sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Malha de carbono pode triplicar vida útil de pontes e viadutos 🛣️

Imagem de https://www.tecmundo.com.br/ciencia

Reparar estruturas de concreto é um trabalho constante por conta da ação do tempo e das intempéries – aumentar a vida útil não somente das construções como também dos reparos é o que faz o método de reforço estrutural desenvolvido por pesquisadores do Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia de Construção (KICT), usando uma malha de carbono não inflamável e uma argamassa de cimento 50% reforçada com escória de alto-forno (um subproduto da produção de ferro gusa, que é seco e moído).

O produto foi pensado para a situação da Coreia do Sul (mais de 90% da infraestrutura do país foi erguida em concreto, de edifícios a pontes, postes e túneis), mas pode ter aplicações em qualquer lugar.

Hoje, para reparar estruturas, são usadas folhas de fibra de carbono normalmente aplicadas ao concreto deteriorado usando-se adesivos orgânicos, que têm a desvantagem de serem inflamáveis e ainda contraindicados para superfícies úmidas (elas descolam e podem cair de onde estiverem fixadas).

Como são fabricadas as placas de TRM (na figura a, pode-se ver a malha de carbono).
Imagem de https://www.tecmundo.com.br/ciencia

Adesivo à prova d'água

O método desenvolvido pelo engenheiro de materiais Hyeong-Yeol Kim e equipe usa folhas de carbono, mas em forma de grade têxtil, inseridas em painéis de argamassa pré-moldada (textile reinforced mortar, ou TRM) de dois metros quadrados e 20 milímetros de espessura.

Eles são fixados à superfície que precisa de reparos com argamassa de cimento, em vez de adesivos orgânicos. Seu uso ainda se estende a construções pré-moldadas, reduzindo os custos em 40% e melhorando a resistência ao fogo.


As placas de TRM são fixadas em uma estrutura com o concreto degradado.
Imagem de https://www.tecmundo.com.br/ciencia

Os painéis, aplicados em superfícies molhadas, não sofrem corrosão nem pelo sal do mar. Nos testes realizados no KICT, mesmo exposta à maresia, o material suportou o dobro da carga de similares sem a malha de carbono; sua vida útil calculada é superior a um século.

FONTE: https://www.tecmundo.com.br/ciencia/207117-malha-carbono-triplicar-vida-util-pontes-viadutos.htm

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Cientistas inventam pasta de hidrogênio que pode substituir a gasolina 💥💨

Se você acha que o futuro são apenas veículos elétricos, pode estar enganado. Cientistas inventaram uma pasta de hidrogênio que armazena até dez vezes mais energia que baterias.

Imagem de engenhariahoje.com

Os pesquisadores responsáveis pela invenção dessa pasta são do Fraunhofer Institute for Manufacturing Technology and Advanced Materials (IFAM), na Alemanha e nomearam como Power Paste.

A pasta é uma forma segura de se usar o hidrogênio e não é poluente. Também é uma mistura em pó de magnésio e hidrogênio que resulta em hidreto de magnésio, que incluído um éster, é possível armazenar em um cartucho.

Benefícios
  • Não evapora se deixar o carro sob a luz do Sol
  • Densidade de armazenamento de energia superior à fornecida por um tanque de alta pressão
  • Reabastecimento rápido com apenas uma troca de cartucho
  • Transporte de unidades extras
  • Sem necessidade de postos de combustíveis

Piloto de Power Paste em 2021
O IFAM está atualmente construindo uma planta de produção para Power Paste no Centro de Projetos Fraunhofer para Armazenamento de Energia e Sistemas ZESS. Prevista para entrar em operação neste ano, esta nova instalação será capaz de produzir até quatro toneladas de Power Paste por ano.



FONTE: https://engenhariahoje.com/tecnologia/cientistas-inventam-pasta-de-hidrogenio-que-pode-substituir-a-gasolina/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Covid-19: medicamento espanhol (Plitidepsina)reduz quase totalmente carga viral do SARS-CoV-2

Experiências em ratinhos do fármaco plitidepsina (usado em tumores) concluíram, para já, que reduzia em 99% a carga viral do SARS-CoV-2 nos pulmões dos animais. Agora é preciso reproduzir estes resultados em pessoas.

imagem de www.publico.pt

Um medicamento espanhol testado em ratinhos, por cientistas em França e nos Estados Unidos, demonstrou uma redução quase total da carga viral do novo coronavírus, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (25/01/2021) na revista Science.

Em experiências realizadas em animais com o fármaco plitidepsina, medicamento com autorização limitada no tratamento do mieloma múltiplo (um cancro na medula óssea), o resultado foi uma eficácia antiviral e toxicidade prometedoras, segundo a empresa espanhola que o produz, a PharmaMar, com elementos na equipa que assina o artigo científico. Os autores alegam que a plitidepsina é o composto que demonstrou ser mais eficaz nessas experiências e defendem que deve ser testado em ensaios clínicos (em pessoas) alargados.

Em duas experiências animais diferentes em que havia infecção com o SARS-CoV-2, foi alcançada uma redução de 99% das cargas virais nos pulmões tratados com plitidepsina.

Estrutura da plitidepsina
(clique aqui 👆 e saiba mais)

No artigo publicado na Science, os investigadores notam que, embora a toxicidade seja uma preocupação em qualquer antiviral, o perfil de segurança da plitidepsina em humanos está comprovado.

O medicamento age bloqueando uma proteína humana (a eEF1A) que está presente nas células e que é usada pelo novo coronavírus para se reproduzir e infectar outras células. “Acreditamos que os nossos dados e os resultados positivos iniciais do ensaio clínico da PharmaMar sugerem que a plitidepsina deve ser seriamente considerada para ampliar os ensaios clínicos de tratamento da covid-19”, consideram os investigadores em comunicado da empresa desta terça-feira.

"Acreditamos que os nossos dados e os resultados positivos iniciais do ensaio clínico da PharmaMar sugerem que a plitidepsina deve ser seriamente considerada para ensaios clínicos ampliados para o tratamento da covid-19", destacam os pesquisadores.

A empresa recorda, na mesma nota divulgada nesta terça-feira, que diante da contínua propagação global da doença e do crescente desespero para encontrar um tratamento, o diretor do Instituto Quantitativo de Biociências da Universidade da Califórnia, Nevan Krogan, uniu forças com pesquisadores da Universidade da Califórnia, do Instituto Gladstone, da Escola de Medicina Icahn do Monte Sinai, do Instituto Pasteur e do Instituto Médico Howard Hughes, para a busca de um tratamento.

No momento, a PharmaMar negocia com vários órgãos reguladores para iniciar os ensaios previstos para a fase III.

FONTEs: 

https://www.publico.pt/2021/01/26/ciencia/noticia/covid19-medicamento-espanhol-reduz-quase-totalmente-carga-viral-sarscov2-1947976

https://en.m.wikipedia.org/wiki/Plitidepsin

https://www.efe.com/efe/brasil/mundo/antiviral-espanhol-reduz-99-da-carga-viral-do-novo-coronavirus-diz-estudo/50000243-4450105

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

USP desenvolve teste rápido de covid-19 para testagem em massa 💉🩸🧬

Mais barato que os testes de farmácia, o dispositivo também revela anticorpos em quem já tomou vacina contra a covid-19

Biossensor para teste rápido de covid-19 desenvolvido no Instituto de Química de São Carlos da USP é de baixo custo e revela se a pessoa já possui anticorpos – Foto: Karla Castro/ doutoranda do IQSC

Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP desenvolveram um teste rápido para covid-19, com custo aproximado de R$ 30. Até cinco vezes mais barato que os testes convencionais encontrados nas farmácias, que hoje são vendidos por cerca de R$ 140, o dispositivo foi criado para facilitar a testagem em massa no Brasil. A tecnologia também será capaz de revelar se a pessoa que tomou uma determinada dose de vacina já produziu anticorpos.

Denominado Teste Popular de Covid-19, o dispositivo analisa uma gota de sangue retirada do paciente em busca de anticorpos que permitam detectar a doença. A estratégia empregada para baratear sua produção foi otimizar a quantidade de insumos do material e utilizar nanopartículas para a localização dos anticorpos. Desenvolvidas no IQSC, essas nanopartículas possuem uma molécula sonda, que fica na cor vermelha quando entra em contato com algum anticorpo. A molécula foi obtida em parceria com a BioLinker, empresa brasileira de biotecnologia.

Segundo Frank Crespilho, professor do IQSC e coordenador da pesquisa, esse método é muito similar aos encontrados nas farmácias. No entanto, é mais preciso, barato, requer menos reagentes e pode ser produzido integralmente no Brasil. O docente conta que sua equipe desenvolveu o teste em cerca de quatro meses, o que é considerado tempo recorde. Agora, de acordo com Crespilho, a ideia com a nova tecnologia é favorecer as populações mais vulneráveis:

“Temos que pensar na população brasileira, esse é o papel da USP. Todos os dias acordo feliz por ter o privilégio de coordenar uma equipe que está trabalhando incessantemente para produzir ciência de alto nível. A proposta é fazer uma análise em massa da população, com um custo bem mais competitivo e viável para a nossa realidade econômica.”

Crespilho é coordenador do Grupo de Bioeletroquímica e Interfaces do IQSC, coordenador da Rede MeDiCo, a Rede de Pesquisa em Covid-19 USP/Capes, recentemente aprovada em edital de seleção emergencial da Capes, e vice-coordenador do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA), Polo de São Carlos.

Os testes já estão em fase de validações e, atualmente, a leitura e interpretação dos resultados são realizadas em aproximadamente 10 minutos – Foto: Karla Castro/ doutoranda do IQSC

A doutoranda Karla Castro, do IQSC e pesquisadora da rede MeDiCo, também participou do estudo. “Estamos buscando inovar em aspectos tecnológicos que permitam a realização de testes de uma forma mais rápida, não perdendo sua seletividade e especificidade. O procedimento de testagem utilizado no Teste Popular de Covid-19 da USP é de fácil execução e não demanda estrutura laboratorial. Os testes já estão em fase de validações e, até o presente momento, a leitura e interpretação dos resultados são realizadas em aproximadamente 10 minutos”, diz a cientista.

Os pesquisadores explicam que o novo teste traz um caráter inovador, pois ele será capaz de revelar se o indivíduo produziu anticorpos após receber uma determinada dose de vacina, podendo auxiliar o médico a identificar a necessidade de acompanhamento do paciente no processo de imunização. Além disso, o dispositivo permitirá ainda o rastreamento de imunidade de variantes do vírus.

Mona Oliveira, chefe científica e fundadora da BioLinker, empresa parceira no estudo, diz que será possível, baseando-se neste primeiro resultado, desenvolver novas moléculas específicas e produzir os insumos biotecnológicos de forma rápida, com baixo custo e alta performance. “Nosso objetivo é viabilizar a aplicação de testagem em massa. O grupo do professor Crespilho é referência internacional em desenvolvimento de biossensores e nosso colaborador em projetos de pesquisa aplicada e inovação. Com a pandemia, vimos uma excelente oportunidade em participar do desenvolvimento dos bioligantes (moléculas sondas) para detecção de anticorpos do coronavírus”, finaliza Mona Oliveira.

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O teste já está pronto para produção em larga escala e passará, em breve, pela regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é de que o produto esteja disponível para comercialização em até dois meses.

Por Henrique Fontes, da Assessoria de Comunicação do IQSC

Mais informações: e-mail  jornalismo@iqsc.usp.br, com Henrique Fontes

FONTE: https://jornal.usp.br/ciencias/usp-desenvolve-teste-rapido-de-covid-19-para-testagem-em-massa/?utm_campaign=redes-sociais%3A012021%3Ae&utm_medium=social-organic&utm_source=facebook%3Anewsfeed