quinta-feira, 4 de julho de 2019

No TCC, estudantes de Química desenvolvem canudo comestível

Invenção brasileira, realizada durante trabalho de conclusão de curso, é feita com bagaços e cascas de frutas e é uma alternativa ao uso de utensílios de plástico
Estudantes de química criam canudo comestível como forma de substituição ao canudo plástico (Foto: Divulgação)
Imagem reprodução
A guerra contra os canudos de plástico ganhou mais um novo aliado: um canudo que, além de biodegradável, é também comestível, com sabor de fruta. A invenção é resultado de seis meses de pesquisa e faz parte do trabalho de conclusão de curso (TCC) de Alex Vidotto, Aline Molena e Ariane Guerra, estudantes de Química da ETEC Amim Jundi, de Osvaldo Cruz, no interior de São Paulo.

Os estudantes produziram um polissacarídeo (substância semelhante ao açúcar) a partir de bagaços e cascas de frutas como abacaxi, morango, uva, manga e maracujá. Em entrevista à GALILEU, o estudante Alex Vidotto conta que foi usado um  solvente para separar o polissacarídeo da parte líquida da solução. Assim, foi possível criar um “pó”, que em contato com os reagentes formou um “filme biodegradável resistente”.

“Nós extraímos os polissacarídeos das frutas e o adicionamos a uma solução com uma polpa e outros reagentes para produzir um filme biodegradável: a partir dele, nós moldamos o canudo”, explica Vidotto.

Canudo comestível tem gosto e cor natural de fruta (Foto: Arquivo Pessoal)
CANUDO COMESTÍVEL TEM GOSTO E COR NATURAL DE FRUTA (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
O canudo, segundo o estudante, é “bastante flexível” e possui o sabor e a cor característica da fruta utilizada para produzi-lo. Nenhum aromatizante é usado no processo e o resultado é um produto que mantém as propriedades naturais das frutas. “O polissacarídeo é muito rico em fibras digestivas e ajuda no funcionamento da flora intestinal”, afirma o aluno.

Para testar se o canudo comestível seria uma boa alternativa à versão de plástico — que demora cerca de 400 anos para se decompor —  foram realizados testes de solubilidade e o produto foi exposto à água do mar. “No teste, ele durou poucos minutos para se dissolver e acreditamos que não passe de alguns dias para ele se degradar”, relata Vidotto, que pretende ainda dar continuidade à pesquisa para implementar o canudo no mercado.

A invenção  tem como objetivo ajudar a diminuir o consumo de plástico no nosso país: segundo dados do Banco Mundial, o Brasil é 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, com 11,3 milhões de toneladas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.

Na última terça-feira, 25 de junho, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sancionou o projeto de lei que proíbe o fornecimento de canudinhos de plástico na cidade. No Brasil, 24 estados têm leis estaduais e/ou municipais aprovadas ou em discussão no legislativo para proibir a utilização do utensílio.

FONTE: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/06/no-tcc-estudantes-de-quimica-desenvolvem-canudo-comestivel.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post

Nenhum comentário:

Postar um comentário