sábado, 21 de julho de 2018

Motivação, e não o CEP, é determinante para o desempenho do aluno, diz estudo

Estudo da consultoria McKinsey analisou dados do último PISA, prova internacional realizada em diversos países, incluindo o Brasil. Guia lançado pelo Porvir mostra como a participação juvenil engaja alunos
por Vinícius de Oliveira 
Resultado de imagem para Motivação, e não o CEP, é determinante para o desempenho do aluno, diz estudo
imagem de Porvir
Um estudo da consultoria Mckinsey com base em dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), avaliação internacional com alunos de 15 anos, aponta que o impacto da motivação na aprendizagem de alunos de baixa renda chega a superar a importância da renda e acesso a meios culturais.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores relacionaram respostas dadas por estudantes sobre habilidades socioemocionais com seu desempenho no último exame, aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2015, que teve como foco a área de ciências.

No caso brasileiro, a calibragem da motivação (capacidade do aluno entender em si e no outro o que significa estar motivado), a mentalidade de crescimento (saber que é possível melhorar), senso de pertencimento, motivação e ansiedade com o exame foram as variáveis que tiveram maior impacto no cálculo.

Essas características puderam ser aferidas em questões como a do exemplo abaixo, que constava na prova real:

ST121 – Leia abaixo a descrição de três alunos. Com base nestas informações, em que medida você discorda ou concorda com a afirmação que esse aluno é motivado?

Jane desiste facilmente quando enfrenta um problema e frequentemente não vai preparada para a aula

Charles continua interessado pelas tarefas que começa e às vezes faz mais do que é esperado dele

Jemina quer tirar boas notas na escola e continuar trabalhando nas tarefas até que tudo esteja perfeito.

“O termo calibragem de motivação vem de uma lógica que o primeiro aluno é pouco motivado, o segundo é de nível médio, e o terceiro, muito motivado. Se o aluno responde de uma maneira que fere essa sequência, a gente coloca que sua motivação é baixa”, explica Patricia Ellen, executiva da área de políticas públicas da McKinsey.

No caso brasileiro, a Mckinsey apurou que alunos com motivação bem calibrada de nível socioeconômico baixo tiveram desempenho melhor no PISA do que aqueles de maior poder aquisitivo, melhores condições sociais e culturais, mas pouco motivados. “Em ambos os casos, a motivação resultou em um impacto de quase 50 pontos no PISA. Motivação é muito importante independentemente do contexto socioeconômico, mas se você consegue motivar um aluno em situação de vulnerabilidade, ele consegue ter um desempenho melhor que um aluno em contexto bom. Isso é muito inspirador porque mostra que CEP não determina o desempenho da pessoa”. Enquanto no Brasil a calibragem da motivação resulta em um aumento de 18%, na América Latina o índice é quatro pontos porcentuais menor, 14%.

Outras pesquisas e debates
O peso do lado socioemocional no aprendizado retratado pela McKinsey vai ao encontro de outras pesquisas da área de educação. Programas voltados ao desenvolvimento não-cognitivo podem fazer o desempenho aumentar 44%, segundo estudos do economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e um dos líderes do eduLab21.

Entre os fatores que levam motivação e engajamento para estudantes está a participação e o envolvimento em decisões sobre a escola e sobre seu processo de aprendizagem. Para contribuir com o debate, nesta quinta-feira o Porvir lançou o guia Participação dos Estudantes na Escola, que apresenta o contexto, o conceito e dá exemplos de como a opinião de alunos nas instâncias de decisão e na sala de aula resulta em engajamento e valorização da educação.

FONTE: http://porvir.org/motivacao-nao-cep-e-determinante-para-desempenho-aluno-diz-estudo/

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Brasileira ganha prêmio internacional ao criar sistema de dessalinização de água com grafeno

Brasileira ganha prêmio internacional ao criar sistema de dessalinização de água com grafeno
Imagem de conexaoplaneta.com.br
Tido como uma matéria-prima revolucionária, o grafeno é um derivado do carbono, extremamente fino, flexível, transparente e resistente (200 vezes mais forte do que o aço). Considerado excelente condutor de eletricidade, é usado para a produção de células fotoelétricas, peças para aeronaves, celulares e tem ainda outras tantas aplicações na indústria.
Por ser considerado um dos materiais do futuro, ele foi escolhido como tema do Global Graphene Challenge Competition 2016, uma competição internacional promovida pela empresa sueca Sandvik, que busca soluções sustentáveis e inovadoras ao redor do mundo.
E a brasileira Nadia Ayad, recém-formada em engenharia de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), do Rio de Janeiro, foi a grande vencedora do desafio. Seu projeto concorreu com outros nove trabalhos finalistas.
Nadia criou um sistema de dessalinização e filtragem de água, usando o grafeno. Com o dispositivo, seria possível garantir o acesso à água potável para milhões de pessoas, além de reduzir os gastos com energia e a pressão sobre as fontes hídricas.
“Com a crescente urbanização e globalização no mundo e a ameaça das mudanças climáticas, a previsão é de que num futuro não muito distante, quase metade da população do planeta viva em áreas com pouquíssimo acesso à água”, afirma Nadia. “Há uma necessidade real de métodos eficientes de tratamento de água e dessalinização. Pensei que a natureza única do grafeno e suas propriedades, incluindo seu potencial como uma membrana de dessalinização e suas propriedades de peneiração superiores, poderiam ser parte da solução”.
Como prêmio, a estudante carioca fará uma viagem até a sede da Sandvik, na Suécia, onde encontrará pesquisadores e conhecerá de perto algumas das inovações e tecnologias de ponta sendo empregadas pela empresa. Ela visitará ainda o Graphene Centre da Chalmers University.
Esta não será a primeira experiência internacional de Nadia. A engenheira brasileira já tinha participado do programa do governo federal Ciências Sem Fronteiras, quando estudou durante um ano na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Agora ela pretende fazer um PhD nos Estados Unidos ou Reino Unido, pois acredita que, infelizmente, terá mais oportunidades para realizar pesquisas no exterior do que no Brasil.
Foto: divulgação Global Graphene Challenge Competition
FONTE: http://conexaoplaneta.com.br/blog/brasileira-ganha-premio-internacional-ao-criar-sistema-de-dessalinizacao-de-agua-com-grafeno/

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Ahhh o Café,... cafeína, adrenalina, cortisol, cafestol e cafeol... vejamos isso!!!

Por que você deveria beber 3 xícaras de café ao dia, mas não passar disso... 
iStock
O café tem antioxidantes que combatem a ação dos radicais livres e, assim, previnem doenças cardiovasculares e outros males, como o AVC  (Imagem: iStock)

Consumido de norte a sul, o café era há até pouco tempo condenado por supostamente aumentar a pressão arterial e, assim, oferecer risco ao coração. O jogo virou, e hoje os estudos mostram um efeito benéfico não só ao peito, mas para o corpo todo

“Ele tem antioxidantes que combatem a ação dos radicais livres e, assim, previnem doenças cardiovasculares e outros males, como o AVC”, explica Guilherme Sangirardi, cardiologista membro da SOCESP (Sociedade de Cardiologia de São Paulo). Além disso, a própria cafeína tem suas vantagens.
Resultado de imagem para cafeina fórmula estrutural
CAFEÍNA

“Ela possui ação estimulante do sistema nervoso central, que melhora concentração, humor e até o bem-estar”, aponta Rosana Perim, nutricionista gerente de Nutrição Assistencial do HCor (Hospital do Coração). Mas atenção: a dose segura é de até 400mg ao dia, o equivalente a cerca de quatro xícaras de café. E só. É que, ao exagerar, não só as vantagens são anuladas como os goles se transformam em risco para a saúde.

O problema de tomar café demais
Um dos perigos aqui é a estimulação excessiva oferecida justamente pela cafeína. A velha história de que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. “Ela pode aumentar a liberação de adrenalina e cortisol, substâncias que levam ao aumento dos batimentos cardíacos”, aponta o cardiologista Marcelo Sampaio, coordenador Médico do Pronto Atendimento do Hospital BP Mirante, em São Paulo. 
Resultado de imagem para adrenalina
ADRENALINA
Resultado de imagem para cortisol
CORTISOL
Em pessoas mais sensíveis, esse aumento pode provocar arritmias, quando a frequência cardíaca fica desregulada. O efeito estimulante além da conta também causa irritabilidade, ansiedade, insônia e agitação. Resumindo, ficamos no 220V, e não no bom sentido. “Se você sente esses sintomas, não precisa cortar o café de vez, mas deve reduzir o consumo”, orienta Sangirardi. 

Outra região do corpo que se ressente do exagero é o estômago. “O café pode irritar a mucosa gástrica e causar úlceras em quem suscetibilidade, o que não ocorre com todos, vale esclarecer”, destaca Rosana. Se for o seu caso, evite tomar de barriga vazia e divida as doses em porções menores ou misturadas com leite. Tem mais uma coisinha: há uma dupla de substâncias no café chamada cafestol e cafeol, que, se consumidas em abundância, aumentam o colesterol no sangue.
Resultado de imagem para cafestol formula estrutural
CAFESTOL
E quem já tem um problema cardíaco? 
Na maioria dos casos, o consumo é seguro, exceto para as arritmias, conjunto de desordens que altera os batimentos cardíacos. É que o vício em café é um desencadeador frequente desse problema. “Por isso, se a pessoa for do tipo que toma muitas xícaras, pedimos para que interrompa o hábito e, assim, às vezes conseguimos reverter o quadro”, aponta Sampaio. Depois de um tempo, a bebida é reintroduzida aos poucos e o médico observa a reação do indivíduo.

Não é café, mas…
… também contém cafeína. Estamos falando do energético e outras bebidas e alimentos muito consumidos no dia-a-dia. “Chás escuros, como o mate e o preto, chá verde, refrigerantes à base de cola, chocolates e outros produtos com cacau também levam cafeína”, elenca Rosana. Para se ter ideia, uma lata de energético contém em média 80mg da substância.

Há ainda suplementos de cafeína, comercializados sob a alegação de emagrecer e melhorar a performance durante a prática de atividade física. Para esses, cuidado extra. “As pessoas usam cafeína como se fosse um combustível, mas isso está muito errado, pois pode forçar o coração além da necessidade dele”, alerta Sampaio.

“Quando fazemos exercícios, aumentamos a capacidade de maneira progressiva e o coração se adapta a essas etapas, mas a cafeína pode disparar uma frequência muito alta e ‘desadaptar’ o coração, o que aumenta o risco de resultados ruins, como uma arritmia”, aponta Sampaio. Geralmente não há nenhuma grande ameaça para a saúde nisso, mas em casos raros – especialmente se houver algum problema cardíaco desconhecido – o peito pode entrar em colapso.

FONTE(texto base): https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2018/07/12/por-que-voce-deveria-tomar-3-xicaras-de-cafe-ao-dia-mas-nao-passar-disso.htm

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Curiosidades da Química: Mendeleev e a vodka

Vladimir Kremlev for RT
Imagem de russiapedia
Você sabe quem inventou a bebida Vodca? A Vodca é uma mistura de água e álcool, parece simples misturar esses dois líquidos, mas na verdade a combinação depende das propriedades moleculares dos dois compostos, mais precisamente dos pesos relativos. 

A vodka foi descoberta por volta do ano de 1893 na Rússia, com o nome de “aguinha” (vodka em Russo). 
Este destilado era misturado à água e usado como anestésico e desinfetante, até então não existia nenhuma fórmula ideal para a bebida, ou seja, a porcentagem de álcool chegava até a 90%. O responsável pela façanha foi nada menos que o renomado cientista Dmitri Ivanovich Mendeleev. Na época, professor da Universidade de São Petersburgo, pesquisou a fórmula mais apropriada para a bebida.

Para chegar à fórmula ideal, Mendeleev dedicou-se durante um ano à tarefa de misturar criteriosamente água e álcool em diferentes proporções. Mendeleev chegou à composição perfeita para a vodka: 40% de álcool e 60% de água. A chamada Vodka Russa tem registrada por lei, a fórmula proposta pelo cientista. E já no ano de 1894 a Vodca Russa já seguia por lei a fórmula proposta por ele. 
Resultado de imagem para Mendeleev e a vodka
Imagem de Sommelière
O professor Mendeleev tornou-se figura ilustríssima na Rússia, tanto que é visto como o grande químico, autor da bebida no Museu da Vodka, em Moscou. Entre as façanhas de Mendeleev encontra-se um importante trabalho: a organização da Tabela Periódica, pois ele foi o cientista que, em meio a tentativas de descobrir uma forma de organizar os elementos, chegou a uma tabela, e é nela que se baseia a atual.

Por estas e outras razões o professor Mendeleev é visto como um grande químico na Rússia, o que pode ser comprovado no Museu da Vodca em Moscou. Entre as façanhas de Mendeleev se encontra um importante trabalho: a organização da Tabela Periódica, ele foi o único cientista que tentava relacionar a massa atômica às propriedades dos elementos. Em 1869 formulou a 1ª Tabela Periódica dos Elementos, e é nela que se baseia a atual. 

FONTES:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/mendeleev-vodka.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/o-inventor-vodca.htm

sábado, 7 de julho de 2018

Como o vício em smartphones tem acabado com os bons modos

Casal usa celular em restaurante
Casal usa celular em restaurante - Crédito: Kathy Willens/Associated Press
por ADAM POPESCU

DO "NEW YORK TIMES"
Proponho uma brincadeira: da próxima vez que você estiver com amigos ou em um encontro, meça quanto tempo passa antes que alguém pegue o celular para ver se recebeu alguma mensagem.
Quanto tempo passa, em média, sem que alguém olhe o telefone?
"Se isso acontece, o jantar acaba", disse Judith Martin, jornalista do "Washington Post" cuja coluna sobre bons modos, Miss Manners, é publicada por 200 jornais a cada semana.
"Não creio que alguém ouse fazer isso comigo", disse Martin.
A maioria de nós não conta com a autoridade conferida por 40 anos no comando de uma coluna de boas maneiras, mas, não importa quem você seja, pode ser impossível evitar que um interlocutor fique de olhos colados em seu brinquedinho móvel. (Uma pergunta ainda mais difícil: seus amigos ou seu par romântico gostam mais do celular ou de você?)
O problema de olhar de modo recorrente os nossos aparelhos eletrônicos tem um lado social e um lado fisiológico.
A cabeça humana média pesa entre 4,5 e 5,5 quilos, e quando curvamos nossos pescoços para escrever uma mensagem de texto ou olhar o Facebook, a atração gravitacional sobre a cabeça e a tensão no pescoço crescem até o equivalente a 27 quilos de pressão. Essa postura comum, compartilhada por pedintes e presidentes, resulta em perda gradual da curva espinhal.
O "pescoço de SMS" está se tornando um problema médico que aflige inúmeras pessoas, e a maneira pela qual mantemos nossas cabeças voltadas para baixo também acarreta outros riscos de saúde, de acordo com um estudo publicado no ano passado pela revista acadêmica "The Spine Journal".
Há provas de que a postura afeta o humor, o comportamento e a memória, e ficar encurvado frequentemente também pode causar depressão, de acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia norte-americano. A maneira pela qual ficamos em pé afeta tudo, da quantidade de energia de que dispomos ao desenvolvimento dos ossos e músculos, e até mesmo a quantidade de oxigênio que nossos pulmões são capazes de absorver. A linguagem corporal, percepções de fraqueza vs. força: tudo isso é verdade.
E o remédio pode ser ridiculamente simples: basta sentar direito.
Psicólogos sociais como Amy Cuddy afirmam que ficar em pé com postura confiante, mantendo a cabeça erguida e os ombros retos, pode aumentar o fluxo de testosterona e cortisol no cérebro, o que serve para impedir muitos dos problemas acima. Por que não estamos respondendo a esses sinais? Pode ser uma questão de simples negação.
Será que a cegueira causada por desatenção é mesmo um problema, portanto?
Cerca de 75% dos norte-americanos acreditam que seu uso de smartphones não afeta sua capacidade de prestar atenção, em situações de grupo, de acordo com o Pew Research Center, e cerca de um terço dos norte-americanos acredita que usar celulares em situações sociais contribui para a conversação.
Mas será que contribui de fato?
Especialistas em etiqueta e cientistas sociais respondem em completo acordo: não.
O comportamento "sempre conectado" para o qual os smartphones contribuem nos leva a nos afastarmos de nossa realidade, dizem especialistas. E além das consequências de saúde, quando ficamos de cabeça baixa nossas capacidades de comunicação e nossos bons modos também encolhem.
"Acreditamos que o comportamento antissocial de alguma maneira não nos afetará individualmente", disse Niobe Way, professora de psicologia aplicada na Universidade de Nova York.
Way estuda o papel da tecnologia em dar forma ao desenvolvimento adolescente. As interações conduzidas de cabeça baixa nos afastam do presente, não importa em que grupo estejamos, ela diz. E não é problema só para os jovens. É um comportamento incorporado, aprendido, copiado e repetido, em boa parte por imitação aos adultos. Quando crianças veem seus pais de cabeça baixa, emulam essa ação. O resultado é uma perda de indicadores não verbais, e isso pode atrofiar o desenvolvimento.
"O que vem acontecendo, mais e mais, é que não conversamos com os nossos filhos", disse Way. "Nós os colocamos diante da tecnologia quando são pequenos, e, quando ficamos mais velhos, nos deixamos absorver por nossa própria tecnologia".
Todos já vimos essas coisas acontecendo. Recorde um dos métodos que os pais usam para acalmar crianças gritalhonas: "Pega essa iPhone aí, moleque, e aproveita", como descreve Way, em lugar de perguntarem o que está acontecendo, de proporem "vamos conversar: qual é o problema, meu filho?"
Ela acrescenta que "nós acreditamos que nossos filhos um dia saberão o que é uma interação boa e uma interação má, que eles terão empatia. Mas se vou ao quarto do meu filho e vejo sete adolescente lá todos afundados em seus celulares, todos silenciosos, o que está acontecendo é desengajamento de toda espécie. O problema não é o Facebook, mas a maneira pela qual eles usam o Facebook".
Todas as idades são afetadas.
Um estudo de 2010 constatou que crianças e adolescentes dos oito aos 18 anos passam mais de 7,5 horas ao dia consumindo mídia. De lá para cá, nossos vícios digitais continuaram a definir nossas vidas, em alguma medida. Em 2015, o Pew Research Center reportou que 24% dos adolescentes "estão quase constantemente" online.
E as coisas não são melhores entre os adultos. A maioria dos adultos passa 10 horas por dia ou mais consumindo mídia eletrônica, de acordo com um Total Audience Report da Nielsen no ano passado.
O Conselho Nacional de Segurança norte-americano reporta que o uso de celulares torna os motoristas mais propensos a acidentes do que a embriaguez ao volante, causando 1,6 milhões de colisões ao ano, a maioria envolvendo jovens dos 18 aos 20 anos. Um quarto dos acidentes nos Estados Unidos estão relacionados a mensagens de texto.
"Os aparelhos móveis são a mãe da cegueira por desatenção", disse Henry Alford, autor de "Would It Kill You to Stop Doing That: A Modern Guide to Manners". "É esse o nome que se dá ao estado de esquecimento maníaco que toma conta de alguém que se deixa absorver por uma atividade que exclua tudo mais".
A cientista social Sherry Turkle analisou 30 anos de interações familiares em seu livro "Alone Together: Why We Expect More From Technology and Less From Each Other". Ela constatou que as crianças agora competem pela atenção dos país com os aparelhos eletrônicos destes, o que resulta em uma geração que teme a espontaneidade de um telefonema ou interação face a face. Olhar o interlocutor nos olhos hoje se tornou opcional, de acordo com Turkle, e a sobrecarga sensorial que enfrentamos pode muitas vezes significar que nossos sentimentos estão o tempo todo anestesiados.
Pesquisadores da Universidade do Michigan afirmam que os níveis de empatia despencam e que o narcisismo escapa ao controle, com efeitos sobre o desenvolvimento emocional, a saúde e a confiança, sempre que abaixamos nossas cabeças como se fôssemos avestruzes humanos.
Sean Parker, antigo presidente do Facebook, recentemente declarou que a plataforma foi criada para viciar, e para "consumir o máximo possível de seu tempo e de sua atenção consciente", o que ele caracterizou como equivalente a uma injeção de autoestima, causada pela dopamina liberada quando um post recebe likes.
"Isso literalmente muda nossa relação com a sociedade, e uns com os outros", disse Parker. "E provavelmente interfere com nossa produtividade, de maneiras estranhas. Só Deus sabe o que isso está fazendo com os cérebros de nossas crianças".
Mesmo assim, é provável que você esteja lendo este artigo em um aparelho móvel. E isso não é problema! (Desde que você não esteja ao volante.) Não estamos aqui para lhe dizer que jogue fora o seu iPhone e abandone a mídia digital. Mas como no caso de muitos vícios, admitir o problema é um primeiro passo para o tratamento. E, por sorte, a solução não é antitecnológica; Turkle diz que ela é na verdade pró-conversação.
Faça um esforço para interagir com as pessoas.
As desintoxicações digitais nunca foram tão populares, mas não são panaceia, e a realidade é que não existe uma solução simples e clara.
A resposta mais simples para todos nós é aquela que a Bíblia propõe: trate os outros como gostaria de ser tratado - e de preferência sem ter o smartphone na mão o tempo todo. Da próxima vez que você estiver na fila do caixa, ou parado no semáforo, olhe em volta. Quantas pessoas estão lá com você?
"Os seres humanos reais, de carne e osso, têm precedência", ralhou Martin. "Ignorar as pessoas com quem você esteja é rude, quer as ignore por conta de amigos virtuais ou de amigos distantes; isso equivale a esnobá-las".
Parece um conselho tão óbvio que soa quase estúpido. Mas o que a esperança da Dra. Turkle, de incentivar o diálogo sem denegrir os amigos digitais, revela é que obviamente não estamos dialogando o suficiente, no sentido mais simples do termo.
Alford, que escrevia uma coluna mensal sobre boas maneiras para o "New York Times", descreveu a questão como "esquecimento monomaníaco" - estar absorto a tal ponto em uma atividade que o resto do mundo termina excluído.
"Tratar a pessoa que está diante de você como menos importante que o seu celular em geral pode ser entendido como uma microagressão, como a garotada diz", ele definiu.
Muitos sabichões do Vale do Silício vão à guerra se alguém sugerir que os méritos da tecnologia não são uniformemente positivos.. Mas diante de uma mídia social que se tornou tão bruta quanto o pátio de uma escola, essa reação agora parece irrelevante.
Velhos ou jovens, somos todos, literalmente, uma geração de casos em teste. Etiqueta, bons modos, linguagem corporal, a maneira pela qual respondemos e interagimos e mesmo nossa aparência - tudo está mudando. Estamos abrindo mão de toda uma vida, que acontece apenas 90 graus acima de nossos celulares. Comece a olhar para cima.
"Jamais seja a primeira pessoa em um grupo a pegar o celular", recomendou Alford. "Não seja o paciente zero".
Tradução de PAULO MIGLIACCI

FONTE: 
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/01/1954141-como-o-vicio-em-smartphones-tem-acabado-com-os-bons-modos.shtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=compfb

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Tijolos sustentáveis são ​​feitos a partir de garrafas descartáveis

imagem de engenhariae.com.br

O aumento alarmante de resíduos de plástico é uma preocupação constante que afeta o meio ambiente, animais selvagens e, consequentemente, os seres humanos.
Todos os anos, milhões de toneladas de plástico são acumuladas e tudo isso leva cerca de 500 anos para se decompor. Confrontado com este problema, o pesquisador  argentino Rosana Gaggino do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONICET) e sua equipe projetaram um processo que recicla garrafas plásticas descartadas transformando-os em  “tijolos ecológicos” (ladrilhos Ecológicos).
O processo de fabricação é muito simples, porque, ao contrário dos tijolos convencionais (feitos de cimento e areia), substitui a areia para tereftalato de polietileno (PET).
Resultado de imagem para imagens de garrafas pet usadas
imagem de G1 - Globo.com
O uso de garrafas de PET em construção tem expandido enormemente nos últimos anos, e esses tijolos representam um avanço na indústria da construção, porque eles têm propriedades de isolamento de calor 5 vezes maior do que o dos tijolos tradicionais.
Além disso, eles são muito mais leves, têm maior resistência ao fogo e pode construir paredes mais finas. Cada tijolo ecológico usa 20 garrafas de plástico, criando uma alternativa ecológica aos tijolos convencionais que consomem solo fértil, madeira e poluem o ar. Estes tijolos já têm sido utilizados em casas construídas para teste e que foi aprovada pelo governo para uso em construções públicas.
De acordo com Conicet
FONTE: http://engenhariae.com.br/meio-ambiente/tijolos-sustentaveis/

segunda-feira, 2 de julho de 2018

6 maneiras de treinar seu cérebro para lidar com a ansiedade (mal que afeta 13 milhões de brasileiros)

AnsiedadeDireito de imagemGETTY IMAGES
Image caption'Há pessoas que se preocupam com cada ponto de suas vidas e não conseguem se livrar disso', explica especialista

No ano passado, 6,4% da população brasileira sofria com transtornos do tipo, bem mais que a média global, de 3,9%, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mas o que é um transtorno de ansiedade e como diferenciá-lo da ansiedade natural? De acordo com Olivia Remes, doutoranda e pesquisadora do Departamento de Saúde Pública e Cuidados Primários da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, transtornos de ansiedade generalizada são caracterizados por sensações frequentes de medo, inquietação, e de "sentir-se no limite".
"Quando uma pessoa tem um prazo apertado ou uma emergência no trabalho, ela se sente ansiosa e isso é normal. Mas há pessoas que se preocupam com cada ponto de suas vidas e não conseguem se livrar disso", explica. "Pessoas com esse transtorno se preocupam muito mais frequentemente e com mais intensidade que aquelas com uma boa saúde mental."
Apesar dos distúrbios de ansiedade serem um problema sério, que muitas vezes demanda acompanhamento com especialistas, é possível desenvolver habilidades para lidar com o transtorno.
Abaixo, Remes compartilha diferentes estratégias para enfrentar o problema, com base em um estudo recente que liderou.

1. Monitore os seus pensamentos

Quem sofre com transtornos de ansiedade geralmente se vê tomado por pensamentos negativos que invadem a mente sem aviso. "Pessoas com transtornos de ansiedade são pessimistas. Elas acreditam que algo ruim está prestes a acontecer, mesmo que não haja nenhuma evidência que aponte para isso. Elas temem o futuro e acham muito difícil evitar esse tipo de preocupação", descreve a pesquisadora.

Homem em espiralDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionQuem sofre com transtornos de ansiedade geralmente se vê tomado por pensamentos negativos que invadem a mente

Para contornar tal situação corriqueira aos ansiosos, Remes sugere não lutar contra os pensamentos negativos, mas escolher uma hora do dia como o "momento da preocupação" e se permitir um período limitado de tempo para ruminar. Como exemplo, Remes recomenda designar o horário das 16h para as preocupações e dar a si mesmo 20 minutos para preocupar-se.
"A literatura psicológica mostra que nossos pensamentos murcham se não os alimentamos com energia. Ao empurrar esses pensamentos para um outro momento do dia, quando você chegar no momento designado para a preocupação, eles talvez não pareçam tão confusos ou preocupantes como pareciam quando brotaram em sua mente pela primeira vez", explica Remes.

2. Faça atividades físicas e pratique meditação

A famosa citação latina "uma mente sã num corpo são" não é gratuita. Saúde mental e física são codependentes, afirma Remes, e a prática de exercícios físicos é um aliado essencial para o bem-estar psíquico. Em conjunto com exercícios regulares, a meditação consciente também pode ajudar mentes ansiosas.
Um estudo da Universidade de Nova Jersey, publicado recentemente na revista Nature, mostrou que apenas duas sessões semanais de meditação e atividades físicas, de 30 minutos cada, reduziram drasticamente sintomas depressivos nos 52 participantes da pesquisa. Os pesquisadores concluíram que, ao cabo de oito semanas, além de auxiliar aqueles com depressão, a prática também poderia ser útil para aqueles que tendem a ruminar pensamentos, algo comum entre os ansiosos.
"Eu realmente fiquei muito surpresa com esse estudo, com o quanto essas mudanças de hábito podem ter um impacto tão grande", afirma Remes. "Quando você se exercita, você diminui seus níveis de ansiedade e você tem mais energia. Você simplesmente se sente melhor como um todo", aponta.

3. Encontre um propósito - nem que seja cuidar de seu animal de estimação

Em 1946, o médico austríaco Viktor Frankl publicou o livro Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração, no qual narrou suas experiências como prisioneiro em Auschwitz. Frankl também analisa a resposta psicológica de diferentes prisioneiros expostos ao campo de concentração nazista e argumenta que encontrar sentido no cotidiano é uma forma de lidar com a adversidade.

Olivia Remes
Image captionEstudo de Remes notou que pessoas com senso de coesão, de propósito e que enxergavam sentido em suas vidas, tinham menos distúrbios de ansiedade

De acordo com Remes, pessoas com distúrbios de ansiedade muitas vezes não conseguem identificar um propósito claro em suas vidas e nem sempre acreditam que vale a pena investir esforços para endereçar os desafios que encontram. Em seu estudo recente sobre níveis de ansiedade em mulheres que vivem em situações de privação econômica, Remes encontrou que aquelas que tinham senso de coesão, de propósito e que enxergavam sentido em suas vidas, tinham menos distúrbios de ansiedade, mesmo vivendo situações difíceis.
Para a pesquisadora, as lições de Frankl, mesmo extraídas de uma experiência dramática, são um mecanismo útil para aqueles que sofrem com ansiedade. "Nos relatos de Frankl, um traço de personalidade que diferenciava os prisioneiros eram aqueles que conseguiam manter um propósito mesmo naquela situação. Para um era saber que sua filha o aguardava, então ele precisava sobreviver para ela e isso lhe deu esperança. Para outra, era saber que ela tinha um trabalho importante para finalizar", afirma.
No cotidiano, ter a sensação de que você é necessário para a vida de outra pessoa ou para uma atividade específica auxilia na construção de propósito. Tal senso de conexão pode ser traduzido em atividades de voluntariado, em cuidados com um familiar enfermo, na educação de uma criança ou mesmo nos cuidados com um animal de estimação, aponta Remes.
"Quando você coloca seu foco em algo além de você, esse ato te ajuda a dar um tempo de si mesmo", explica. "Ter outras pessoas em mente é muito importante, porque torna um pouco menos penoso passar pelos momentos mais difíceis."

4. Veja o lado bom da vida (por mais que isso seja desafiador)

Por mais clichê que possa soar, adotar uma atitude positiva perante à vida, com foco nos aspectos bons ao invés dos ruins, é essencial para lidar com a ansiedade. Para domar a mente e espantar os pensamentos negativos, Remes recomenda olhar para elementos que te dão prazer, ao invés daqueles que te irritam ou que te deprimem.
Embora controlar quais pensamentos te veem à mente seja impossível, é possível dialogar com eles uma vez que se fazem presente. Se, ao chegar em um ambiente, algo negativo te chamar a atenção, busque encontrar algo que seja positivo. Se no caminho para o trabalho o trânsito estiver estressante, busque ouvir uma música que te conforte - ou mesmo mude a maneira de se deslocar ao trabalho. Essa atitude positiva perante os pequenos momentos da vida tendem a reverberar também no bem estar emocional do indivíduo, aponta Remes.

Pensar positivamenteDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSe, ao chegar em um ambiente, algo negativo te chamar a atenção, busque encontrar algo que seja positivo

Nas situações em que pensamentos negativos intensos invadem a mente, focar em outras atividades do corpo, como a respiração, também é uma forma de amenizar seus efeitos. "Reconheça que esses pensamentos catastróficos que vêm à mente, que te fazem se sentir péssimo, são apenas eventos mentais que irão passar", diz Remes.

5. Viva no presente

A prática de ruminar pensamentos e ser constantemente tragado por memórias do passado tende a alimentar a ansiedade. Preocupar-se com o que pode ocorrer no futuro também pode deixar o indivíduo mais ansioso. Embora muitas vezes esses pensamentos sejam difíceis de controlar, Remes aponta que é importante manter um foco constante no que você está fazendo agora.
"Estudos mostram que, quando nós vivemos no passado, revivendo memórias antigas, essa atitude nos deixa depressivos e menos felizes. Na verdade, ficamos mais felizes quando vivemos no momento presente. Se você está trabalhando, simplesmente foque naquilo que você está fazendo. Simplesmente viva no presente", diz.

6. Busque terapia

Nem sempre é possível lidar sozinho com distúrbios de ansiedade, e a terapia é uma grande aliada para melhorar a saúde mental. Em casos assim, uma possibilidade é a terapia cognitivo-comportamental, cujo princípio básico é buscar uma postura construtiva do paciente.
Nesse sistema de psicoterapia, a hipótese central aponta que a forma como entendemos eventos internos e externos - e não o evento em si - é que determina nossas respostas emocionais e comportamentais.
De acordo com Remes, a solução é preferencial ao consumo de medicamentos, quando for possível optar. "Em muitos casos, medicamentos não funcionam, ou funcionam apenas no curto prazo e os problemas retornam depois de um tempo", aponta. Para a pesquisadora, trabalhar para desenvolver habilidades de enfrentamento à ansiedade e buscar terapia são as melhores formas de lidar com o transtorno.

FONTE: http://www.bbc.com/portuguese/geral-41689217?ocid=wsbrasil..social.sponsored-post.facebook.AEP-Brasil-Ansiedade.nneed2.interests.mktg