Uma das principais medidas de prevenção contra a Covid-19 nesta pandemia é o uso de máscaras, mas muitas oferecem coberturas ineficazes ou frágeis. Para tentar resolver essa questão, pesquisadores norte-americanos criaram uma espuma durável de cobre que é capaz de filtrar o vírus Sars-CoV-2 e pode ser usada na fabricação de máscaras mais fortes e reutilizáveis.
Os estudiosos publicaram detalhes sobre a invenção na revista científica Nano Letters. Eles dizem que a espuma é leve e possui nanofilos de cobre, que podem não só serem usados nas máscaras, mas também em sistemas de filtragem de ar, evitando a propagação aérea de agentes infecciosos.
De acordo com comunicado, para fabricar a espuma, foi criada uma rede 3D nos nanofios, solidificada com calor, o que originou ligações bem fortes. Em seguida, uma outra camada de cobre foi adicionada para reforçar o material.
Quando testaram a matéria-prima para máscaras, os pesquisadores viram que a espuma de cobre manteve sua forma mesmo em condições de alta pressão e velocidade de ar. Isso indica que ela é durável e pode ser higienizada com lavagem de ar comprimido sem riscos de danificação.
Já quando se trata de filtrar partículas de vírus, como do Sars-CoV-2 – que são liberadas toda vez que uma pessoa infectada tosse ou espirra – os resultados também foram promissores.
Isso porque a espuma pôde filtrar corpos de espessura correspondente à do vírus, ou seja, que estão na faixa de tamanho de 0,1 a 1,6 micrômetros (ou a milésima parte de um milímetro).
A versão mais eficaz do produto, com 2,5 milímetros de espessura e 15% de cobre, é capaz ainda de aprisionar 97% de partículas de aerossol, que são partículas poluentes que ficam por horas no ar.
(Foto: Vera Davidova / Unsplash)
A equipe concluiu assim que a respirabilidade das espumas é comparável a das máscaras de polipropileno N95, muito usadas por profissionais da saúde por serem mais resistentes a aerossóis. A diferença é que a base de cobre gera facilidade de limpeza e resistência.
A estimativa de preço de uma máscara produzida com a espuma de cobre é de 2 dólares cada (cerca de R$ 11, na atual cotação). Como possui longa vida útil e desinfecção fácil, os cientistas dizem que o produto é economicamente competitivo com os que já são vendidos atualmente.
Além disso, a espuma é resistente à radiação e apresenta durabilidade durante procedimentos de descontaminação, o que não ocorre com outros materiais como fibra de vidro, nanotubos de carbono e fibras de polipropileno.
“Sua estabilidade mecânica, peso leve, resistência química e à radiação, facilidade de limpeza, reutilização e reciclabilidade tornam essas espumas metálicas filtros promissores para combater [o vírus da] Covid-19 e outros tipos de partículas transportadas pelo ar”, disseram os pesquisadores, no estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário