quarta-feira, 29 de julho de 2015

Professor publica tese de doutorado em forma de quadrinhos nos EUA

Cortesia Harvard University Press
"Unflattening é o que o leitor decide o que é", definou o autor
Nada como ver a tese de doutorado publicada pela editora da Universidade de Harvard, uma das mais tradicionais do mundo, não? Para o norte-americano Nick Sousanis, o feito teve um gostinho ainda mais especial: todo o trabalho foi feito em formato de história em quadrinhos.

Intitulado "Unflattening", Sousanis, que agora tem pós-doutorado em HQs pela Universidade de Calgary, no Canadá, defendeu em sua tese a importância do pensamento visual no processo do ensino e da aprendizagem. "As imagens podem falar coisas fora do alcance da linguagem [escrita] e os quadrinhos têm o potencial de ampliar as possibilidades de comunicação. As imagens são, enquanto as palavras são", explicou. 

O pós-doutor não quis revelar a nota que tirou na tese, mas contou que foi o trabalho mais longo que já fez. "Eu passei! Eu tenho o meu doutorado [agora]", pensou ao ser aprovado. "Fui com minha esposa e filha de três semanas de idade para um passeio no Central Park logo em seguida! Foi um bom dia!", brincou.

Sousanis decidiu fugir dos padrões acadêmicos antes mesmo de ser aprovado no doutorado em educação pela Universidade de Columbia. Em 2008, ele aproveitou alguns quadrinhos educacionais que havia feito e entregou para a instituição de ensino como parte dos materiais de aplicação à pós-graduação. "Quando me candidatei, expressei minha intenção de fazer o trabalho [de doutorado] em forma de quadrinhos. E acho que eu acertei o momento ao fazer isso. Houve mais recepção aos quadrinhos do que nunca", relembrou.

Em 2011, iniciou o projeto "Unflattening" e tanto os acadêmicos da instituição quanto os produtores de quadrinhos abraçaram a ideia, segundo o ex-aluno. O doutorado foi concluído em 2014 e o livro publicado no começo deste ano. "Precisamos incentivar esse tipo de alfabetização visual e eu acho que os quadrinhos se prestam bem para fazer isso acontecer."Cortesia Harvard University Press
"Eu gostaria de pensar que o desenho um dia será considerado parte de uma alfabetização vital que não apenas para os sete anos, mas que continue a nos nutrir por toda a vida"

"Unflattening"
O nome "Unflattening" (algo como "não nivelado", em tradução livre) surgiu da vontade do autor de representar ideias e histórias em planos além da linguagem escrita. O objetivo foi valorizar o uso da imagem como forma de comunicação e estimular o leitor a refletir sobre diferentes pontos de vistas.

"Unflattening é o que o leitor decide o que é. Eu uso metáforas visuais e verbais para tornar os conceitos mais acessíveis, mas nunca os simplificando. O texto por si só pode ser um fator limitante e imagens são como parte integrante do significado como texto", detalhou.

"Estou emocionado em ver como as pessoas se envolveram profundamente com ele ["Unflattening"] e como ele já está sendo usado em uma variedade de salas de aula."


Paixão desde cedo
Os quadrinhos o fascinam desde quando ele era bebê. Tanto que Batman acabou sendo a primeira palavra que Sousanis falou – seu irmão mais velho lia as histórias em quadrinhos do personagem na época. Já os primeiros traços foram feitos por brincadeira quando criança.

Apesar da paixão, o jovem trilhou outros caminhos em sua vida acadêmica. Sousanis é matemático por formação. Porém, voltou aos quadrinhos quando começou a trabalhar com artes depois de formado. "Voltei aos quadrinhos em pleno vigor mais tarde. Primeiro, ao fazer alguns quadrinhos políticos e, em seguida, alguns quadrinhos educativos sobre arte e jogos", relembrou.

"Eu gostaria de pensar que o desenho um dia será considerado parte de uma alfabetização vital que não apenas para os sete anos, mas que continue a nos nutrir por toda a vida", acrescentou.
  • Nick Sousanis desenhou e escreveu a tese "Unflattening"
    Arquivo pessoal

    Nick Sousanis desenhou e escreveu a tese "Unflattening"
Na sala de aula
Sousanis acredita muito no potencial dos quadrinhos na sala de aula. Para ele as HQs oferecem um meio distinto e importante para a organização dos pensamentos. Além disso, ele defende que os quadrinhos são importantes ferramentas de comunicação sobre qualquer assunto e em qualquer campo.

"Os méritos da alfabetização com os quadrinhos para leitores com dificuldades têm sido bem documentados. Talvez em algum momento eles não serão apenas formas 'alternativas' [para usar na sala de aula]", afirmou.

FONTE: http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/07/26/professor-publica-tese-de-doutorado-em-forma-de-quadrinhos-nos-eua.htm

segunda-feira, 27 de julho de 2015

As 10 melhores técnicas de estudo, segundo a ciência

Um estudo publicado em janeiro de 2013 na revista científica Psychological Science in the Public Interest avaliou dez comuns técnicas de estudo para classificar quais possuem de fato a melhor utilidade.

O resultado do paper (íntegra aqui) traz algumas surpresas para o estudante.

Técnicas de estudo bastante populares no Brasil, como resumir, grifar, utilizar mnemônicos, visualizar imagens para apreensão de textos e reler conteúdos foram classificadas como as de utilidade mais baixa.

Três técnicas de estudo foram encaradas como de utilidade moderada: interrogação elaborativa, auto-explicação e estudo intercalado.

E as duas que obtiveram o mais alto grau de utilidade na aprendizagem foram as técnicas de teste prático e prática distribuída.

É a ciência desaprovando boa parte das minhas técnicas de estudo, muito baseado em resumos, grifos, mnemônicos e mapas mentais. Por outro lado, foi confirmada a impressão que eu tinha de que a realização de exercícios em doses cavalares era extremamente efetiva para o estudo para concursos públicos.

Se você quer uma visão mais detalhada de como funciona o aprendizado, recomendo fortemente que leia o livro Os 7 Pilares do Aprendizado, de Paulo Ribeiro, que já escreveu aqui no Mude.nu como a ciência pode melhorar o seu aprendizado.

Antes de prosseguir, lembre-se de que o ranking reflete os resultados da pesquisa, porém cada pessoa tem suas próprias técnicas de estudo e nada está escrito em pedra. Dito isto, falemos agora sobre as dez técnicas de estudo, das piores para as melhores.


1. Grifar, a de menor utilidade entre as técnicas de estudo

Técnicas de estudo: Grifar
Imagem de http://mude.nu
Prepara-se para dar um descanso ao seu grifador amarelo. O estudo aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer esforço.

Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca) utilidade quando combinada com outras técnicas.


2. Releitura (utilidade: baixa)

Técnicas de estudo: Estudo com releitura
Imagem de http://mude.nu
Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas apresentadas. O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de leitura (massive rereading) podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de ler, por diversas vezes.


3. Mnemônicos (utilidade: baixa)

Técnicas de estudo: Mnemônicos
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Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória; que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização (diz-se de técnica, exercício etc.); fácil de ser lembrado; de fácil memorização.

Em apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º da Constituição).

O estudo da Psychological Science in the Public Interest mostrou que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar.

Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então, utilize-os em casos específicos e pouco tempo antes de teste.


4. Visualização (utilidade: baixa)

Técnicas de estudo com mindmap.
Imagem de http://mude.nu
Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.

Surpreendentemente (ao menos para mim), a transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.

Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais para estudos, já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e conceitos.

De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.


5. Resumos (utilidade: baixa)

Técnicas de estudo com resumo
Imagem de http://mude.nu

Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.

O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.

Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. O paper diz que a técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são hábeis em produzir resumos.


6. Interrogação elaborativa (utilidade: moderada)

Técnicas de estudo com perguntas
Imagem de http://mude.nu

A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros.

O estudante devem concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.

Seguindo o exemplo que demos pouco antes, em vez de decorar um mnemônico como SoCiDiVaPlu, o ideal seria perguntar-se por que o Brasil adota a dignidade da pessoa humana como fundamento da República? E buscar a resposta na origem do estado democrático de Direito e na adoção do princípio da dignidade da pessoa humana pelas principais democracias ocidentais após a Revolução Francesa.

Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando suas origens.

Falando especificamente de concursos públicos, a interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações e questões discursivas.


7. Auto-explicação (utilidade: moderada)

Técnicas de estudo com auxo-explicação
Imagem de http://mude.nu
A auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo.

O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.


8. Estudo intercalado (utilidade: moderada)


Técnicas de estudo intercalado
Imagem de http://mude.nu
O estudo intercalado é o que chamamos de rotação de matérias em posts anteriores.

A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória.

Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas).

O principal benefício da intercalação, como já havíamos observado, é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.


9. Teste prático (utilidade: alta)

Técnicas de estudo com teste objetivo
Imagem de http://mude.nu
Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas.

No caso específico de concursos públicos, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores. Não apenas do cargo para o qual você está estudando, mas qualquer tipo de questão que encontrar pela frente.

Como já recomendamos anteriormente, a maneira mais fácil de realizar testes é utilizando sistemas específicos para isso, como o site Questões de Concursos.


10. Prática distribuída (utilidade: alta)

Técnicas de estudo distribuído.
Imagem de http://mude.nu
A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só (a.k.a. na véspera da prova).

Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, vocÊ deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia.

A prática distribuída também pode ser interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.

Essa é exatamente a teoria de Tony Schwartz aplicada em técnicas de timebox como a Pomodoro Technique.

Quais as suas técnicas de estudo?

Se você está estudando algo, seja para concursos ou não, deixe suas opiniões sobre a pesquisa na caixa de comentários.

Quais dessas técnicas você utiliza? Você concorda com os resultados? 

Que outras técnicas de estudo você recomendaria?

FONTE: http://mude.nu/estudo-10-melhores-formas/

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A Explicitação do Conhecimento Discente Acerca de Temas Ambientais: Reflexões para o Ensino de Ciências da Natureza

Imagem de ambientalsustentavel.org
Carolina dos Santos Fernandes
Eduardo Antônio Zampiron
Fábio Peres Gonçalves
Carlos Alberto Marques
Welton Yudi Oda
Demétrio Delizoicov


O trabalho constitui uma análise de compreensões de estudantes de ensino médio acerca de temas ambientais. Utilizou-se uma proposta de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como instrumento de apreensão das ideias discentes. Os resultados da análise das redações apontaram a necessidade de problematizar compreensões vinculadas às temáticas ambientais explicitadas pelos estudantes a fim de favorecer sua aprendizagem. Ao mesmo tempo, ressalta-se a exploração da proposta de redação do Enem como um instrumento profícuo para promover a explicitação do conhecimento discente em torno do assunto em questão.

domingo, 19 de julho de 2015

Encontrada a cura do câncer? Semente de planta da Austrália consegue destruir tumores em humanos e animais

Imagem de http://www.jornalciencia.com/
Cientistas australianos estão animados após encontrarem uma semente de uma planta tropical que teria potencial de curar o câncer.

Os testes inicias com a planta chamada Blushwood encontrou 70% de eficácia. Uma droga experimental a partir de suas sementes mostrou-se poderosa no tratamento de câncer em animais.

Os pesquisadores do QIMR Berghofer Medical Reserach Institute conseguiram isolar a droga EBC-46, transformando-a em uma injeção. A substância leva a rápida decomposição de uma grande série de tumores humanos.

Imagem de http://www.jornalciencia.com/
A pesquisa, considerada importantíssima, foi publicada na revista PLoS One, liderada pelo Dr. Glen Boyle. Segundo ele, a droga pode ser eficaz em pacientes humanos e não apenas em animais.

“Nós fomos capazes de obter resultados muito fortes através da injeção de EBC-46 diretamente em modelos de melanoma (câncer de pele), assim como cânceres de cabeça, pescoço e colo”, comentou Dr. Boyle. Na maioria dos casos, o tratamento com uma única injeção causou a perda da viabilidade de células cancerosas em apenas 4 horas, destruindo os tumores em seguida.


Dr. Boyle ainda afirmou que a EBC-46 funciona, em parte, por desencadear uma resposta celular efetiva, cortando o fornecimento de sangue ao tumor. “Em mais de 70% dos casos pré-clínicos, a resposta de cura foi grande, com pouca reincidência durante um período de 12 meses”.
EBC-46
EBC-46 é um composto extraído do fruto da árvore de Blushwood, encontrado nas florestas úmidas ao norte de Queensland, na Austrália. A droga está sendo desenvolvida e testada como um produto farmacêutico para humanos e uso veterinário através da empresa QBiotics, subsidiária da EcoBiotics.

A droga experimental já está sendo aplicada em animais com tumores – incluindo cães, gatos e cavalos.

A QBiotics está, atualmente, realizando ensaios clínicos veterinários com todos os protocolos necessários na Austrália e nos Estados Unidos.

A aprovação regulatória final para ensaios clínicos de Fase 1 em humanos está em análise. O Dr. Boyle diz que a empresa está determinada em investigar ainda mais para aumentar a eficácia da droga.

FONTE: http://www.jornalciencia.com/saude/mente/4369-encontrada-a-cura-do-cancer-semente-de-planta-da-australia-consegue-destruir-tumores-em-humanos-e-animais





sexta-feira, 17 de julho de 2015

Elemento químico é VISTO (mesmo!) transformando-se em outro pela primeira vez

Elemento químico é visto pela primeira vez transformando-se em outro
A equipe precisou de paciência para flagrar o momento exato em que o iodo se transformava em telúrio. [Imagem: Sykes/Michaelides Labs]

Alquimia moderna
Químicos conseguiram ver pela primeira vez um elemento químico transformando-se em outro.

E, durante esse processo, eles inesperadamente descobriram uma forma de tornar mais eficazes os tratamentos de radioterapia para o câncer.

Alex Pronschinske e seus colegas da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, flagraram todo o processo durante o qual o iodo-125, um isótopo radioativo usado em terapias contra o câncer, se transformava em telúrio-125, um isótopo não-radioativo do elemento telúrio.

A transformação de um elemento em outro foi documentada em um experimento no qual Pronschinske colocou o iodo-125 em uma única gota de água e a depositou sobre uma camada fina de ouro. Quando a água evaporou, os átomos de iodo se ligaram com o ouro.

Ele então colocou a amostra no microscópio, e ficou esperando para ver.

Meia-vida
Os átomos de iodo-125 têm uma meia-vida de 59 dias, o que significa que metade dos átomos de uma amostra desse radioisótopo irá decair nesse período, liberando uma grande quantidade de energia e se tornando um isótopo de telúrio.

O problema é saber o momento exato para olhar no microscópio e flagrar um único dos bilhões de átomos presentes na amostra passando por esse processo.


Isso exigiu que a equipe fizesse turnos de até 18 horas de trabalho durante várias semanas, até finalmente flagrar o processo de decaimento em toda a sua glória.


Elemento químico é visto pela primeira vez transformando-se em outro
Foto do aparato experimental onde a transformação foi observada. [Imagem: Alex Pronschinske et al. - 10.1038/nmat4323]


Alquimia para o câncer
A equipe descobriu que, durante o processo de decaimento, a emissão de elétrons de baixa energia do iodo-125 misturado com ouro é seis vezes maior do que a emissão do elemento radioativo isoladamente, como ele é usado hoje nas radioterapias.

Os elétrons de baixa energia são muito eficazes nos tratamentos oncológicos porque eles quebram o DNA das células doentes, mas viajam distâncias muito curtas, o que inibe sua ação sobre as células saudáveis - esses elétrons viajam apenas de 1 a 2 nanômetros, o que pode ajudar a tornar as radioterapias mais eficazes e mais precisas.

A equipe agora pretende fabricar novas amostras de iodo-125 sobre películas ou nanopartículas de ouro e testar seu uso em tratamentos oncológicos. As nanopartículas poderiam ser atreladas a anticorpos que as levem até os tumores, onde farão seu trabalho durante vários dias - até o decaimento de toda a fármaco -, afetando menos os tecidos saudáveis.

Bibliografia:
Enhancement of low-energy electron emission in 2-D radioactive films
Alex Pronschinske, Philipp Pedevilla, Colin J. Murphy, Emily A. Lewis, Felicia R. Lucci, Garth Brown, George Pappas, Angelos Michaelides, E. Charles H. Sykes
Nature Materials
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nmat4323

FONTE: http://www.inovacaotecnologica.com.br/

terça-feira, 14 de julho de 2015

Softwares de Simulação no Ensino de Atomística: Experiências Computacionais para Evidenciar Micromundos

Imagem de grupo7atividade4.blogspot.com
Saulo França Oliveira
Noel Felix Melo
José Tatiano da Silva
Elder Alpes de Vasconcelos

Educação em Química e Multimídia

Neste trabalho, relatamos o ensino de conceitos de atomística relacionados com os modelos de Thomson e Rutherford-Bohr por meio de um software de simulação e uma estratégia de aprendizagem cooperativa, o chamado método Jigsaw. A pesquisa envolveu 16 alunos do 9° ano de uma escola pública, localizada no município de Lajedo (PE, Brasil). O comportamento dos estudantes nas aulas e suas respostas a questionários de avaliação mostraram uma clara melhoria da compreensão e do interesse no assunto, enriquecendo de maneira significativa o processo de construção do conhecimento.

domingo, 12 de julho de 2015

Conheça os alimentos/nutrientes amigos da concentração e da memória

Alguns nutrientes protegem o cérebro e ajudam os neurônios trabalharem melhor.

Algumas mudanças em nosso cardápio podem ajudar nosso cérebro a se manter mais concentrado e até diminuir o envelhecimento cerebral, melhorando a nossa memória. Uma alimentação adequada, rica em antioxidantes também faz parte das ações para prevenir as chamadas doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, fatalmente relacionadas à produção de radicais livres pelo nosso organismo. 

Outro ponto muito importante é não pular refeições, principalmente o café da manhã. Isso pode comprometer o desempenho cerebral por falta de glicose e levar à fadiga mental. "O ideal é fazermos cinco refeições por dia, com um intervalo de três horas para cada uma, sem pular nenhuma refeição", explica o nutrólogo Roberto Navarro. 

Confira a seguir quais são os alimentos que protegem o seu cérebro.
Frutas e legumes - Foto Getty Images
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Glicose
"A glicose é o principal combustível para o funcionamento dos neurônios cerebrais", diz o nutrólogo Roberto Navarro. A hipoglicemia, que é a falta de glicose em nosso organismo, pode comprometer nosso raciocínio, atenção e concentração. Em casos extremos pode até levar ao coma. Ao escolher as melhores fontes de glicose fique com os cereais integrais, legumes e frutas.

Ostras - Foto Getty Images
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Zinco
O zinco desempenha função regulatória no organismo. De acordo com a nutricionista do Hospital Sírio Libanês, Érika Suiter, ele atua na atividade neuronal, na memória e na concentração, além de possuir ação anti-inflamatória. "O zinco protege os neurônios contra os radicais livres e preserva as membranas dos neurônios, colaborando para a troca de informações entre eles", diz. Você pode encontrar zinco em carnes vermelhas, ovos, ostras, caranguejo, laticínios e fígado.


Nozes - Foto Getty Images
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Selênio
Estudos mostram que este mineral tem um forte impacto sobre o cérebro. Pessoas com baixos níveis de selênio podem sofrer distúrbios na atividade dos neurotransmissores - substâncias produzidas pelo neurônio que tem como função levar informações de uma célula a outra -, podendo até sofrer alterações de humor. "O selênio ajuda substâncias como a serotonina, a dopamina e a acetilcolina, que são fundamentais para a transmissão de mensagens entre os neurônios e o bom funcionamento cerebral", diz Érika. Boas fontes de selênios são grãos, alho, carne, frutos do mar, castanha-do-pará, nozes, avelãs e abacate.


prato com carne e couve refogada - Foto Getty Images
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Ferro
A principal função do ferro no nosso organismo é ajudar a carregar o oxigênio para os tecidos, inclusive para o cérebro. Érika conta que quando os níveis de ferro diminuem, o organismo fica com pouco oxigênio disponível, resultando em fadiga, perda de memória, concentração reduzida, apatia, perda de atenção e atenção reduzida no trabalho. As fontes de ferro podem ser separadas em animais e vegetais, sendo que as primeiras são melhores absorvidas pelo organismo. Dentre as fontes animais estão as carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e outras vísceras, como rim e coração, carnes de aves, de peixes e mariscos crus. Entre os alimentos de origem vegetal, destacam-se as folhas na cor verde-escura, como o agrião, couve e cheiro-verde; as leguminosas, como feijões, fava, grão-de-bico, ervilha e lentilha; e grãos integrais ou enriquecidos.


Derivados do leite e carnes - Foto Getty Images
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Fósforo
O mineral tem um papel fundamental no funcionamento do cérebro, uma vez que atua na constituição da membrana celular. Érika afirma que o fósforo deve estar presente principalmente na alimentação dos estudantes, já que o nutriente ajuda a evitar a sobrecarga que o corpo pode sofrer devido ao excesso de atividades mentais. São boas fontes de fósforo leite, carne bovina, aves, peixes e ovos, cereais, leguminosas, frutas, chás e café.

Azeite - Foto Getty Images
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Vitamina E

O nutriente é um antioxidante e sua deficiência pode provocar danos nas fibras nervosas. A falta de vitamina E pode provocar alterações neurológicas como diminuição dos reflexos e diminuição da sensibilidade vibratória, podendo ocasionar a falta de concentração para exercer as atividades. São fontes de Vitamina E os azeites vegetais, cereais e verduras frescas.


Laranjas e limões - Foto Getty Images
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Vitamina C

Ela também é um antioxidante e participa da atividade química dos neurônios, sendo importante para a memória e para a concentração. Boas fontes de vitamina C são as frutas cítricas, a acerola e o Kiwi.


Cerveja e trigo - Foto Getty Images
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Vitamina B1 (tiamina)

A vitamina B1 desempenha um papel essencial no metabolismo dos carboidratos, que são a maior fonte de energia para as células. Pessoas com falhas no metabolismo cerebral, como desnutridos e alcoólatras, apresentam deficiência desse nutriente. As principais fontes: carnes, cereais, nozes, verduras e cerveja. Nota: alguns peixes, crustáceos e chás pretos podem conter fatores anti-tiamina.
Forma estrutural
VITAMINA B1 (TIAMINA)
Pão de forma integral - Foto Getty Images
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Vitamina B3 (Niacina)

"Ela ajuda a desenvolver a memória e a concentração, além de combater o stress", diz Érika. Você pode encontrar a niacina em carnes e miúdos, produtos de trigo integral, produtos de farinha branca enriquecida, legumes e levedura fermentada.
NIACINA (Vitamina B3)

Concha cheia de carne com cenoura e batatas - Foto Getty Images
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Vitamina B6 (Piridoxina)

Uma das vitaminas mais importantes para o sistema nervoso central, pois ajuda o cérebro a produzir os neurotransmissores, vitais ao seu funcionamento. Fontes: fígado e carne vermelha, grãos integrais, batatas, vegetais verdes e milho.
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VITAMINA B6 (PIRIDOXINA)

Leite, queijo e manteiga - Foto Getty Images
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Vitamina B12 (Cianocobalamina)
De acordo com a nutricionista Érika Suiter, essa vitamina está relacionada ao tratamento de deficiências cerebrais e processos degenerativos, principalmente doenças que comprometem funções cognitivas do sistema nervoso periférico, como o movimento. Fontes: alimentos de origem animal, carnes, miúdos, leite em pó e produtos lácteos e ovo (inteiro ou a gema)
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VITAMINA B12 (Cianocobalamina)
Morangos - Foto Getty Images
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Fisetina

Essa substância é capaz de desencadear um processo chamado de "potencialização de longo prazo", que permite que as memórias sejam armazenadas no cérebro com mais facilidade e que o cérebro estabeleça conexões mais fortes entre os neurônios. Suas fontes: frutas vermelhas (principalmente o morango), tomates, cebolas, maçãs, pêssegos, uvas e kiwi.


Salmão assado com alface - Foto Getty Images
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Ômega 3
É um ácido graxo que faz parte da estrutura da matéria cinzenta do cérebro. E promove a comunicação entre as células nervosas, mantendo-as leves e funcionais. "Ele ajuda o cérebro a monitorar o humor bem como a memória e a concentração" explica a nutricionista. Alimentos fonte de ômega3 são peixes como atum, salmão, cavala e arenque.

Esta tabela lista os diversos nomes para os ácidos graxos ω−3 mais comuns.
Nome comumNotação de lipídioNome químico
16:3 (ω−3)Ácido all-cis-7,10,13-hexadecatrienoico
ácido alfa-linolênico (ALA)18:3 (ω−3)Ácido all-cis-9,12,15-octadecatrienoico
Ácido estearidônico (STD)18:4 (ω−3)Ácido all-cis-6,9,12,15-octadecatetraenoico
ácido eicosatrienoico (ETE)20:3 (ω−3)Ácido all-cis-11,14,17-eicosatrienoico
ácido eicosatetraenoico (ETA)20:4 (ω−3)Ácido all-cis-8,11,14,17-eicosatetraenoico
ácido eicosapentaenoico (EPA)20:5 (ω−3)Ácido all-cis-5,8,11,14,17-eicosapentaenoico
ácido docosapentaenoico (DPA),
Acido Clupanodonico
22:5 (ω−3)Ácido all-cis-7,10,13,16,19-docosapentaenoico
ácido docosaexanoico (DHA)22:6 (ω−3)Ácido all-cis-4,7,10,13,16,19-docosa-hexaenoico
ácido tetracosapentaenoico24:5 (ω−3)all-cis-9,12,15,18,21-Acido docosahexaenoico
ácido tetracosaexaenoico (Acido Nisinico)24:6 (ω−3)Ácido all-cis-6,9,12,15,18,21-tetracosa-hexaenoico

Duas colheres de arroz - Foto Getty Images
Imagem de http://www.minhavida.com.br/
Carboidratos complexos
Por sua digestão ser lenta, os carboidratos complexos fornecem energia ao cérebro constantemente, auxiliando assim na concentração. Erika recomenda que o consumo desse nutriente se dê em todas as refeições, mas em quantidades moderadas. Você pode encontrar carboidratos complexos em pães, de preferência integral, arroz integral, barra de cereal e frutas.

Caneca cheia de grãos de café - Foto Getty Images
Imagem de http://www.minhavida.com.br/
Cafeína



Uma pesquisa realizada na London School of Hygiene and Tropical Medicine descobriu que a cafeína ajuda a melhorar a memória e a concentração dos funcionários, bem como a reduzir o número de erros cometidos durante o trabalho. A nutri Érika Suiter afirma que o consumir regularmente até quatro xícaras de 200ml de café por dia pode aumentar a capacidade de atenção, concentração e formação da memória, tanto em adultos como em crianças. "Uma dose isolada de café causa um aumento apenas da atenção, mas o consumo regular parece criar condições mais propícias para a consolidação da memória", diz. Roberto Navarro alerta para os efeitos da cafeína se consumida em doses maiores que a recomendação de quatro xícaras: "quando ingerida em excesso, a cafeína pode causar o efeito contrário". Boas fontes de cafeína são o café, chá preto e o chocolate amargo.
CAFEÍNA
FONTE: http://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias/13193-conheca-os-alimentos-amigos-da-concentracao-e-da-memoria/5