quarta-feira, 21 de agosto de 2019

"Álcool" sintético promete te deixar 'alegre', mas sem ressaca

PESQUISADOR DIZ TER DESENVOLVIDO "ÁLCOOL" SINTÉTICO QUE EVITA RESSACA
Pesquisador diz ter desenvolvido álcool sintético que evita ressaca (Foto: Pixabay)
imagem de revistagalileu.globo.com
Notícias promissoras para quem não abre a mão de um drinque: um estudo conduzido pelo cientista David Nutt desenvolveu um álcool sintético,  batizado de "Alcarelle", que teria o potencial de proporcionar os benefícios de se consumir uma bebida alcóolica sem ter de se enfrentar uma ressaca —  ou até mesmo alguns tipos de câncer relacionados com a substância.

Nutt é um neuropsicofarmacologista especializado na pesquisa de drogas que afetam o cérebro e condições como vício, ansiedade e sono. Ele acredita que conseguiu fazer com que a molécula de álcool sintético interagisse de modo a evitar os seus efeitos colaterais.

“Nós sabemos qual local do cérebro é responsável pelos ‘efeitos bons’ e ‘ruins’ e quais receptores mediam esses processos: ácido gama-aminobutírico (Gaba), glutamato e outras substâncias como serotonina e dopamina”, contou ao jornal britânico The Guardian.

O cientista quer ainda acrescentar um “efeito em pico” na molécula de álcool sintético para proporcionar um “barato”, mas evitando que o usuário, ao consumir a substância, fique bêbado. 

O projeto começou cedo na carreira do inglês — em 1983, quando ele era um estudante de PhD, e descobriu um antídoto ao álcool, uma fórmula que revertia o estado da embriaguez.

Ele chegou à descoberta através de experimentos com ratos, que receberam receptores de ácido gama-aminobutírico, ficando sóbrios. O efeito primário do álcool, segundo o pesquisador, é estimular os receptores desse ácido, que "acalmam" o cérebro quando estimulados.Mas o antídoto desenvolvido por Nutt não pôde ser administrado para uso clínico, pois se alguém o tomasse sóbrio, sofreria sérias convulsões.

O que Nutt sabe agora é que há 15 tipos de receptores diferentes em diversas áreas cerebrais e a partir disso ele diz ter encontrado quais receptores podem ser estimulados para diminuir o efeito do álcool no corpo.

O objetivo do pesquisador é vender o álcool sintético para companhias que possam acrescentá-lo em suas bebidas. A invenção dele, no entanto, não tem gosto agradável e ainda não entrou na fase de testes. "O desafio real será fazer com que a molécula seja consumida. As questões regulatórias são muito piores do que as científicas", afirmou.

FONTE: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2019/03/alcool-sintetico-promete-te-deixar-alegre-mas-sem-ressaca.html

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