sexta-feira, 29 de maio de 2020

Você sabia???????? Se não... visite o instagram de Prof. Glauber











Recomendo o instagram @glaubergonçallves,
váaarias postagens ótimas!!!


Referências:
Quim. Nova, Vol. 26, No. 4, 523-530, 2003
Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2012 jan-fev;10(1):29-38
DOI: 10.1590/S1413-41522017128719
DOI: 10.1590/0102-311X00056715
DOI: 10.1590/S1413-41522012000200002

terça-feira, 26 de maio de 2020

De peças para aviões a cerveja artesanal: profissionais da Química estão presentes em vários setores

Tecnologia, alimentos e meio ambiente estão entre as áreas mais promissoras para a profissão
POR CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA
em 22/05/2020 
Cervejas artesanais crescem no país, tendo como responsável técnico na área de produção um químico Foto: Banco de Imagens
Cervejas artesanais crescem no país, tendo como responsável técnico na área de produção um químico Foto: Banco de Imagens
Há sempre um novo elemento na vida do profissional da Química. Muitos descobriram a paixão pela ciência ainda crianças, movidos pela curiosidade. Na escola, tiveram noções teóricas e práticas. No mercado de trabalho, conheceram a enorme variedade de setores que dependem diretamente da Química: medicamentos, cosméticos, comida, bebida, petróleo, carros, aviões, combustíveis, energia. E as atividades profissionais também são múltiplas, da pesquisa à produção industrial, do ensino à fiscalização, da perícia ao controle de qualidade.

Para Raquel Bombarda, paulista de São José do Rio Preto, foi uma surpresa descobrir, em 2009, que havia vaga para químico no concurso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Aprovada, mudou-se em 2011 para Brasília, para trabalhar na Embrapa Agroenergia.

—  A vaga tinha meu perfil, eu era formada em Química, com mestrado em Engenharia de Alimentos. A Embrapa Agroenergia trabalha com processos ligados ao aproveitamento de resíduos da agricultura, deixando de poluir o planeta e agregando valor ao que antes era lixo. Temos um andar inteiro de laboratório para química analítica, que é a área onde trabalho — diz Raquel, que, quando pequena, gostava de misturar plantas para fabricar “veneno para formigas”.

Orientadora de mestrado e doutorado da UnB, a professora Sandra Luz também se interessa pela Química desde criança.

— Eu comia sabão para saber o gosto — diverte-se.

Sandra entrou na área de pesquisa aos 17 anos, com um estágio no Instituto de Estudos Avançados no Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos (SP).

— Comecei na área nuclear, tive que esperar seis meses, até completar 18 anos, para entrar no laboratório e poder mexer com urânio, plutônio, radônio.

Sandra Luz dedica-se à avaliação de impacto ambiental para tornar veículos mais leves e sustentáveis Foto: Divulgação
Sandra Luz dedica-se à avaliação de impacto ambiental para tornar veículos mais leves e sustentáveis Foto: Divulgação
A etapa seguinte foi a iniciação científica, quando passou a trabalhar com componentes vegetais, sua especialidade até hoje.

—  Parti para mestrado, doutorado e fiz o pós-doutorado em Lisboa, na área de fibras naturais com polímeros, focada na avaliação de impacto ambiental, para tornar veículos mais leves e sustentáveis. Agora vou entrar em um projeto para desenvolver material para a parte externa de aviões. Tenho alunos engenheiros civis e até arquitetos que ficaram também especialistas em Química. É gratificante ver eles crescerem nessa área — afirma Sandra.

Formado em Engenharia Química há 38 anos, Darcilo Lisboa é mais um exemplo da amplitude de atividades profissionais desta ciência. Em Chapecó (SC), trabalhou em vários ramos da indústria de alimentos e bebidas: da extração de óleo bruto de soja ao controle de qualidade em frigoríficos de abate e da fabricação de refrigerantes à produção de insumos para ração animal, setor ao qual se dedica atualmente.

Darcilo Lisboa se especializou em vários ramos da indústria de alimentos e bebidas Foto: Divugação
Darcilo Lisboa se especializou em vários ramos da indústria de alimentos e bebidas Foto: Divugação
Atuou ainda como fiscal técnico ambiental para o estado de Santa Catarina e como perito da Justiça Federal catarinense, para resolver impasses entre a fiscalização do Conselho Regional de Química da 13ª Região e empresas.

— É preciso buscar cada vez mais conhecimento, nunca achar que sabe tudo. A Química na área de alimentos é muito abrangente e a Engenharia Química me permitiu formar ligações entre tudo que aprendi. Consigo aproveitar todas as minhas experiências — afirma Lisboa, que faz parte da diretoria do CRQ catarinense.

Também no Rio Grande do Sul a produção de alimentos e bebidas move a economia e exige atuação dos profissionais da Química em vários setores, como de vinhos e recentemente de cervejas artesanais, o que abriu novas oportunidades de emprego.

— Temos quase mil vinícolas no estado e todos os profissionais que trabalham na produção são vinculados ao Conselho Regional de Química. E as cervejas artesanais ganharam espaço, atualmente com 200 fábricas. Cada empresa tem um responsável técnico na área de produção e segue todos os trâmites da área de alimentos — diz o presidente do CRQ da 5ª Região, Paulo Roberto Bello Fallavena, ele próprio produtor de cerveja artesanal, como hobby. Mesmo para a produção caseira, Fallavena recomenda a supervisão de um químico.



sexta-feira, 22 de maio de 2020

Saiba como substituir o álcool 70% na desinfecção de superfícies

Antes mesmo dos primeiros registros de casos confirmados do novo coronavírus, o Covid-19, no Brasil, a população correu às prateleiras em busca de produtos que fossem eficientes para evitar a disseminação do vírus, entre eles o álcool 70% e as máscaras descartáveis. Os itens chegaram a sumir dos estoques de farmácias e supermercados.

Obtenção do ácido paracético a partir do peróxido de hidrogênio

Diante do aumento da procura do álcool em gel, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Nota Técnica 26/2020 com recomendações sobre produtos saneantes que podem substituir o álcool 70% na desinfecção de objetos e superfícies durante a pandemia da Covid-19.

“Os estudos demonstram que esses produtos podem desativar o coronavírus presente nas superfícies destruindo sua cobertura lipídica”, declara o professor do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Industrial da Universidade Tiradentes, Thiago Bjerk.
Hipoclorito de Sódio - Água Sanitária - NaClO - Química - InfoEscola
Hipoclorito de sódio
De acordo com a Nota, como os vírus envelopados são cercados por uma membrana celular lipídica, que não é robusta, é provável que o SARS-Cov-2 seja mais sensível aos processos de desinfecção por oxidantes do que muitos outros vírus. No entanto, apesar de ainda não possuir produtos registrados e testados contra a cepa do SARS-Cov-2, a Anvisa recomenda os produtos que já foram testados contra outros coronavírus e vírus envelopados, como preconizado pela Organização Mundial da Saúde.
Iodopovidona – Wikipédia, a enciclopédia livre
Iodopovidona
Entre esses produtos estão o hipoclorito de sódio a 0,5%, alvejantes contendo hipoclorito (de sódio, de cálcio) a 2-3,9%, iodopovidona (1%), peróxido de hidrogênio 0,5%, ácido peracético 0,5%, quaternários de amônio como cloreto de benzalcônio 0,05%, compostos fenólicos, desinfetantes de uso geral com ação contra vírus.

“Alguns desses produtos são encontrados em supermercados, farmácias e lojas específicas de produtos químicos para limpeza. No caso de alvejantes contendo hipoclorito, facilmente encontrados em supermercados, apresentam baixo custo e fácil acesso, porém necessitam maior tempo de contato para que seja eficiente, aproximadamente 10 minutos”, salienta o pesquisador.
Cloreto de benzalcônio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Cloretos de Benzalcônios
“É importante destacar que esses produtos devem ser manuseados com cuidado e é indicado a leitura do rótulo para verificar como aplicar o produto de forma segura, o período de contato, bem como as superfícies que podem ser utilizadas”, acrescenta Thiago.

A recomendação para água sanitária e alvejante, ambos utilizados diluídos para desinfetar pisos e outras superfícies, é que devem ser usados imediatamente pois a solução é desativada pela luz. No caso da água sanitária, deve-se diluir um copo de 250 ml em um litro de água. Já o alvejante comum, deve-se diluir um copo de 200 ml de em um litro água.

A Nota técnica ressalta ainda a não utilização de materiais e equipamentos para desinfecção de superfícies e objetos como é o caso de vassouras e esfregões secos pois as partículas contaminadas podem ser veiculadas no ar e atingir outras superfícies, além de nebulizadores, termonebulizadores e frascos de spray com propelente. Neste último caso devem ser utilizados frascos de aperto simples.

____Ascom/Unit
FONTE: https://infonet.com.br/noticias/saude/saiba-como-substituir-o-alcool-70-na-desinfeccao-de-superficies/

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Artigo: A educação em tempos de Covid-19

''Possivelmente, aqui no Brasil, a melhor solução para os alunos das redes públicas de ensino consistirá no uso de conteúdos transmitidos por meio dos celulares com internet.''
Por: Mozart Neves Ramos*
As escolas e universidades de todo o país estão fechadas e sem perspectiva de retorno. Estima-se que a paralisação durará de 2 a 3 meses – praticamente um semestre perdido. Estima-se, também, que em todo o mundo quase 1 bilhão de estudantes ficarão sem aula. O que fazer para reduzir ao máximo o prejuízo? A resposta, na larga maioria dos países, tem sido dada com o uso das novas tecnologias, seja por meio de plataformas on-line, nas quais os alunos podem acessar conteúdos e interagir entre si, seja mediante de aulas virtuais.

Os alunos de escolas particulares, especialmente de países desenvolvidos, estão fazendo o movimento de mudança de maneira a se adaptar aos novos tempos de Covid-19, ou seja, passando de aulas presenciais para aulas mediadas por diferentes tecnologias. Mesmo na educação infantil, cujo desafio é ainda maior, as escolas têm conseguido, na medida do possível, superar dificuldades inerentes a essa fase escolar. Notícias que vêm da Itália mostram que os professores se conectam diariamente com as crianças e, com a ajuda dos pais, vêm procurando manter uma agenda de atividades escolares.

Mas não é essa a situação em países com baixos níveis educacionais e de grandes desigualdades como o Brasil, seja do ponto de vista de acesso aos insumos tecnológicos, seja por questão de nível de escolaridade dos próprios pais, sem falar no difícil clima familiar que as famílias mais pobres estão começando a viver por causa do desemprego e da falta de dinheiro para a própria alimentação.

Possivelmente, aqui no Brasil, a melhor solução para os alunos das redes públicas de ensino consistirá no uso de conteúdos transmitidos por meio dos celulares com internet. Exemplo dessa situação vem do estado de São Paulo, no qual a Secretaria de Educação negocia com as operadoras o patrocínio para bancar a conexão de Wi-Fi dos alunos que tenham ao menos um smartphone. Esse período vai exigir dos gestores que pensem fora da caixa.

No meu ponto de vista, essa será oportunidade para repensar o papel da escola e dos pais na vida escolar dos estudantes. Os pais, sobrecarregados pelos diferentes afazeres, estão cada vez mais terceirizando para a escola o seu dever de educar, na contramão do que apregoa o art. 205 da Constituição Federal, que afirma que educar é um dever do Estado e das famílias. Em uma de suas homilias, o papa Francisco afirmou, em tom preocupado: “Chegou a hora de os pais e as mães voltarem do seu exílio e recuperarem a sua função educativa. Oremos para que o Senhor conceda aos pais esta graça: a de não se autoexilarem da educação dos filhos”. 

Outro aspecto que podemos tirar como lição: é preciso estudar como usar as novas tecnologias em harmonia com as aulas presenciais e como estabelecer um equilíbrio entre o ensino presencial e o ensino virtual. Hoje enfrentamos em nosso país árdua discussão sobre o uso do ensino mediado por tecnologias. Talvez esse período nos ensine que ambas as modalidades podem conviver em harmonia em prol de um projeto pedagógico que atenda às necessidades de uma educação voltada para o século 21. O não enfrentamento da questão talvez nos remeta à situação atual no que se refere às enormes desigualdades de acesso entre escolas públicas e particulares.

Outro ponto que podemos aprender com tudo isso se refere à oferta de uma educação plena para a vida, também como apregoa o art. 205 da Constituição Federal. Não basta oferecer qualquer educação. O país precisa de educação que promova o desenvolvimento de novas habilidades e competências para enfrentar os novos tempos, que não se restringem simplesmente a questões vinculadas às descontinuidades tecnológicas. 

Uma das grandes preocupações dos especialistas em educação é com o impacto de tudo isso na vida das crianças e dos jovens a partir de agora. Jamais em nossa história nos sentimos tão fragilizados. Esse vírus que simplesmente paralisou o planeta, expondo a nossa fragilidade, também mostrou aos governantes a necessidade de investir fortemente em ciência e tecnologia. Felizmente, muitos deles estão conduzindo as decisões com base em evidências científicas, e não em achismos, até porque muita informação vem circulando nesse espaço de tempo.

Tudo isso que estamos enfrentando nos remete a uma coisa: é hora de começarmos a assumir compromissos para o bem-estar de todos, relegando o eu a uma segunda dimensão de interesse.
* Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados da USP-Ribeirão Preto 

FONTE: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/opiniao/2020/04/02/internas_opiniao,841850/artigo-a-educacao-em-tempos-de-covid-19.shtml

terça-feira, 12 de maio de 2020

Como o Remdesivir, remédio que é a nova esperança contra a Covid-19, foi ressuscitado 25 anos depois

Remdesivir foi criado para combater ebola, mas seu uso nunca foi liberado por falta de eficácia Foto: GILEAD SCIENCES/REUTERS / GILEAD SCIENCES/REUTERS
Remdesivir foi criado para combater ebola, mas seu uso nunca foi liberado por falta de eficácia Foto: GILEAD SCIENCES/REUTERS / GILEAD SCIENCES/REUTERS
O remdesivir, um medicamento antiviral projetado para tratar a hepatite e vírus respiratórios comuns, parecia destinado a se juntar a milhares de outros medicamentos com falhas após provar-se inútil contra essas doenças. A droga foi enviada para a pilha de sucata farmacêutica, quase esquecida pelos cientistas que uma vez a defenderam.

Mas na última sexta-feira, a Food and Drug Administration (FDA), o equivalente à Anvisa nos EUA, emitiu uma aprovação de emergência para o remdesivir como tratamento para pacientes graves com Covid-19, a doença causada pelo coronavírus.

A história do resgate e transformação do remdesivir testemunha o poderoso papel desempenhado pelo financiamento federal, que permitiu aos cientistas que trabalhavam longe dos holofotes perseguir pesquisas básicas sem benefícios financeiros óbvios. Esta pesquisa depende quase inteiramente de subsídios do governo.

Mark Denison, da Vanderbilt University, é um dos poucos pesquisadores que descobriram o potencial do remdesivir. Ele começou a estudar coronavírus há um quarto de século atrás, uma época em que poucos cientistas se importavam com eles; os que infectavam humanos causavam resfriados, ele lembrou, e os cientistas só queriam saber como eles funcionavam.

— Estávamos interessados da perspectiva biológica — lembra Denison. — Ninguém estava interessado do ponto de vista terapêutico.

Nem ele nem as dezenas de outros cientistas interessados em coronavírus previram que um novo vírus deste tipo desencadearia uma praga que matou quase um quarto de milhão de pessoas em todo o mundo. O FDA correu para aprovar o remdesivir sob provisões de uso emergencial após uma análise federal demonstrar melhorias modestas em pacientes gravemente doentes.

remdesivir | Ligand page | IUPHAR/BPS Guide to PHARMACOLOGY
Estrutura molecular do Remdesivir

O estudo, patrocinado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, incluiu mais de mil pacientes hospitalizados e descobriu que aqueles que receberam remdesivir se recuperaram mais rapidamente do que aqueles que receberam placebo: em 11 dias, contra 15 dias. Mas a droga não reduziu significativamente as taxas de mortalidade.

Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, disse que os resultados foram "uma prova de conceito muito importante", mas não um "nocaute". O presidente Donald Trump saudou a droga na sexta-feira como "um tratamento importante" e "realmente promissor".

O remdesivir é aprovado apenas temporariamente para pacientes graves; a aprovação formal deve vir mais tarde. Ainda assim, alguns médicos que trabalham em unidades de terapia intensiva adotaram a droga como uma nova arma importante contra um vírus que está matando pacientes em todo o mundo.

— É um ótimo primeiro passo — disse Robert Finberg, presidente do departamento de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts.

Pouco sobre a história inicial do remdesivir, fabricado pela Gilead Sciences, sugeria as esperanças agora depositadas nele.

Os coronavírus possuem muito mais RNA do que os cientistas uma vez teorizaram que um vírus poderia ter. Muitos vírus que causam epidemias dependem desse tipo de material genético e quase todos sofrem mutações constantemente. É por isso que os vírus da gripe mudam de ano para ano.

No entanto, os coronavírus não mudaram muito; sua taxa de mutação é cerca de um vigésimo da taxa de outros vírus de RNA.

Em 2007, Denison descobriu que os coronavírus têm um poderoso sistema de "revisão". Se ocorrer um erro na cópia do RNA à medida que o coronavírus se replica, ele corrige o erro. Em experimentos de laboratório, os coronavírus que sofreram mutações foram mais fracos, superados por aqueles sem mutações.

Denison e outros especialistas se perguntaram se seria possível enganar o vírus com uma droga que desviasse o sistema de revisão e bloqueasse a crescente cadeia de RNA do vírus, fazendo com que ele terminasse prematuramente.

Conversando sobre esse problema com outro cientista em uma reunião, Denison descobriu que a Gilead Sciences tinha dezenas de medicamentos que poderiam fazer o truque. "Todos esses compostos foram arquivados por um motivo ou outro", disse Denison.

A maioria trabalhava em testes de laboratório para desativar os coronavírus, ele descobriu — alguns melhores que outros. Um dos melhores foi o GS-5734, agora conhecido como remdesivir.

— Eu gosto de chamá-lo de Terminator — disse Denison.

Denison descobriu que remdesivir era exatamente o que eles estavam procurando: uma droga que escapou do poderoso sistema do vírus para proteger o RNA, seu material genético. O remdesivir fez com que as cadeias crescentes do RNA viral terminassem prematuramente, matando o vírus.

O remdesivir matou todos os coronavírus conhecidos nos testes de Denison. Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte descobriram que a droga também matava os vírus em animais infectados.

Isso incluiu não apenas os coronavírus que causam o resfriado comum, mas também aqueles que causam Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).

Mas a droga falhou em vários testes da vida real — não apenas contra a hepatite, mas também contra o Ebola na África. A droga definhava, não aprovada para qualquer uso. Até que um novo coronavírus emergisse.

FONTES:

domingo, 3 de maio de 2020

Se sentindo mais cansado durante a quarentena? A ciência explica por quê.

Parece contraditório, mas ficar somente dentro de casa pode ser mais exaustivo do que parece. Descubra algumas dicas para evitar a exaustão.

(Muriel de Seze/Getty Images)
Desde que a quarentena começou, diversas pessoas vem usando as redes sociais para narrar mudanças inusitadas da vida em isolamento. Uma delas é a ocorrência maior de sonhos vívidos. Outro fenômeno que muitas pessoas estão relatando é um maior cansaço durante o período – mesmo que façam menos coisas e até tenham mais tempo para dormir, o que parece bem contraditório. Por que isso ocorre?

Para responder, precisamos entender de onde vem a exaustão. A origem mais óbvia é a atividade física – como quando você corre uma maratona (tudo bem, talvez uma pelada já baste) e seu corpo precisa descansar para repor as energias. Mas também existe cansaço mental. Sim, usar a cabeça em excesso é suficiente para te dar uma canseira de apagar na cama, mesmo. Diversos artigos científicos já mostraram que há bastante relação entre o estresse e o esgotamento em humanos e outros animais. 

Isso explica porque, mesmo trancados dentro de casa sem fazer muito esforço físico, podemos sentir o corpo dar aquela travada. Como nossa rotina muda radicalmente, o estresse é inevitável – calcula-se que o organismo humano pode demorar até três meses para se acostumar plenamente com mudanças abruptas de estilo de vida

Essa ansiedade toda atrapalha o sono. Nas redes sociais, muitas pessoas estão relatando noites desreguladas durante a quarentena – e há quem já acorde cansado, mesmo dormindo mais do que dormia antes do início da pandemia. O nome disso é “inércia do sono” – aquele estado em que permanecemos de olhos abertos e conscientes, mas extremamente lentos. Todo mundo sofre uma ligeira inércia quando acorda aos berros do despertador, principalmente se ele interrompe um ciclo de sono mais profundo. Mas ficamos “grogues” só por uns 15 ou 20 minutos, e não o dia todo. 

Para piorar, não temos mais contato com a luz solar como tínhamos quando estávamos na rua o tempo todo – as pessoas isoladas ficam com frequência em cômodos fechados, iluminados majoritariamente por luzes artificias, como lâmpadas, computadores e celulares. E o Sol tem um papel muito importante na regulação do nosso relógio biológico. Ele regula o hormônio melatonina, que por sua vez é responsável pela sensação de sono, e também na síntese de vitamina D. Um menor contato com o Sol pode desencadear uma bola de neve de desregulações. 

Há algumas coisas que podemos fazer para aliviar os sintomas. A primeira é tentar manter uma rotina regrada: estabelecer horas para acordar, trabalhar, comer, estudar, ter momentos de lazer, etc. Isso impede que haja grandes períodos de ócio, cenários perfeitos para a ansiedade atacar. Sabe aquela história de que mente vazia é oficina do diabo? Não é só crendice popular, ela também tem base científica. 

Outra medida é tentar se manter fisicamente ativo – mesmo que dentro de casa. É bem documentado que a atividade física traz benefícios não só para o corpo mas também para a mente, sendo um ótimo meio de aliviar o estresse. 

Dá também para variar um pouco nas horas livres da rotina. Como estamos quase sempre no mesmo ambiente, fazer sempre as mesmas coisas não é uma ideia muito boa para sua saúde mental. Você pode aproveitar o tempo para, por exemplo, estudar novos assuntos, ler textos, jogar novos jogos ou até assistir uma chuva de cometas brilhantes da sua janela.
Cortisol – Wikipédia, a enciclopédia livre
Estrutura do Cortisol
Também é importante ressaltar a química do cansaço mental, que é composta por hormônios e neurotransmissores como cortisol e noradrenalina. E essas substâncias sofrem uma queda durante períodos de estafa, "paradeiro", estresse, causando falta de atenção, dificuldade de memória, perda de concentração, desânimo e, é claro, cansaço — excessivo e constante.
Noradrenalina: o que é, função e adrenalina - Toda Matéria
Estrutura da Noradrenalina
E vale lembrar que, apesar do isolamento social ser o protocolo, é importante manter contato à distância com outros seres humanos para não pirar de vez. Isso ajuda a aliviar o estresse e também pode diminuir a ansiedade – afinal, estamos todos juntos nessa. Ainda que separados. 

FONTES:
https://super.abril.com.br/comportamento/se-sentindo-mais-cansado-durante-a-quarentena-a-ciencia-explica-por-que/
https://www.saolucascopacabana.com.br/noticias/cansaco-constante-pode-ser-sinal-de-problema-de-saude/