domingo, 16 de novembro de 2014

Fedor do bem... rsrsrsss

Artigo propõe uma outra forma de se ensinar química.
A dica é: em vez de explorar a visão dos alunos, que tal experimentar o olfato?
Por: Thiago Camelo (Ciência Hoje On-line)
Fedor do bem
O chulé pode ser usado em sala de aula.
Basta explicar a sua química – tanto a que causa o mau cheiro
quanto aquela que o combate –, diz artigo. (foto: Ever Jean/ CC BY 2.0)
É clichê de filme: os alunos estão fazendo experiências e testando reações na aula dequímica quando boom, alguém faz besteira, a mistura explode, todo mundo ri e, de certo modo, aprende com aquilo.
Só que a aula de química não precisa ser assim, tão imageticamente potente. A visão de 'algo acontecendo' não é o único modo de prender a atenção do aluno. É o que diz o artigo Algo aqui não cheira bem... A química do mau cheiro, publicado na edição da revista Química nova na escola.
"Nós temos um problema. A molecada está cansada da mesmice, das mesmas experiências sempre. Precisamos inovar. Notamos que a coisa mais comum no mundo é o contato com substâncias que fedem. É engraçado, mas é isso mesmo. Temos, diariamente, o olfato estimulado. Então, por que não usarmos isso em sala de aula?", questiona o professor do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG) Márlon Soares, autor do artigo, escrito em conjunto com os colegas químicos Vitor Silva e Anna Maria Benite.  
Em conversa por telefone com o Alô, Professor, Martón conta, de Goiânia, que é muito comum os jovens da cidade saírem para pescar na região do Araguaia. E peixe na mão, depois de um tempo, fede. Como usar esse mau cheiro na escola? 
No artigo, os químicos sugerem que os professores mostrem como o ácido presente no vinagre reage com os compostos que produzem mau cheiro, em uma típica reação de neutralização. Pura química!
Os pesquisadores defendem que a sensibilidade do sistema olfativo pode estimular a fixação do conteúdo. E dizem que o mau cheiro é, cultural e evolutivamente, mais fácil de ser rememorado do que o odor agradável.
"Deve-se salientar que nossa estrutura cognitiva tem facilidade de guardar lembranças relacionadas ao mau cheiro. Por mais que os cheiros agradáveis nos façam melhores e nos extasiem mais, é o mau cheiro que efetivamente desperta caminhos neuronais mais rápidos, ativando memórias mais antigas ou recentes", diz um trecho do texto.


Explicação detalhada

Para facilitar a vida do professor, os autores do artigo fizeram uma explicação detalhada de como ocorre a "química dos cheiros". Ou seja, como os quimioreceptores localizados no sistema olfatório detectam os diferentes odores e, assim, transmitem sinais para o cérebro.
Um quadro com a estrutura química, a massa molar, a fórmula molecular e o ponto de ebulição de determinadas substâncias que causam mau cheiro também pode ser encontrado no texto. Por exemplo: o odor característico do ovo podre pode ser causado pelo gás sulfídrico, cujo ponto de fusão é -86ºC e de ebulição -60ºC, e por aí vai.
"Temos o cuidado também de não associar a química ao mau cheiro. Já é chato ver, por exemplo, pessoas falando que tal produto é ruim porque tem 'uma química forte'. Queremos mostrar que às vezes elementos que consideramos ruins no nosso cotidiano podem ser usados positivamente no aprendizado", explica Márlon Soares.

FONTE:
http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/bom-fedor/?searchterm=qu%C3%ADmica

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