quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Pedagogia diferenciada para o ensino de química é discutida em pesquisa

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Fernanda Luiza de Faria defendeu a tese no dia 21 de novembro/2017 na UFJF (foto: Twin Alvarenga/UFJF)
Despertar inspirações e discussões sobre o atual ensino de química oferecido nas escolas foi o objetivo da acadêmica Fernanda Luiza de Faria ao desenvolver sua tese de doutorado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Intitulada “A química numa visão de ciência integrada e sua contribuição para a formação cidadã: um estudo a partir de escolas com pedagogias diferenciadas” a pesquisa foi apresentada ao Programa de Pós-graduação em Química.

O estudo foi feito no contexto de escolas que buscam propiciar um ensino para todos, respeitando as particularidades de cada aluno, com uma formação humana para a vida. Neste cenário, a pesquisa investigou como o ensino de química é abordado em três escolas: Paineira Waldorf, em Juiz de Fora, e Escola da Ponte, em São Tomé de Negrelos, em Portugal, que atuam com os ensinos Infantil e fundamental; além dessas, a escola Montessori Meimei, no Rio de Janeiro, que trabalha com os ensinos infantil, fundamental e médio também foi objeto da análise.

Fernanda explica que a diferenciação pedagógica está fundamentada na compreensão de que todos têm direito a aprender de acordo com suas singularidades. Para isso, ela afirma ser preciso “considerar as diversas maneiras de pensar e de relacionar o que já é sabido com o conhecimento novo.” A partir daí, a doutoranda ressalta que a pedagogia diferenciada indica um outro caminho para a metodologia de avaliação. “Essa forma rompe com a proposta de ensino que considera que todos os alunos aprendem de forma igual e, portanto, utilizam de uma mesma lição e exercícios.”

Como exemplos de atividades que colocam essa educação em prática, a acadêmica destaca o laço de responsabilidade e comprometimento que os alunos da Escola da Ponte têm com a instituição. “Isso vai desde a apresentação da escola aos visitantes até as reuniões de debate e as assembleias semanais. O próprio momento de aprendizagem também é um exemplo, pois ele se sustenta em uma construção progressiva da própria autonomia do aluno, uma vez que ele se torna responsável por gerir seu tempo e espaço, planejar suas atividades e avaliações.”

Sobre as contribuições da química numa perspectiva de ciência integrada, Fernanda destaca a compreensão do papel da ciência na sociedade. “Auxilia no entendimento de diferentes fenômenos científicos que permeiam o contexto social, trazendo discussões que englobam aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais.” Dessa maneira, ela observa que o aluno passa a se “posicionar e atuar ativamente frente às questões científicas e tecnológicas do seu cotidiano, transformando sua realidade.”

Para a professora orientadora, Ivoni de Freitas Reis, o estudo contribui para a vida dos estudantes e dos cidadãos em geral, uma vez que estimula o pensamento crítico e traz uma visão diferente de uma ciência que, em geral, tem alto índice de rejeição. “Sugerimos mudanças nas escolas estaduais brasileiras, tais como trabalhar essa disciplina com temas que façam sentido para o estudante, como proteínas e açúcares. Além disso, é importante para a formação cidadã introduzir atividades em que os alunos preparem a pauta e debatam temas ligados ao mundo, como, por exemplo, terrorismo e bullying.”

Contatos:
Fernanda Luiza de Faria (doutoranda)
fernanda.ldefaria@gmail.com
Ivoni de Freitas Reis (orientadora – UFJF)
ivonireis@gmail.com

Banca Examinadora:
Prof.ª Drª. Ivoni de Freitas Reis (orientadora – UFJF)
Prof.ª Drª. Nilma Soares da Silva (UFMG)
Prof. Dr. Gerson de Souza Mól (UNB)
Prof.ª Drª. Rita de Cássia Reis (UFJF)
Profª. Drª. Graziela Piccoli Richetti (UFJF)

Outras informações: (32) 2102-3309 – Programa de Pós-graduação em Química

FONTE: https://www2.ufjf.br/noticias/2017/12/18/pedagogia-diferenciada-para-o-ensino-de-quimica-e-discutida-em-pesquisa/

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