segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Água de Fukushima teria carbono radioativo capaz de afetar o DNA 🧬💡⚠️📣

 

Imagem de www.tecmundo.com.br/ciencia

Enquanto se esgota o espaço nos 1.044 tanques de armazenamento na usina nuclear japonesa de Fukushima Daiichi, a discussão sobre o que fazer com 1,23 milhão de toneladas de água contaminada ganhou nesta semana mais um elemento contra o seu despejo no mar. Segundo a organização de direitos ambientais Greenpeace, a água contém carbono radioativo com potencial para danificar o DNA humano.

Desde o grande terremoto e subsequente tsunami que destruíram boa parte da usina, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO) vem bombeando dezenas de milhares de toneladas de água como forma de resfriar os reatores danificados. Essa água, mais a água subterrânea e a da chuva que penetra diariamente na planta são armazenadas. O governo japonês (e isso inclui o ministro do Meio Ambiente) diz que a única solução para resolver a falta de espaço é lançar a água no Oceano Pacífico.

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“Não podemos adiar a questão para sempre", disse o primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga. Segundo o ministro da Indústria Hiroshi Kajiyama, “para evitar o atraso no processo de desativação de Fukushima Daiichi, precisamos tomar uma decisão sobre como lidar com a água processada, cujo volume aumenta a cada dia”.

Danos ao DNA

Para o Greenpeace, o sistema de descontaminação usado pelo governo japonês não é o suficiente. Diariamente, 170 toneladas de água fluem para tanques de tratamento da TEPCO, onde ela é processada para eliminar a maioria dos isótopos radioativos – menos o trílio, um isótopo radioativo de hidrogênio que as usinas nucleares diluem e despejam rotineiramente junto com a água nos oceanos.

Porém, o Greenpeace, no relatório Stemming the Tide 2020: The reality of the Fukushima radioactive water crisis, alega que o carbono radioativo contido na água armazenada contaminaria o oceano, “concentrando-se em um nível milhares de vezes superior ao do trítio, com o potencial de danificar o DNA humano”.

O autor do estudo e especialista nuclear sênior do Greenpeace Alemanha, Shaun Burnie, disse à CNN que pode haver um total de até 63,6 GBq (gigabecquerels) de carbono-14 nos tanques de armazenamento. A TEPCO contestou a informação através de seu porta-voz, Ryounosuke Takanori: segundo ele, a concentração de carbono-14 contido na água tratada é de cerca de 2 a 220 becquerels por litro, conforme medido nos tanques.

Três décadas

“Mesmo que a água seja continuamente consumida a uma taxa de dois litros por dia, a exposição anual será em um nível que não afeta a saúde", disse ele, adiantando, porém, que a TEPCO reprocessará toda a água para eliminar o máximo possível os níveis de trítio e demais materiais radioativos. Para Burnie, isso não é o suficiente, já que o sistema usado pela TEPCO não foi projetado para remover o carbono-14.

Duas explosões fizeram falhar os sistemas de resfriamento em três reatores, contaminando toda a região.       Fonte:  Getty Images/Digital Globe/Reprodução 

Quase dez anos depois do desastre, a TEPCO e o governo japonês ocultam informações, e agora não conseguem explicar aos cidadãos de Fukushima, ao Japão e aos países vizinhos, como Coreia do Sul e China, que a água contaminada a ser despejada no oceano Pacífico contém níveis perigosos de carbono-14.

A decisão sobre o despejo da água contaminada no mar será tomada na próxima semana. Em dezembro de 2022, não haverá mais espaço para armazenamento. Antes de ser liberada, a água será diluída até 1/40 da concentração atual, e o descarte levará 30 anos para ser completado.

FONTE: https://www.tecmundo.com.br/ciencia/205889-agua-fukushima-teria-carbono-radioativo-capaz-afetar-dna.htm

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Melatonina produzida no pulmão impede infecção pelo novo coronavírus 💊💉🩸🧪🩺

Imagem de www.uol.com.br/vivabem

A melatonina produzida no pulmão atua como uma barreira contra o SARS-CoV-2, impedindo a expressão de genes codificadores de proteínas de células como os macrófagos residentes, presentes no nariz e nos alvéolos pulmonares, e as epiteliais, que revestem os alvéolos pulmonares e são portas de entrada do vírus. Dessa forma, o hormônio impossibilita a infecção dessas células pelo vírus e, consequentemente, a ativação do sistema imunológico, permitindo que o novo coronavírus permaneça por alguns dias no trato respiratório e fique livre para encontrar outros hospedeiros.



Fúrmulas (estrutural e 3D) da Melatonina (clique aqui para saber mais)

A descoberta, realizada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), ajuda a entender por que há pessoas que não são infectadas ou que estão com o vírus, detectado por teste do tipo RT-PCR, e não apresentam sintomas de COVID-19. Além disso, abre a perspectiva de uso da melatonina administrada por via nasal - em gotas ou aerossol - para impedir a evolução da doença em pacientes pré-sintomáticos. Para comprovar a eficácia terapêutica do hormônio contra o novo coronavírus, porém, será necessária a realização de uma série de estudos pré-clínicos e clínicos, sublinham os autores do estudo.

Os resultados do trabalho, apoiado pela FAPESP, foram descritos em artigo publicado na revista Melatonin Research.

"Constatamos que a melatonina produzida pelo pulmão atua como uma 'muralha' contra o SARS-CoV-2, impedindo que o patógeno entre no epitélio, que o sistema imunológico seja ativado e que sejam produzidos anticorpos", diz à Agência FAPESP Regina Pekelmann Markus, professora do Instituto de Biociências (IB) da USP e coordenadora do projeto. "Essa ação da melatonina do pulmão também deve ocorrer com outros vírus respiratórios, como o da influenza", estima.

Os trabalhos da pesquisadora com melatonina foram iniciados nos anos 1990. Por meio de estudo com roedores, Markus demonstrou que o hormônio produzido à noite pela glândula pineal, no cérebro, com a função de informar o organismo que está escuro e prepará-lo para o repouso noturno, poderia ser produzido em outros órgãos, como no pulmão. Em um estudo também com roedores, publicado no início de 2020 no Journal of Pineal Research, a pesquisadora e colaboradores mostraram que os macrófagos residentes, presentes no espaço aéreo pulmonar, absorvem (fagocitam) partículas de poluição.

Esse estímulo agressivo induz a produção de melatonina e de mais moléculas pelos macrófagos residentes, capazes de internalizar o material particulado no ar respirado pelos animais, e estimula a formação de muco, tosse e expectoração, de modo que essas partículas sejam expelidas do trato respiratório. Ao bloquear a síntese da melatonina pelos macrófagos residentes, os pesquisadores observaram que as partículas entraram na circulação e foram distribuídas por todo o organismo, incluindo o cérebro.

Com base nessa constatação de que a melatonina produzida no pulmão altera as portas de entrada de partículas de poluição, a pesquisadora e colaboradores decidiram avaliar, agora, se o hormônio desempenharia a mesma função em relação ao SARS-CoV-2. "Se isso acontecesse, o vírus também não ficaria disponível para se ligar ao receptor ACE2 das células, entrar no epitélio e desencadear a infecção", explica Markus.

Análise de expressão gênica
Para testar essa hipótese, os pesquisadores analisaram um total de 455 genes associados na literatura a comorbidades relacionadas à COVID-19, interação do SARS-CoV-2 com proteínas humanas e portas de entrada do vírus, identificados em trabalhos como os realizados por Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e um dos autores do estudo. Desse total, foram selecionados 212 genes envolvidos na entrada do novo coronavírus em células humanas, tráfego intracelular, atividade mitocondrial e processo de transcrição e pós-tradução, para criar uma assinatura fisiológica da COVID-19.

A partir de dados de bancos de sequenciamento de RNA foi possível quantificar os níveis de expressão dos 212 genes que compuseram a chamada "assinatura COVID-19" em 288 amostras de pulmão saudáveis.

Ao correlacionar a expressão desses genes com um índice chamado MEL-Index - que estima a capacidade do pulmão de sintetizar melatonina, baseado na análise do órgão de roedores saudáveis -, os pesquisadores constataram que quanto menor o índice, maior era a expressão de genes que codificam as proteínas de macrófagos residentes e de células epiteliais.

O MEL-Index também se correlacionou negativamente com os genes que modificam as proteínas do receptor celular CD147, que é uma porta de entrada em macrófagos e outras células do sistema imunológico, indicando que a produção normal de melatonina do pulmão pode ser relevante para lidar com a invasão do vírus.

Os resultados foram corroborados por um teste de correlação de Pearson - que mede o grau da correlação entre duas variáveis de escala métrica -, além de uma análise de enriquecimento de conjunto de redes e de uma ferramenta de rede que integra a conectividade entre os genes mais expressos, permitindo comparar um mesmo conjunto de gene em diferentes estados, desenvolvida pelo pesquisador Marcos Buckeridge, professor do IB-USP e um dos autores do estudo.

"Vimos que quando o MEL-Index era alto as portas de entrada do vírus no pulmão ficavam fechadas e, quando estavam baixo, essas portas ficavam abertas. Quando as portas estão fechadas, o vírus fica vagando um tempo pelo ar pulmonar e depois tenta escapar para encontrar outro hospedeiro", afirma Markus.

Como a melatonina produzida pelo pulmão inibe a transcrição desses genes codificadores de proteínas dessas células que são portas para entrada do vírus, a aplicação de melatonina diretamente no pulmão, em gotas ou aerossol, permitiria bloqueá-lo. Mas isso ainda demandará uma série de estudos, ponderam os pesquisadores.

Outra ideia é utilizar o índice de melatonina pulmonar como um biomarcador de prognóstico para detectar portadores assintomáticos do SARS-CoV-2.

O artigo Melatonin-Index as a biomarker for predicting the distribution of presymptomatic and asymptomatic SARS-CoV-2 carriers (DOI: 10.32794/mr11250090), de Pedro A. Fernandes, Gabriela S. Kinker, Bruno V. Navarro, Vinicius C. Jardim, Edson D. Ribeiro-Paz, Marlina O. Córdoba-Moreno, Débora Santos-Silva, Sandra M. Muxel, Andre Fujita, Helder I. Nakaya, Marcos S. Buckeridge e Regina P. Markus, pode ser lido na revista Melatonin Research.

FONTEs: 
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/08/melatonina-produzida-no-pulmao-impede-infeccao-pelo-novo-coronavirus.htm

https://www.melatonin-research.net/index.php/MR/article/view/109

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS (da forma boa e construtiva)

Por Othon de Carvalho

Técnicas Fundamentais em Lidar com as Pessoas

1.             Não critique, Não condene, Não se queixe;
2.             Dê apreciação honesta e sincera;
3.             Desperte na outra pessoa um desejo ardente (de viver, de fazer o melhor, de colaborar,...).

 

Seis Formas de Fazer com que Gostem de Si

1.             Torne-se genuinamente interessado em outras pessoas;
2.             Sorria;
3.             Lembre-se que o nome de uma pessoa é, para essa pessoa, o som mais doce e importante em qualquer língua;
4.             Seja um bom ouvinte. Encoraje os outros a falarem deles próprios;
5.             Fale em termos de interesse da outra pessoa;
6.             Faça a outra pessoa sentir-se importante − e faça-o sinceramente;
7.             Seja humilde;
8.             Não menospreze ninguém.


Doze Formas de Atrair Pessoas à Sua Forma de Pensar

1.             A única forma de receber o melhor de um argumento é evita-lo;
2.             Mostre respeito pelas opiniões da outra pessoa. Nunca diga "Está Incorreto/Errado.";
3.             Se está incorreto, admita-o rapidamente e com empatia;
4.             Comece de uma forma amigável;
5.             Inicie com perguntas a que a outra pessoa irá responder sim;
6.             Deixe a outra pessoa fazer uma grande parte do falar;
7.             Deixe a outra pessoa sentir que a ideia é dele ou dela;
8.             Tente honestamente ver as coisas do ponto de vista da outra pessoa;
9.             Seja compreensivo com as ideias e desejos da outra pessoa;
10.         Apele aos motivos mais nobres;
11.         Dramatize as suas ideias;
12.         Coloque um desafio.

 

Seja um Líder: Como Mudar Pessoas Sem Causar Ofensa ou Ressentimento

1.             Comece com louvor e apreciação honesta;
2.             Chame atenção aos erros das pessoas indiretamente;
3.             Fale dos seus próprios erros antes de criticar a outra pessoa;
4.             Faça perguntas em vez de dar ordens diretas;
5.             Permita à outra pessoa manter-se bem vista;
6.             Dê louvor a todas as melhorias;
7.             Dê à pessoa uma boa reputação para assegurar;
8.             Use encorajamento. Faça a falha parecer fácil de corrigir;
9.             Faça a outra pessoa feliz em fazer aquilo que está a sugerir.


Trechos que retirei do livro de Dale Carnegie Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas - Tradução feita pelo Fernando Tude de Souza e lançado no Brasil pela Editora Nacional em 1958.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Pensando e (Re)pensando o Ensino de Química

Feliz ano novo pessoal!! Que 2021 venha efetivamente, e que todos possamos por em prática os aprendizados de 2020...👋👏💕
E hoje iniciaremos com chave de ouro... colegas docentes vejam esse post com atenção e carinho!!


por KAROLINE S. TARNOWSKI

Gostaria de compartilhar com vocês um artigo que gostei muito quando li 😍 e me foi sugerido numa disciplina da graduação. Ele é um relato de professores de Química sobre as experiências que eles tiveram após trabalhar os assuntos iniciais de Química com os alunos do Ensino Médio e acredito que possa nos inspirar no preparo de nossas aulas! 😊

Imagem quimicaempratica.com

Na verdade, ao reler o texto 7 meses depois para escrever este post para vocês, percebi que já havia sido inspirada por algumas ideias em outras aulas que preparei, como, por exemplo, ao representar nas equações químicas os nomes das substâncias e em seguida representá-las com sua fórmula química. Como fizemos nos slides representados abaixo, de outras aulas anteriores.

                                                          Imagem quimicaempratica.com

Bom, Mas que artigo é esse?, vocês devem estar se perguntando! Enrolei, enrolei e não falei. É o Repensando a Química, do professor Otavio Aloisio Maldaner e da professora Maria do Carmo Tocci Piedade, publicado pela revista Química Nova na Escola em maio de 1995 na seção Relatos em Sala de Aula. Apesar de esse artigo ter mais de 20 anos (e, portanto, ser mais velho do que a pessoa que vos escreve 😮) ainda o considero atual. Leiam vocês também e me contem o que vocês acham, sim? 😊 Para os que não gostam muito de ler artigos por serem extensos, já adianto que esse tem apenas 5 páginas 😋.

         Vocês podem ler e/ou baixar diretamente clicando aqui: Repensando a Química.

Como disseram os autores, eles gostariam de iniciar o ensino de Química de modo que ele proporcionasse a possibilidade dos alunos aprenderem de fato a Química. Por isso, segundo eles, não tinham por objetivo que os estudantes repetissem simplesmente suas definições ou seus exemplos, usando fórmulas ou palavras vazias de significados.

Eles acreditam que o mundo natural e tecnológico poderia proporcionar bons momentos de reflexão e também de interação com os alunos, possibilitando que eles atribuíssem os primeiros significados à Química. Gostei quando eles disseram que se fossem professores tradicionais, dariam uma definição para a Química, mas que se fossem professores tradicionais ingênuos, acreditariam que o aluno saberia o que é a Química a partir dessa definição, principalmente se ele respondesse certo na prova.

Imagem quimicaempratica.com

Isso me fez lembrar de um vídeo da Mafalda, onde a professora fica conjugando os verbos, mas imaginei os professores ditando definições para Química tal como essa professora, esperando que isso causasse algum impacto na vida do aluno. Na verdade, simplesmente aulas desse tipo são muito chatas, né? ZzZzZzZ Ninguém merece 😴.


Enfim! Os professores conversaram com os alunos a respeito dos materiais do cotidiano, onde os estudantes listaram os materiais que pensavam ser artificiais ou naturais. Além disso, após terem constituído essa primeira noção sobre Química, eles iniciaram um trabalho mais sistemático sobre reações químicas, utilizando a combustão para tanto.

                                                        Imagem quimicaempratica.com

Sobre ela e quantidades dos reagentes, o que também achei interessante e que não tinha pensado até ler este artigo, é trabalhar com velas ou tampinhas contendo etanol, mas variando os recipientes de vidro onde elas estão inseridas, para que na combustão houvesse a variação também da quantidade de oxigênio!

imagem - blog de ciências português Pequenos Cientistas Sanjoaneses.

Quando li a sugestão fiquei surpresa, porque nunca havia pensado nisso! 😆 E geralmente os alunos associam a combustão a simplesmente um reagente, desconsiderando a total importância do oxigênio, por ser invisível. Vocês já tinham pensado nessa variação do tamanho dos recipientes para variar a quantidade de O2 numa combustão? 😃😃😃😃

                                                          Imagem quimicaempratica.com

Bem, leiam o artigo (porque há mais informações do que as que trouxe aqui) e a aula proposta e comentem… Queria saber a opinião de vocês! 😊 Mesmo que não concordem com tudo que falei ou com as aulas propostas, haha.

FONTE: https://quimicaempratica.com/2016/04/29/repensando-a-quimica/