domingo, 31 de março de 2019

Nova bateria pode armazenar dez vezes mais energia do que a de lítio

bateria
imagem de engenhariae.com.br

Desde smartphones a carros elétricos, a bateria é uma ferramenta crucial no nosso dia a dia. No entanto, além de não durar o suficiente, a pegada ambiental das baterias é substancial.
Recentemente, uma equipe de pesquisadores da Caltech, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e a Honda desenvolveu uma bateria à base de iões de flúor que poderia ser capaz de fornecer até dez vezes a densidade de energia de uma célula convencional de iões de lítio. Além disso, benefícios não ficam por aqui, os recursos necessários para a fabricar seriam muito menores.
Em um artigo recentemente publicado na revista Science, os cientistas explicam que as baterias de flúor existem já há algum tempo. No entanto, exigiam temperaturas de cerca de 150º Celsius para funcionar. No entanto, de acordo com a CNET, esta nova bateria pode produzir energia à temperatura ambiente.
Para contornar este problema, os investigadores dissolveram sais de flúor e amônio num éter e criaram um novo tipo de cátodo de cobre, lantânio e flúor, que gera corrente à temperatura ambiente.
“As baterias de fluoreto oferecem uma nova e promissora química de bateria com até dez vezes mais densidade de energia do que as baterias de lítio atualmente disponíveis”, explicou Christopher Brooks, pesquisador do Instituto de Pesquisa da Honda e co-autor do artigo, em um comunicado.
“Ao contrário das baterias de iões de lítio, as de flúor não representam um risco de segurança no que diz respeito ao superaquecimento. Além disso, a obtenção dos materiais de origem para as baterias de flúor cria um impacto ambiental consideravelmente menor do que o processo de extração de lítio e cobalto”, continuou.
No fundo, estas baterias correm um risco muito menor de se incendiarem, eliminando assim a visão de que as baterias esquentem muito em carros elétricos.
Motor24 comunicou que estes resultados foram apenas obtidos em laboratório. Ainda não há data para a introdução deste tipo de baterias em automóveis.
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FONTE: http://engenhariae.com.br/tecnologia/nova-bateria-pode-armazenar-dez-vezes-mais-energia-do-que-a-de-litio/

quinta-feira, 28 de março de 2019

Urucum: aditivo alimentar natural pode barrar células cancerígenas, afirma pesquisa!

Imagem de www.jornalciencia.com


Pesquisadores descobriram algumas propriedades especiais do aditivo alimentar natural urucum: propriedades que podem bloquear o desenvolvimento de certas células cancerígenas da pele em camundongos.

Aparentemente, o colorau, que foi muito usado por tribos antigas como pintura de corpo, e agora é mais fácil de ser encontrado como corante alimentar, contém um composto que impede a formação de células cancerígenas provocadas pela radiação ultravioleta.

O composto em questão é chamado bixina, e foi descoberto como parte de testes à procura de moléculas para ativar a via Nrf2 do corpo, que ajuda a fortalecer as células humanas contra a exposição a agentes cancerígenos.

A descoberta foi feita por uma equipe da University of Arizona College of Pharmacy, e os testes já foram iniciados em ratos em laboratório. Os animais que foram injetados com bixina mostraram uma reação à radiação UV muito menor do que aqueles que não foram, o que comprova a teoria de que o composto bloqueia as células cancerosas de alguma forma.

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BIXINA (estrutura molecular)

Georg Wondrak, que liderou o estudo, acredita que o composto induz as células à produção de antioxidantes protetores e fatores de reparação impedindo as células cancerosas de se formarem. “Se você evitar queimaduras solares, poderá evitar também um maior risco de formação do câncer. Essa é a lógica”, disse Barbara Wondrak Grijalva para o Tucson News.

O próximo passo é, naturalmente, ver se o mesmo efeito pode ser reproduzido em humanos. Isso é um processo que pode demorar algum tempo, mas considerando que o urucum já está aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, como seguro para o consumo humano, significa que podem haver menos obstáculos regulatórios do que o normal.

Em última análise, o urucum poderia ser um ingrediente chave de um novo superprotetor solar, mas que funcionaria de dentro para fora, em vez de ser aplicado sobre a pele. Os pesquisadores por trás da descoberta acreditam que os tratamentos poderiam estar prontos em cerca de cinco anos.

Eventualmente, os alimentos podem ter anato adicionado para proteger contra danos da pele, envelhecimento (danos causados ​​pela exposição aos raios UV), e câncer da pele. “Nós só sabemos que nossos compostos podem proteger contra queimaduras solares através de um novo mecanismo muito interessante”, explicou Georg para Tucson News. “Ele ajuda as células a montarem uma resposta que as protege dos danos na pele pela luz UV: queimaduras solares

Anualmente em todo o mundo, cerca de 2 a 3 milhões de cânceres de pele não-malignos são diagnosticados contra 132 mil malignos.

A pesquisa foi publicada no periódico Free Radical Biology and Medicine.

FONTE: http://www.jornalciencia.com/urucum-aditivo-alimentar-natural-pode-barrar-celulas-cancerigenas-afirma-pesquisa/

terça-feira, 26 de março de 2019

A EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA ANÁLISE DAS ABORDAGENS NOS LIVROS DIDÁTICOS

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Imagem  Educador Brasil Escola
por Bruno Silva Leite 

DOI: 10.22201/fq.18708404e.2018.3.63726 

Resumo

Os livros didáticos de química, via de regra, apresentam propostas de experimentos com o intuito de facilitar o aprendizado de seus leitores sobre determinados conceitos químicos, em alguns casos, conceitos abstratos. Todavia, tem-se observado poucas pesquisas envolvendo a identificação e explicação sobre os experimentos utilizados em livros didáticos direcionados ao ensino de química. Este trabalho descreve um estudo sobre os tipos de atividades experimentais encontradas nos livros didáticos de química. Assim, a partir de uma análise qualitativa, considerando uma pesquisa exploratória com análise documental, foram identificados 183 experimentos nos quinze livros analisados e categorizados em seis tipos de atividades experimentais. Os resultados mostram que boa parte das atividades experimentais propostas são da categoria do tipo empírico-indutivista, além de se argumentar a favor da necessidade de inclusão de atividades experimentais do tipo investigativa nos livros didáticos de química. Destaca-se ainda, que os livros analisados possuem lacunas ao abordarem a experimentação, indicando uma ideia de atividade experimental apenas como comprovação da teoria na prática.

Palavras-Chave: Experimentação; Livro didático; Ensino de Química.



FONTE: http://revistas.unam.mx/index.php/req/article/view/63726/57525

sábado, 23 de março de 2019

Dez curiosidades que você não sabia sobre a Tabela Periódica

Por Rodrigo Di Monaco*
Temida por uns, adorada por outros tantos, a Tabela Periódica que adorna salas de aula e livros didáticos no mundo todo é uma velha senhora que em 2019 completa 150 anos. O modelo que utilizamos atualmente foi apresentado pela primeira vez em 1869, pelo químico russo Dmitri Mendeleev (1834-1907), com o objetivo de organizar, classificar e agrupar os elementos químicos conforme suas propriedades.

Antes dessa, muitos cientistas já tinham desenvolvido tabelas para organizar os elementos químicos. O desenho proposto por Mendeleev, com organização por ordem crescente de massa atômica, foi repaginada por ele mesmo em 1871 e sofreu diversas alterações ao longo dos anos. No entanto, as versões modernas ainda se baseiam na estrutura desenvolvida pelo russo.

Inicialmente, a Tabela Periódica trazia apenas 63 elementos químicos.  Mendeleev previu que poderiam ser acrescentados outros e deixou espaços em branco. Hoje, são 118 substâncias – e ainda há espaço para mais!

A história da Tabela periódica está recheada de fatos surpreendentes, que vão intrigar até mesmo quem se assusta na hora de estudar química. Separamos dez que você com certeza não conhecia.

Imagem de https://educacao.estadao.com.br
Confira:

Entrega de última hora
Quando desenvolveu a primeira versão da Tabela Periódica, Mendeleiev tinha um prazo a cumprir e, assim como tantos estudantes, deixou para entregar na última hora. Por isso, ao invés de descrever em detalhes cada um dos elementos, ele organizou tudo resumidamente em uma tabela.

Maioria dos elementos pode ser encontrada na natureza
Dos 118 elementos existentes hoje na Tabela Periódica, 90 podem ser encontrados na natureza, enquanto outros foram criados pelo homem – o tecnécio foi o primeiro deste tipo.

Inspiração veio da Paciência
Jogador de cartas voraz, Mendeleiev buscou inspiração no jogo de Paciência (Solitaire, em inglês) para desenhar a Tabela Periódica. Ele fez um cartão para cada um dos 63 elementos então conhecidos, listando em cada um com suas propriedades físicas e químicas. “Embaralhou” e os organizou em ordem crescente de massa atômica, agrupando os que tinham propriedades semelhantes.

Previsões certeiras
Nos espaços que deixou em branco, Mendeleev conseguiu prever corretamente o peso de alguns elementos faltantes, como gálio, escândio e germânio.

Gases nobres renegados
Quando o argônio foi descoberto, em 1894, não se encaixou em nenhuma das colunas propostas por Mendeleev. Ele então negou a existência do elemento; o mesmo ocorreu com hélio, néon, criptônio, xenônio e radônio, hoje conhecidos como Gases Nobres.

Novidades incorporadas em 2016
Os elementos mais novos da Tabela periódica foram oficialmente reconhecidos em 2016: Tennessine (Ununséptio), Nihonium (Ununtrio), Moscovium (Ununpêntio) e Oganesson (Ununóctio).

Versão antiga esquecida no depósito
A versão mais antiga da Tabela periódica foi encontrada em 2014, esquecida em meio à bagunça de um depósito da Universidade de St. Andrews, na Escócia. Com data de 1871, acredita-se que seja bastante similar à tabela publicada em 1869. A versão original utilizada por Mendeleev foi perdida.

Tabela que não tem fim
A atual versão da Tabela periódica é infinita e está pronta para receber novos elementos a qualquer momento.

Elemento bombástico
Segundo o Guinness Book, o plutônio (Pu) é o elemento mais perigoso da Tabela Periódica. Raramente encontrado na natureza, ele é usado para fazer bombas atômicas e é altamente radioativo.

Para rir um pouco
Como nem tudo na vida é ciência, muita gente fez paródias com a criação de Mendeleev. Existe a Tabela periódica do M&M, a Tabela Periódica dos Bombons e a Tabela Periódica do Metal, ou melhor, do Heavy Metal. Divirta-se: http://mentalfloss.com/article/48677/9-periodic-table-parodies.


* Rodrigo Di Monaco, 45 anos, é professor de química do Colégio Salesiano Santa Teresinha. Engenheiro de Materiais pela Universidade Mackenzie e Mestre em Processos Químicos e Bioquímicos pelo Instituto Mauá de Engenharia. Licenciado em Química pela FATEMA, ministra aulas na Rede Particular de Ensino Médio, Técnico e Superior há 23 anos.

FONTE: https://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-dos-colegios-salesiano-santa-teresinha/dez-curiosidades-que-voce-nao-sabia-sobre-a-tabela-periodica/?amp

quarta-feira, 20 de março de 2019

A encruzilhada da tabela periódica

Ao completar 150 anos, o diagrama que reúne os elementos químicos por semelhança enfrenta dificuldades para continuar crescendo

Acelerador de partículas do GSI, na Alemanha, um dos centros que tentam descobrir elementos superpesados
G. Otto/GSI Helmholtz Center for Heavy Ion Research
Em 1869, um professor da Universidade de São Petersburgo, o russo Dmitri Mendeleev (1834-1907), concebeu um diagrama em que ordenava cerca de 60 elementos químicos então conhecidos em função de sua respectiva massa. Essa foi a primeira versão do que viria a ser conhecida como a moderna tabela periódica, hoje composta de 118 elementos, dispostos em 18 grupos (colunas) e 7 períodos (linhas). Atualmente, os elementos são organizados de forma crescente em razão de seu número atômico – a quantidade de prótons em seu núcleo – e os de um mesmo grupo apresentam propriedades similares. Em seu sesquicentenário, essa ferramenta ainda é indispensável para explicar (e prever) interações químicas e inferir características dos elementos, como reatividade, densidade e disposição dos elétrons em torno do núcleo atômico, onde, além dos prótons, ficam os nêutrons. “Hoje a tabela periódica pode ser considerada a enciclopédia mais concisa que existe. Quem sabe usá-la encontra muitas informações em uma única folha de papel”, diz Carlos Alberto Filgueiras, químico e historiador da ciência da Universidade Federal de Minais Gerais (UFMG). “Não existe nada igual em outra área do conhecimento.”

A partir dos anos 1940, não foram expedições de campo que fizeram a tabela periódica crescer de tamanho, mas experimentos conduzidos em aceleradores de partículas. Faz 80 anos que a ciência não descobre um elemento desconhecido na natureza – o último foi o frâncio (Fr), de número 87, há exatos 80 anos. Desde então, os cerca de 30 novos membros agregados à tabela foram primeiramente produzidos por meio de reações nucleares, embora alguns, como o plutônio, acabaram também sendo encontrados na natureza depois de terem sido fabricados artificialmente em instalações da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia. O Brasil não está no seleto clube de países com equipamentos capazes de gerar novos elementos. As dificuldades de fabricá-los – cada vez mais pesados, ou seja, com mais prótons em seu núcleo atômico, e de meia-vida (decaimento radioativo) fugaz, de frações de segundo – levam alguns cientistas a indagar até que ponto será possível expandir a tabela e acomodar elementos de comportamento distinto.

Um dos pesquisadores que se questionam sobre isso tem predicados especiais. O físico nuclear Yuri Oganessian, 85 anos, do Instituto Unificado de Pesquisa Nuclear (JINR), em Dubna, distante cerca de 120 quilômetros de Moscou, é a segunda pessoa viva cujo nome foi usado como inspiração para denominar um elemento. Na atual versão da tabela periódica, o elemento mais pesado, que figura em seu canto inferior direito, é o oganessônio (Og), de número atômico 118. Há 60 anos, o russo se dedica a produzir novos elementos superpesados, aqueles com número atômico superior ao 92 do urânio (U), os chamados transurânicos, tendo participado da descoberta de cerca de uma dezena de elementos.

A expansão dos átomos
A tabela periódica é composta atualmente de 118 elementos, quase o dobro do que tinha na época de Mendeleev

FONTE: SOCIEDADE REAL DE QUÍMICA DO REINO UNIDO
O oganessônio foi produzido apenas como um punhado de átomos num experimento conduzido em 2006 no acelerador de partículas do Laboratório Flerov do JINR. Foi obtido por meio de colisões, em condições especiais, que promoveram a fusão de átomos do elemento 20, o cálcio, e do 98, o califórnio. Devido ao pequeno número de átomos produzidos e sua meia-vida muito curta, ainda hoje, os pesquisadores não conseguiram analisar as propriedades químicas do oganessônio. Caso ele corresponda ao que se espera da sua posição na tabela periódica (grupo 18), ele é um gás nobre, como o hélio, com baixa reatividade. Por ora, no entanto, pouco se sabe sobre suas propriedades.

“Será que o elemento 118 se parece com um gás nobre? Frequentemente a resposta dada a isso é não”, disse Oganessian durante um encontro de cientistas de renome para celebrar os 150 anos do trabalho de Mendeleev, realizado em Paris no final de janeiro pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “Acho que o elemento 118 provavelmente ainda vai se mostrar um integrante do 18º grupo da tabela. Na transição do 118 para o 119, espero ver mudanças, que provavelmente serão observadas, mas ainda de forma fraca.” Esse otimismo, porém, não vai muito além. “Acho que, nos elementos 120, 121 ou 123, a diferença entre os grupos será bastante menor ou desaparecerá completamente”, afirma Oganessian. “A partir desse ponto, a tabela periódica teria de mudar?”

A pergunta do russo leva a outra questão. Se até agora tudo o que se viu em química respeita as regras da tabela periódica, que razão há para se suspeitar que seu diagrama pode se tornar obsoleto em razão de novas descobertas? O fantasma assombrando a tabela tem nome e sobrenome: Albert Einstein e sua teoria da relatividade especial. Oganessian explica que, quanto mais massa tem um núcleo atômico (onde ficam os prótons, com carga elétrica positiva), mais ele atrai os elétrons, de carga negativa, situados na primeira camada formada por essas partículas que orbitam o núcleo. Esses elétrons passam então a se movimentar mais rápido e, no caso dos núcleos de elementos superpesados, aproximam-se muito da velocidade da luz. Esse cenário leva os elétrons, que, em condições normais, têm massa 1.800 vezes menor que a do próton, a se tornarem mais pesados. Assim, acabam alterando a massa final do átomo e desorganizando o esquema das órbitas dos elétrons, um dos parâmetros explicados pela atual tabela periódica.

A produção de elementos superpesados que duram mais tempo é um desafio da pesquisa em física nuclear

Antes mesmo de o problema ser observado em experimentos, alguns teóricos já se ocupam em construir uma tabela periódica relativística. Nela, a relatividade de Einstein também passa a ter um papel relevante na descrição do átomo, antes compreendido apenas pelas forças eletromagnéticas e nucleares, que são explicadas pela mecânica quântica. No entanto, poucos cientistas se atrevem a fazer afirmações categóricas sobre o que poderá ser visto nos aceleradores de partículas.

Simular matematicamente um núcleo atômico de um elemento superpesado, com mais de 100 prótons e quase 200 nêutrons, é ainda tarefa impossível. Não há poder computacional disponível para isso, e a abordagem estatística não é confiável para descrição de certas propriedades. “Precisamos então usar instrumentos matemáticos que permitam tratar um problema ‘não muito erradamente’, e a descrição que obtivermos será evidentemente uma aproximação”, explica Alinka Lépine-Szily, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).

Desde 2008, a física da USP faz parte da Comissão de Física Nuclear da União Internacional de Física Pura e Aplicada (Iupap). O grupo que arbitra as reivindicações de descobertas de novos elementos produzidos em laboratório, denominado Joint Working Party (JWP), é escolhido pelas direções da Iupap e da União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac). Os experimentos muitas vezes geram evidências indiretas da existência de um novo elemento superpesado, como a emissão de radiação alfa, em vez de um registro direto da produção de átomos. Uma vez que o JWP reconheça a descoberta, o pleito segue para a Iupac, a quem cabe incluir o elemento na versão oficial da tabela periódica.

O elemento mais pesado da tabela periódica foi batizado de oganessônio em homenagem ao físico russo Yuri OganessianVPRO/Wikimedia Commons
Por ora em compasso de espera, a expansão da tabela pode vir do domínio de novas técnicas de fusão nuclear capazes de gerar variantes (isótopos) de elementos superpesados que sejam mais estáveis. Todos os isótopos de um elemento apresentam a mesma quantidade de prótons (têm, portanto, o mesmo número atômico), mas diferem no número de nêutrons em seu núcleo. Nos elementos naturais leves, o número de prótons é igual ao de nêutrons. Nos mais pesados, há mais nêutrons que prótons, tendência que cresce conforme aumenta o peso do átomo. Para os superpesados, cálculos teóricos preveem a existência de núcleos mais estáveis, denominados “ilhas de estabilidade”. Esses elementos seriam mais duradouros do que os que têm sido produzidos em aceleradores de partículas até agora. “Alguns desses isótopos poderiam ter meia-vida de horas ou dias ou, segundo os mais otimistas, até milhões de anos”, comenta Lépine-Szily. “O problema é que talvez os experimentos hoje capazes de criar elementos superpesados ainda não consigam agregar nêutrons em quantidade suficiente para chegar à ilha de estabilidade.”

Há, no entanto, progressos relativos nesse sentido. Apesar de o tempo de decaimento radioativo decrescer com o aumento da quantidade de prótons no núcleo, parece ter sido observada uma mudança de comportamento nos últimos elementos agregados à tabela periódica. Em colaboração com os laboratórios nacionais norte-americanos de Oak Ridge e do Lawrence Livermore, o grupo de Oganessian criou isótopos superpesados dos elementos de número 115, 116 e 117 com tempo de decaimento radioativo que se mantém em torno de dezenas de milissegundos. Na parceria com o Flerov, os norte-americanos fornecem os alvos de metais radioativos, como berquélio (Bk), o elemento 97, que, no laboratório russo, são bombardeados por feixes intensos de átomos leves de um dos isótopos do cálcio. O último elemento produzido assim foi o tennesso (TS), de número atômico 117, em 2010.

A colaboração russo-americana é a favorita na corrida pela produção de elementos dentro da “ilha de estabilidade”, mas há laboratórios competitivos no Japão, como o Instituto Riken, e na Alemanha, como o GSI. Até o meio do ano, Oganessian e seus colegas de Dubna deverão contar com um novo centro, a Fábrica de Elementos Superpesados, para procurar elementos desse tipo, que custou US$ 60 milhões. Os novos aceleradores de partículas serão capazes de operar com feixes de íons muito mais intensos. Dois experimentos com 50 dias de duração devem ser feitos ainda em 2019.

Mesmo que a física nuclear não consiga produzir o oganessônio com a mesma facilidade com que fabrica o plutônio, há muita pesquisa a ser feita com uma quantidade mínima de átomos desses elementos superpesados. “A técnica atual disponível nos arranjos experimentais e o conhecimento acumulado sobre propriedades dos elementos permitem que se estude a interação particular de um único átomo ou íon de elementos superpesados com vários outros elementos”, afirma, em entrevista por e-mail à Pesquisa FAPESP, Jadambaa Khuyagbaatar, do grupo de química de elementos superpesados do GSI. “O campo de pesquisa em elementos pesados não se ocupa apenas de sintetizar novos elementos. Investigamos as propriedades de muitos núcleos pesados e superpesados e tentamos encontrar soluções para problemas fundamentais da ciência.”

FONTE: http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/14/a-encruzilhada-da-tabela-periodica/?utm_source=instagram&utm_medium=social&utm_campaign=Ed277

segunda-feira, 18 de março de 2019

Professor está sobrecarregado com tarefas que são dos pais, diz educador

A relação entre família, sociedade e escola foi o tema da edição passada da Feira Educar Educador, no Centro de Exposições Imigrantes, na Zona Sul de São Paulo. O mestre em educação Marcos Meier deu a palestra que sintetiza o evento: “Família, sociedade e escola: onde pretendemos chegar?”. Para ele, o professor tem sido obrigado a assumir uma tarefa que é relativa aos pais na educação de crianças e adolescentes.
Marcos Meier, mestre em educação, será palestrante na Educar (Foto: Divulgação)
Ao viajar o Brasil dando palestras para professores, o mestre em educação Marcos Meier, que já foi ele mesmo professor de matemática no Paraná, se deparou com uma tendência preocupante a partir dos depoimentos dos docentes. “O professor, que antigamente tinha tempo para ensinar o currículo, hoje tem que gastar 20 minutos corrigindo a indisciplina do aluno, fazendo-o sentar, pegar o caderno… Um monte de coisas da área da educação básica das famílias não está pronta, e o professor precisa dar conta disso”, afirmou.
Segundo o especialista, o acesso à informação e tecnologia nos últimos anos tem feito com que as relações se modifiquem e os adolescentes de hoje, vivendo em famílias cada vez mais ocupadas e passando horas excessivas do dia com o telefone, o computador e o videogame, não desenvolva os mecanismos de socialização necessários para o convívio pessoal.

As famílias, para Meier, não devem ser divididas em “estruturadas” e “desestruturadas” por causa de sua formação, já que o aumento no número de divórcios tem criado novas relações. Ele defende o enfoque na funcionalidade da família. “Existem famílias com papai, mamãe e filhos que sãp desfuncionais, porque os pais não dão atenção às crianças, e famílias sem o pai, mas em que a mãe faz um trabalho maravilhoso, ou os avós e tios também ajudam”, explicou.

A falta de tempo dos pais, também cada vez mais conectados às tecnologias, faz com que os poucos momentos com os filhos sejam de interação, com brincadeiras, jogos e diversão, e provoca a escassez momentos de intimidade necessários para construir uma relação de qualidade entre eles. O resultado é que as crianças hoje em dia chegam às escolas cada vez mais indisciplinadas, aumentando assim a exigência dos professores para manter a autoridade.

Leia a íntegra da entrevista de Meier ao G1.

Professor está sobrecarregado com tarefas que são dos pais, diz educador

Do que se trata o tema geral da Educar?
Com a palestra-tema do evento, “Família, sociedade e escola: onde pretendemos chegar?”. A nossa sociedade hoje está sofrendo transformações muito grandes em termos de acesso à informação e tecnologia, que faz com que as relações se modifiquem. Os adolescentes antigamente se reuniam e ficavam horas dançando ou batendo papo, fazendo festas de garagem. Então eles eram obrigados a aprender a lidar com o cara chato, com o sarna, aquele que incomoda. O adolescente tem a característica de corrigir um ao outro, pegar no pé, isso é muito saudável para desenvolver mecanismos de socialização, a pedir com licença, por favor, desculpa.

E qual a diferença hoje?
Com a tecnologia, ele não tem mais a oportunidade do olho no olho, se não gostou de um cara, ele bloqueia no MSN [mensageiro instantâneo], na sala de bate-papo. O adolescente não está mais acostumado a aceitar crítica, ele fica frágil, não suporta as críticas. Isso faz também com que, na escola, o professor que exija um pouco mais é mal visto. O adolescente reclama, acha ruim, não está acostumado a receber esse tipo de cobrança do professor que pega no pé.
  
Como a família influencia esse comportamento?
A indisciplina tem aumentado bastante justamente por causa do tempo. As crianças estão cada vez menos sob orientação de um adulto. O pai dificilmente tem tempo para ficar com os filhos, a mãe trabalhando fora ainda tem todas as atividades da casa. Então ela tem momentos de interação, mas não tem momentos de intimidade. Tem aquela hora de fazer bagunça, e eles deixam regras de lado, ninguém quer pegar no pé do filho porque são tão poucos minutos para ficarem juntos. Então não tem qualidade essa relação. E esse estilo cada vez mais descomprometido tem efeitos na escola também.

Que efeitos?
As crianças, que deveriam estar aprendendo a ter educação com os pais, acabam chegando na escola totalmente indisciplinadas, batendo e xingando em vez de conversarem. O professor, que antigamente tinha tempo para ensinar o currículo, hoje tem que gastar 20 minutos corrigindo a indisciplina do aluno, fazendo-o sentar, pegar o caderno… Um monte de coisas da área da educação básica das famílias não está pronta, e o professor precisa dar conta disso. De uma aula de 40 ou 50 minutos que poderia estar sendo muito bem aproveitada com conteúdo, 20 minutos com certeza estão sendo jogados no lixo. Isso vai irritando tanto o professor, que depois não tem paciência na hora de explicar o assunto. Ele está sendo exigido além da conta, o professor foi preparado para ensinar currículos escolares, não para dar a educação que a família antigamente ensinava.
  
A falta de interesse dos alunos na escola também não têm a ver com o abismo de gerações, já que os professores são muito menos adeptos das novas tecnologias?
É bom que professores aprendam a usar as novas tecnologias, mas temos um mito que é o seguinte: a gente acha que o aluno que usa computador e internet está aprendendo mais, mas quando passa um trabalho ou pesquisa para ele, o aluno não sabe filtrar informação na internet, o que aparecer no google eles colocam no trabalho deles. Não viram se era pegadinha, se o site tem autoridade. Eles acham que fizeram a pesquisa por colocar informações numa página, às vezes nem leram com atenção.

Esse é um problema generalizado?
Tem o outro lado, temos sim escolas com nível de educação de primeiro mundo, temos pesquisas na área da educação, da relação professor-aluno, suficientes para poder dar palestra a professores da Europa sobre como dar aula. O problema é que esse conhecimento que as boas escolas têm não chega a todas as escolas. Enquanto algumas escolas do Sul estão discutindo se usam lousa digital de uma ou outra marca, outras estão emendando quadro negro com cartolina porque ele está rachado.

Absorver a tecnologia é inevitável para a escola?
Tem escola hoje que proíbe que professores tenham Facebook porque alunos falam mal do professor e da escola lá. Por outro lado, tem escola incentivando que o professor tenha Facebook, que coloque os alunos como amigos para trocar informações e tirar dúvidas. Você pode usar a tecnologia a favor da aprendizagem ou vê-la como uma ameaça à escola. Mas esse tipo de visão retrógrada vai ter que desaparecer.

O que falta para isso acontecer?
Hoje temos uma problema que é a falta de softwares de qualidade para a escola. Tem software que o aluno dá um clique, vira uma página, dá outro clique, vira outra página. Aquilo nada mais é do que um livro em formato digital, mas o grau de interatividade é zero. Tem que tomar muito cuidado ao levar o aluno para o laboratório de informática. Às vezes é perder tempo com o computador, é melhor pegar um professor apaixonado por aquilo que ensina do que usar um software com baixo grau de interatividade. Isso em psicologia a gente chama de postura passivo-aceitante, é como a criança na frente da televisão, só recebe informação. Tem muito professor que coloca o aluno nessa postura, e também tem muito software que segue o mesmo caminho. A chave é a interação do aluno com o conhecimento. Pode ser no computador, sozinho ou com o professor em sala de aula. Desde que haja espaço para interagir com o conhecimento, é isso que precisa acontecer para o aluno aprender.

FONTE: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/05/professor-esta-sobrecarregado-com-tarefas-que-sao-dos-pais-diz-educador.html

sexta-feira, 15 de março de 2019

Azeitona previne câncer de mama e te dá outros 5 ótimos motivos para consumi-la

O.BELLINI/SHUTTERSTOCK

Com sabor marcante, a azeitona pode dar vida a qualquer preparação mais simples ou mesmo ser consumida como petisco. E motivos não faltam para incluir o alimento no seu cardápio. Além do sabor, ela possui benefícios para a saúde que vão muito além da prevenção do câncer de mama.


Benefícios da azeitona para a saúde



1. Por ter ação anti-inflamatória, a azeitona ajuda a reduzir as chances de aparecimento de tumores e pode prevenir o câncer de mama. Além disso, é um antioxidante natural que evita a danificação celular que transforma células saudáveis em cancerosas.
BITT24/SHUTTERSTOCK
2. A azeitona é boa fonte de gorduras monoinsaturadas que aumentam os níveis de colesterol bom, reduzem os de colesterol ruim e, portanto, auxilia no combate à doenças cardiovasculares.

3. As fibras e vitamina E presentes na azeitona contribuem para o bom funcionamento do intestino que, consecutivamente, melhora diversos outros fatores de saúde.

4. Azeitona ajuda a emagrecer porque sua combinação de gorduras monoinsaturadas e fibras promove bom trabalho do intestino, garante saciedade e impulsiona a queima de calorias.

Resultado de imagem para composição do azeite de oliva
imagem de Ciência para Todos


5. Quem treina com intensidade também pode tirar proveito da azeitona, principalmente a preta. O alimento é fonte de ferro, fundamental para a oxigenação celular que melhora o desempenho e a musculatura do corpo.

6. Até mesmo a beleza sai ganhando com o consumo regular de azeitonas. A vitamina E presente no alimento funciona como um hidratante natural que protege a pele, prevenindo seu envelhecimento. Além disso, é fonte de ácido oleico, conhecido por amenizar rugas e marcas de expressão.

FONTE: https://www.vix.com/pt/saude/554026/azeitona-previne-cancer-de-mama-e-te-da-outros-5-otimos-motivos-para-consumi-la

quarta-feira, 13 de março de 2019

Tabela periódica gigante para imprimir – com os usos dos elementos químicos

Imagem de www.tabelaperiodica.org

Instruções:

Após descompactar o arquivo .zip você terá acesso aos 118 arquivos em PDF para impressão em folhas tamanho A4.
Imprimindo em folhas tamanho A4 inteiras a tabela terá uma dimensão total de 2 metros e 68 centímetros de altura e 3 metros e 78 centímetros de comprimento. Ao recortar as bordas brancas estas dimensões diminuem um pouco. Dica: Escolha uma parede com tamanho adequado e planeje as dimensões antes de começar a impressão.
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quarta-feira, 6 de março de 2019

Biólogo e quadrinista transformam artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos em história em quadrinhos

Lançada nesta quarta-feira (20/02/2019), a HQ ilustra resultados de um experimento da Universidade Federal de Goiás realizado em 2016; leia a íntegra.

O biólogo Luciano Queiroz transformou um artigo científico em uma história em quadrinhos  — Foto: Arquivo pessoal/Luciano Queiroz
O biólogo Luciano Queiroz transformou um artigo científico em uma história em quadrinhos — Foto: Arquivo pessoal/Luciano Queiroz
Você se lembra de como aprendeu sobre o ciclo de vida dos insetos na disciplina de biologia? Nesta quarta-feira (20), um biólogo e um quadrinista lançam uma explicação sobre o tema que, ao mesmo tempo, é científica e escapa do estilo de ensino tradicional. Batizada de "Ciclos", a "aula" é toda feita em quadrinhos, que ilustram e recontam os resultados de um experimento científico realizado no interior de Goiás.

Produzida em um processo de trabalho que levou seis meses, a história em quadrinhos resume em seis páginas o artigo (leia a íntegra do material abaixo).

"Ciclos" - parte 1: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
"Ciclos" - parte 1: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merli
Essa não é a primeira parceria entre o biólogo Luciano Queiroz e o quadrinista Marco Merlin. Eles já produzem, desde 2016, o "Cientirinhas", uma parceria entre o podcast Dragões na Garagem e o Quadrinhorama, projeto pessoal de Merlin.

Nas mais de 130 tirinhas já publicadas, conceitos científicos são divulgados de forma curta e bem humorada. Mas a divulgação de um artigo científico nesse formato é inédita para os dois.

"Essa foi a primeira vez que transformamos um artigo científico em quadrinho. Minha ideia é experimentar um novo formato para se fazer divulgação científica. O quadrinho é um artigo científico, mas esperamos que as pessoas se entretenham enquanto o leem", explicou Queiroz ao G1.

"Ciclos" - parte 2: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
"Ciclos" - parte 2: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin

Experimento que virou artigo científico

O biólogo, que fez a graduação na Universidade Federal de Goiás (UFG) e hoje é doutorando em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP), era estudante de iniciação científica quando integrou um grupo de pesquisa que foi a campo com um projeto para estudar a ecologia dos insetos.

Durante cinco semanas, os pesquisadores coletaram informações sobre como os insetos se reproduzem e iniciam um novo ciclo de vida no Cerrado brasileiro, mais especificamente no município de Niquelândia (GO).

O local escolhido por eles foram cinco riachos intermitentes, ou seja, que secam durante os períodos de estiagem e voltam a encher de água quando voltam as chuvas. A ideia era aproveitar o início da época de chuva para avaliar como cada espécie de inseto retornava ao riacho para um novo ciclo de procriação e colonização. Para isso, eles tiveram a ideia de montar "habitats artificiais" dentro de "bolsas" de nylon nos riachos.

Cada bolsa continha um conjunto de seixos, que são pequenas rochas arrendondadas pelo fluxo da água. "Os insetos aquáticos podem viver embaixo ou na superfície dessas pedras, depende da espécie", explicou Queiroz ao G1.

"Ciclos" - parte 3: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
"Ciclos" - parte 3: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
A cada semana, o grupo retirava as bolsas antigas e colocava novas no lugar. Durante cinco semanas, as bolsas retiradas eram analisadas para revelar detalhes sobre como é feita a colonização daqueles ambientes. Veja algumas das descobertas do estudo:

·        Os primeiros insetos que aparecem nos riachos quando as chuvas recomeçam são as libélulas, as moscas e mosquitos e as efeméridas (nome popular do efemeróptero, um inseto aquático);
·        Cada um deles se alimenta de uma forma diferente: enquanto as larvas dos mosquitos coletam plâncton e microorganismos da água, as ninfas de libélulas predam outros animais, e as ninfas dos efemerópteros se alimentam do musgo;

"Ciclos" - para 4: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
"Ciclos" - para 4: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin

·        Já outros insetos só chegam ao riacho a partir da terceira semana após o início das chuvas. Entre eles estão os percevejos, os megalópteros e os tricópteros;
·        Nessa época, as libélulas já deixaram o local, que é ocupado por outros insetos predadores, como os percevejos. Por outro lado, outras espécies que se alimentam do musgo na água permanecem ali;
·        Quando os insetos já estão adultos, os insetos predadores deixam o riacho e migram para outros locais, dando continuidade ao processo que a ciência chama de "sucessão ecológica", quando existe um grande número de espécies no período inicial da colonização de um habitat, mas a população vai diminuindo com o passar do tempo.

"Ciclos" - parte 5: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
"Ciclos" - parte 5: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin

Artigo científico que virou história em quadrinhos

Queiroz explica que o resultado do experimento foi publicado no artigo científico em 2016 e, no mesmo ano, surgiu a ideia de divulgá-lo em outro formato.
"Os resultados que obtivemos demonstram de forma muito simples como ocorre a colonização de novos ambientes pelos insetos aquáticos", disse o biólogo. Ele diz que a ideia de usar o texto acompanhado de desenhos "facilita muito a compreensão do conceito de sucessão e também apresenta alguns insetos que não são tão conhecidos pela população".

"Os artigos que escrevemos são histórias, contamos como surgiu a ideia, como fizemos para testá-la, os resultados que obtivemos e como isso influencia o conhecimento que já temos. Essa história é contada para um público restrito, o acadêmico. Temos conceitos, termos e nomenclaturas específicas. No caso da divulgação científica o público muda. Queremos alcançar pessoas que não são do meio acadêmico. Então, contamos a história de outra forma."

Segundo o doutorando, existe a ideia de repetir a empreitada no futuro, mas ainda sem prazos definidos, já que o processo inclui muitas etapas, desde o roteiro, as cenas, a pesquisa de imagens e os diversos rascunhos, revisões e colorização.
Mas a escolha do tema "Ciclos" veio da simplicidade com a qual seria possível explicar para um público mais amplo o processo de sucessão ecológica dos insetos.

"Os ciclos de vida de plantas, animais e da natureza como um todo são muito poéticos e as pessoas tendem a fazer paralelos com suas próprias vidas. Esses paralelos criam laços entre o produto e o leitor."

"Ciclos" - parte 6: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
"Ciclos" - parte 6: história em quadrinhos ilustra e reconta os resultados de artigo científico sobre o ciclo de vida dos insetos — Foto: Divulgação/Luciano Queiroz e Marco Merlin
 FONTE: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/02/20/biologo-e-quadrinista-transformam-artigo-cientifico-sobre-o-ciclo-de-vida-dos-insetos-em-historia-em-quadrinhos.ghtml?fbclid=IwAR0NekkX-fPLsAg3rp8AdQTzOAiZ3eYBpqC2MWQZnB3YQ69p1nOx6VHEqao

segunda-feira, 4 de março de 2019

QUÍMICA E CARNAVAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A MELHORIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS

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imagem de We Love Campo de Ourique
Pires, R.O. (IFRJ) ; Cerqueira, T.S. (IFRJ) ; Maia, E.D. (IFRJ) ; Messeder, J.C. (IFRJ)


RESUMO

O presente trabalho visa demonstrar como conteúdos encontrados no interior do universo de elaboração do carnaval carioca pode se constituir em material que estimule o ensino de ciências, mais especificamente, de química. O trabalho de pesquisa realizado no Barracão da G.R.E.S. Beija-Flor, coletou dados significativos que serão convertidos em material didático com orientação CTS. Durante a observação realizada verificamos a importância da química no processo de confecção do carnaval, ficando claro como a ciência se faz presente nos mais diversos ambientes. Partimos do pressuposto que o aluno pode ser estimulado a aprender quando se dá conta de que a ciência está presente nas mais diferentes esferas da vida.

PALAVRAS CHAVES: Carnaval; alfabetização científica; ensino não-formal

Clique no link e veja o texto completo:  QUÍMICA E CARNAVAL

sexta-feira, 1 de março de 2019

Contraceptivo unissex à base de plantas impede fecundação e não tem efeitos colaterais

Foto: Reprodução / Pixabay
Três biólogas da Universidade de Berkeley, na Califórnia, relataram em um estudo para revista PNAS uma forma de contraceptivo de uso unissex que, basicamente, acaba com as forças dos espermatozoides. Elas o fizeram por meio de uma substância utilizada na Medicina Tradicional Chinesa, chamada pristimerina, conforme informações da Super Interessante.

Chamada de “camisinha molecular”, a substância é encontrada na planta Tripterygium wilfordii, cuja principal qualidade é a capacidade de agir como a progesterona, um hormônio essencial para a reprodução humana.

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Pristimerina
Nas mulheres, a progesterona é conhecida por regular, com a ajuda do estrogênio, o ciclo menstrual. Contudo, ele tem outra função importante, que é servir energia para os espermatozoides conforme eles tentam romper a parede do óvulo. E é por isso que o óvulo costuma manter um estoque de progesterona, para que as células masculinas consumam o hormônio e tenham forças para acelerar e penetrá-lo.

A pristimerina age da mesma forma, só que tem efeito contrário: quando o gameta masculino a utiliza, sofre reações químicas que o inutilizam. E é por isso que, quando em doses suficientes, a substância pode agir como um anticoncepcional 100% natural, sem efeitos colaterais relatados e, mais importante, próprio para homens e mulheres.

Um bônus sobre o método é a questão ética, uma vez que ele evita a união das células, impedindo-as que formem um zigoto. Logo, ele é isento de críticas religiosas, que argumentam que a vida começa logo na fecundação.

FONTE: http://www.jornalciencia.com/contraceptivo-unissex-a-base-de-plantas-impede-fecundacao-e-nao-tem-efeitos-colaterais/