O semicondutor de grafeno tem uma mobilidade 10 vezes maior do que o feito com silício, possibilitando maior velocidade
Uma descoberta que pode revolucionar o setor de chips como conhecemos hoje. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, desenvolveram o primeiro semicondutor funcional feito de grafeno.
Uso do grafeno
Os semicondutores são materiais que conduzem a eletricidade em determinadas condições.
Eles são componentes fundamentais dos dispositivos eletrônicos, a matéria-prima dos chips usados em smartphones, inteligência artificial, veículos elétricos e em tantos outros produtos.
O objetivo dos pesquisadores era produzir um semicondutor de grafeno “compatível com os métodos tradicionais de processamento microeletrônico”.
Com a descoberta, os cientistas poderão agora substituir o silício, material mais usado no processo, mas que está chegando ao seu limite em função do avanço da velocidade da computação.
As informações são do The Wall Street Journal.
Nova tecnologia é 10 vezes mais rápida
A criação do primeiro semicondutor feito de grafeno acontece após décadas de pesquisas e aperfeiçoamento do material. O principal obstáculo era conseguir ligar e desligar o semicondutor ao expor ele à correntes elétricas.
As medições mostraram que o semicondutor de grafeno tem uma mobilidade 10 vezes maior do que o feito com silício, possibilitando uma maior velocidade em relação à tecnologia anterior.
"Agora temos um semicondutor de grafeno extremamente robusto com 10 vezes a mobilidade do silício e que também possui propriedades únicas não disponíveis no silício. É como conduzir numa estrada de gravilha ou numa autoestrada (…) É mais eficiente, não aquece tanto e permite velocidades mais altas."
Walter de Heer, professor de física do Instituto de Tecnologia da Geórgia
A equipe de pesquisadores produziu o único semicondutor bidimensional que possui todas as propriedades necessárias para ser usado na nanoeletrônica e cujas propriedades elétricas são muito superiores às de quaisquer outros semicondutores 2D atualmente em desenvolvimento.
Segundo os investigadores, o “grafeno epitaxial” pode causar uma mudança de paradigma no campo da eletrônica e permitir a criação de tecnologias completamente novas que aproveitem as suas propriedades únicas.