhagens de mosca-da-fruta, observou-se a produção de proteínas virais tóxicas ao organismo. A mais tóxica de todas as proteínas foi a Orf6, que matava cerca de metade das células humanas infectadas, de acordo com o estudo. Depois dessa, as vilãs eram as proteínas Nsp6 e Orf7a, que aniquilavam cerca de 30 a 40% das células de seres humanos.

Já nas moscas-da-fruta, foi possível notar que sempre que elas produziam em seus pequenos corpos qualquer uma das três proteínas virais tóxicas, havia bem menos chance desses seres voadores sobreviverem até a idade adulta. Algumas delas apresentaram até problemas pulmonares e menos mitocôndrias (fábricas de energia) em suas células musculares.

Em seguida, os pesquisadores analisaram a proteína viral Orf6 e viram que ela era a mais tóxica pois aderia às proteínas humanas infectadas pelo coronavírus. Mais precisamente, agiam nas proteínas XPO1, que transportam material genético para fora do núcleo das células.

Mosca-de-fruta Drosophila melanogaster se alimentando de uma banana
(Foto: Wikimedia Commons )

Mesmo sendo nocivo, o que o medicamento selinexor faz então é atuar nas XPO1, evitando a propagação da doença pelo corpo. Depois que os pesquisadores tentaram aliviar a toxicidade do fármaco, eles concluíram que a droga melhorava as chances de sobrevivência de células humanas infectadas pelo coronavírus em 12%.

A morte prematura em moscas caiu, por sua vez, em 15%, sendo que os ramos dos pulmões dos insetos e suas mitocôndrias foram restaurados. Os cientistas norte-americanos enxergam nisso uma possibilidade de tratamento, já que o selinexor é aprovado pela agência federal de saúde Food and Drug Administration (FDA).

"Mais de 1 mil medicamentos aprovados pela FDA estão em testes clínicos para testar possibilidades de tratamentos para Covid-19 e, felizmente, um teste para testar o selinexor, o medicamento usado em nosso estudo, já está sendo realizado", conta Han. “Se este ensaio for bem-sucedido, nossos dados terão demonstrado o mecanismo subjacente pelo qual a droga funciona”.

FONTE: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2021/03/em-testes-droga-contra-cancer-enfraquece-proteinas-do-sars-cov-2.html