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A maioria de nós gostaria de ter uma memória melhor. Se ao menos não chegássemos à loja, para comprar três coisas e nos lembrássemos só de duas. Se ao menos não subíssemos até o segundo andar, só para esquecer por que fomos lá. Se ao menos pudéssemos ler informações e memorizá-las facilmente, em vez de tudo desaparecer rapidamente de nossas mentes.
Há muitas técnicas de memória testadas e confiáveis, algumas das quais existem há décadas. Mas o que os cientistas estão investigando agora?
Há muitas técnicas de memória testadas e confiáveis, algumas das quais existem há décadas. Mas o que os cientistas estão investigando agora?
Mais estudos serão necessários antes que possamos ter certeza das melhores formas de colocar as pesquisas mais recentes em prática, mas o que elas podem nos dizer sobre como melhorar nossa memória?
1) Ande de costas
Podemos pensar que tempo e espaço são coisas muito diferentes, mas, mesmo na forma como falamos, há mais pontos de encontro do que poderíamos imaginar. Nós deixamos acontecimentos "para trás". "Olhamos em frente" ao pensar no futuro. A maneira exata como fazemos isso varia de cultura para cultura, mas, no mundo ocidental, a maioria de nós pensa no futuro como um espaço a nossa frente enquanto o passado se estende para trás.
Pesquisadores da Universidade de Roehampton decidiram explorar a ligação em nossas mentes entre tempo e espaço para encontrar uma maneira de ajudar a nos lembrar melhor dos acontecimentos. Eles mostraram às pessoas uma lista de palavras, um conjunto de fotos ou um vídeo em que uma mulher tem sua bolsa roubada. As pessoas foram instruídas a andar para frente ou para trás por dez metros em uma sala no tempo, de acordo com um metrônomo, um aparelho usado para marcar um andamento musical.
Quando eles foram testados depois sobre o que lembravam do vídeo, das palavras e das imagens, em cada teste, quem caminhou para trás se lembrou mais. Funcionou até mesmo quando os participantes imaginaram andar para trás, ao invés de fazê-lo fisicamente. Era como se caminhar para trás no espaço encorajasse suas mentes a voltar no tempo e permitisse que as pessoas acessassem suas memórias mais facilmente.
Esta pesquisa de 2018 se encaixa com alguns estudos feitos com ratos em 2006. Quando os animais tentam navegar um labirinto, alguns neurônios específicos são ativados quando eles aprendem um ponto do caminho. Os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, descobriram que, quando os ratos param no labirinto, os neurônios associados a cada local que aprenderam no trajeto disparam em ordem inversa. Então, fazer o caminho inverso em suas mentes os ajuda a se lembrar da rota correta.
E, agora, uma nova pesquisa da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, mostrou que quando nós, seres humanos, lembramos de um evento passado, reconstruímos a experiência em nossa mente em ordem inversa. Quando vemos pela primeira vez um objeto, notamos primeiro os padrões e as cores e depois descobrimos o que é. Quando tentamos nos lembrar de um objeto, acontece o contrário: nos lembramos do objeto primeiro e, depois, se tivermos sorte, dos detalhes.
Pesquisadores da Universidade de Roehampton decidiram explorar a ligação em nossas mentes entre tempo e espaço para encontrar uma maneira de ajudar a nos lembrar melhor dos acontecimentos. Eles mostraram às pessoas uma lista de palavras, um conjunto de fotos ou um vídeo em que uma mulher tem sua bolsa roubada. As pessoas foram instruídas a andar para frente ou para trás por dez metros em uma sala no tempo, de acordo com um metrônomo, um aparelho usado para marcar um andamento musical.
Quando eles foram testados depois sobre o que lembravam do vídeo, das palavras e das imagens, em cada teste, quem caminhou para trás se lembrou mais. Funcionou até mesmo quando os participantes imaginaram andar para trás, ao invés de fazê-lo fisicamente. Era como se caminhar para trás no espaço encorajasse suas mentes a voltar no tempo e permitisse que as pessoas acessassem suas memórias mais facilmente.
Esta pesquisa de 2018 se encaixa com alguns estudos feitos com ratos em 2006. Quando os animais tentam navegar um labirinto, alguns neurônios específicos são ativados quando eles aprendem um ponto do caminho. Os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, descobriram que, quando os ratos param no labirinto, os neurônios associados a cada local que aprenderam no trajeto disparam em ordem inversa. Então, fazer o caminho inverso em suas mentes os ajuda a se lembrar da rota correta.
E, agora, uma nova pesquisa da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, mostrou que quando nós, seres humanos, lembramos de um evento passado, reconstruímos a experiência em nossa mente em ordem inversa. Quando vemos pela primeira vez um objeto, notamos primeiro os padrões e as cores e depois descobrimos o que é. Quando tentamos nos lembrar de um objeto, acontece o contrário: nos lembramos do objeto primeiro e, depois, se tivermos sorte, dos detalhes.
2) Faça um desenho
Que tal desenhar sua lista de compras em vez de escrever os itens? Em uma pesquisa feita na Universidade de Waterloo, na Inglaterra, em 2018, um grupo de jovens e idosos recebeu uma lista de palavras para aprender. Metade foi convidada a fazer um desenho de cada uma das palavras, enquanto a outra metade foi instruída a escrever as palavras enquanto as aprendiam.
Mais tarde, as pessoas foram testadas para ver de quantas palavras conseguiam se lembrar. Apesar de algumas palavras serem muito difíceis de desenhar, como "isótopo", o ato de desenhar fez tanta diferença que os mais velhos se tornaram tão bons quanto os mais jovens em se recordar das palavras. O desenho ajudou até mesmo pessoas com demência. Quando desenhamos algo, somos forçados a pensar em mais detalhes, e é esse processo profundo que nos torna mais propensos a nos lembrar de algo.
Até mesmo escrever uma lista ajuda, e é por isso que, quando você chega à loja e percebe que deixou sua lista de compras em casa, ainda é possível se lembrar de mais itens do que se você não tivesse escrito a lista. Fazer um desenho leva isso um passo além. E não há problema se você não tiver um bom traço: a qualidade do desenho não fez diferença.
3) Exercite-se
Sabe-se há algum tempo que exercícios aeróbicos, como corrida, podem melhorar a memória. O exercício físico regular gera um pequeno benefício geral, mas, se você quiser aprender algo específico, uma sessão intensa parece ser a ideal, porque ajuda a absorver novas informações, ao menos no curto prazo, segundo uma pesquisa de cientistas do Canadá e da Dinamarca.
A pesquisa sugere que, com o timing certo, a melhoria de memória pode ser ainda maior. Pessoas que fizeram um treino de 35 minutos quatro horas depois de aprender uma lista de fotos associadas a locais conseguiu se lembrar melhor dos pares do que aqueles que fizeram o exercício imediatamente após. No futuro, os pesquisadores investigarão quais exercícios são mais indicados de acordo com o tipo de coisa de que você quer se lembrar.
A pesquisa sugere que, com o timing certo, a melhoria de memória pode ser ainda maior. Pessoas que fizeram um treino de 35 minutos quatro horas depois de aprender uma lista de fotos associadas a locais conseguiu se lembrar melhor dos pares do que aqueles que fizeram o exercício imediatamente após. No futuro, os pesquisadores investigarão quais exercícios são mais indicados de acordo com o tipo de coisa de que você quer se lembrar.
4) Não faça nada
Quando as pessoas que tinham amnésia por causa de um derrame receberam uma lista de 15 palavras para memorizar e depois tiveram de fazer outra tarefa, dez minutos depois, elas só conseguiam lembrar de 14% da lista original. Se ficassem em uma sala escura fazendo nada por 15 minutos, sua pontuação subia para 49%, mostrou um estudo da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos.
A mesma técnica tem sido usada desde então em várias pesquisas por Michaela Dewar, da Universidade Herriot Watt, na Escócia. Ela descobriu que, em pessoas saudáveis, uma pequena pausa logo depois de aprender alguma coisa faz diferença no quanto elas podem se lembrar daquilo uma semana depois.
Agora, você pode estar pensando: como saber se as pessoas não passaram dez minutos na sala escura repetindo as palavras para si mesmas para que não se esquecessem? Para evitar isso, Dewar pediu que as pessoas memorizassem a pronúncia de palavras em uma língua estrangeira que elas não conseguiriam repetir para si mesmas depois.
Esses estudos nos mostram o quão frágeis são as novas memórias, a ponto de até mesmo uma pequena pausa poder fazer diferença se elas ficam na nossa mente ou desaparecem.
A mesma técnica tem sido usada desde então em várias pesquisas por Michaela Dewar, da Universidade Herriot Watt, na Escócia. Ela descobriu que, em pessoas saudáveis, uma pequena pausa logo depois de aprender alguma coisa faz diferença no quanto elas podem se lembrar daquilo uma semana depois.
Agora, você pode estar pensando: como saber se as pessoas não passaram dez minutos na sala escura repetindo as palavras para si mesmas para que não se esquecessem? Para evitar isso, Dewar pediu que as pessoas memorizassem a pronúncia de palavras em uma língua estrangeira que elas não conseguiriam repetir para si mesmas depois.
Esses estudos nos mostram o quão frágeis são as novas memórias, a ponto de até mesmo uma pequena pausa poder fazer diferença se elas ficam na nossa mente ou desaparecem.
5) Tire uma soneca
O sono ajuda a consolidar nossas memórias ao reproduzir ou reativar informações que acabamos de aprender. Uma pesquisa da Universidade de Oldemburgo, na Alemanha, descobriram que, quando pessoas recebiam pares de palavras para memorizar, elas podiam se lembrar mais depois de um sono de até 90 minutos em comparação com quem assistiu a um filme.
Mas pesquisas recentes sugerem que essa técnica funciona melhor para pessoas que estão acostumadas a tirar um cochilo à tarde. Isso levou Elizabeth McDevitt e sua equipe da Universidade da Califórnia a se perguntarem se era possível treinar pessoas para tirar uma soneca. Então, por quatro semanas, quem não tinha esse hábito foi para a cama para tirar uma soneca diurna quando podiam. Infelizmente, para essas pessoas, as sonecas não melhoraram suas memórias. Então, talvez seja necessário um período de treinamento mais longo ou haja algumas pessoas para quem é melhor andar para trás, desenhar, correr ou simplesmente não fazer nada.
Mas pesquisas recentes sugerem que essa técnica funciona melhor para pessoas que estão acostumadas a tirar um cochilo à tarde. Isso levou Elizabeth McDevitt e sua equipe da Universidade da Califórnia a se perguntarem se era possível treinar pessoas para tirar uma soneca. Então, por quatro semanas, quem não tinha esse hábito foi para a cama para tirar uma soneca diurna quando podiam. Infelizmente, para essas pessoas, as sonecas não melhoraram suas memórias. Então, talvez seja necessário um período de treinamento mais longo ou haja algumas pessoas para quem é melhor andar para trás, desenhar, correr ou simplesmente não fazer nada.
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