O “amor” é um complexo fenômeno
neurobiológico, baseado em atividades cerebrais, que incluem principalmente
certas moléculas, denominadas de hormônios. Esse
nome é de origem grega, significando “incitar”, exatamente porque os hormônios
têm a função de levar mensagens químicas, coordenando as atividades de
diferentes células em organismos multicelulares.
A química do amor ocorre em três fases
principais:
- 1ª fase: Nessa fase as sensações e o desejo sexual são iniciados no corpo humano. Eles são despertados pela circulação dos hormônios sexuais, iniciada na adolescência: a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres.
Mesmo antes de encontrarmos o ser
amado, quando ainda estamos procurando um parceiro, sentimos uma necessidade de
formarmos pares, porque isso assegura a geração de descendentes e oferece um
ambiente seguro que permita ao ser gerado poder amadurecer e tornar-se capaz de
sobreviver sozinho.
- 2ª fase:
Quando então nos apaixonamos, os
compostos químicos que atuam em nosso cérebro nos fazem só pensar na pessoa
amada. Veja algumas reações que ocorrem em nosso corpo:
O cheiro da pessoa amada é um bálsamo
estimulante, quase uma droga que mexe com o cérebro e com o corpo. Isso ocorre
porque as moléculas que emanam da pessoa vão pelo nariz e quando entram em
contato com os hormônios olfativos, a informação é transmitida para o cérebro.
Nesse momento sensações e memórias se fundem, o hipocampo registra a imagem do
amado e determinado cheiro passará a sempre estar ligado à sua imagem.
Além disso, as moléculas do cheiro
também revelam várias coisas a nosso respeito, como, por exemplo, como está a
nossa saúde, hábitos, alimentação e nossa origem. Desse modo, o cérebro pode
detectar a compatibilidade genética, ou seja, o nariz é capaz de escolher
o melhor parceiro para a reprodução, que é aquele com genes imunológicos
diferentes dos nossos, para que a próxima geração seja mais resistente a
doenças.
Outro aspecto bioquímico relacionado ao
cheiro é que a pessoa nesse estado excreta pelo cheiro substâncias químicas que
permitem a comunicação e a atração com outro ser da mesma espécie. A essas
substâncias é dado o nome de feromônios.
Os feromônios sexuais são comuns em
animais e, principalmente em insetos; sendo utilizados para atrair o parceiro
para a cópula e assim preservar a espécie através da procriação. Estudos
controversos mostram que o ser humano também emite um tipo de feromônio sexual.
Mas, segundo um levantamento feito pela revista Science de 2005, essa é uma das
125 questões ainda não respondidas pelos cientistas.
Quando vemos a pessoa amada as nossas
pupilas se dilatam, o rosto fica vermelho, os batimentos do coração aceleram,
nos arrepiamos, as mãos suam e os lábios ficam mais rosados. Isso ocorre porque
o sangue corre pelos minúsculos vasos debaixo da pele, a temperatura de nosso
corpo sobe e se produz mais noradrenalina,
que é o hormônio que acelera o bater do coração.
No cérebro há uma explosão
de reações causadas pelos neurotransmissores. Um deles é a dopamina, o neurotransmissor do prazer. Ao
olharmos a pessoa, mesmo que seja só uma foto, temos uma sensação agradável,
parecida com a de comer um doce, uma comida predileta ou mesmo uma droga. A serotonina é o hormônio que nos torna
obcecados. Essas substâncias produzidas em nosso corpo são muito parecidas com
drogas do tipo anfetaminas.
Visto que liberamos mais hormônios e
neurotransmissores, o nosso comportamento é alterado, há uma desorganização em
nosso cérebro, que o faz ficar confuso, por isso ficamos com aquele ar de
“patetas”, estabanados, dizemos coisas sem sentido, interpretamos mal o que a
pessoa nos diz e damos respostas desarrazoadas.
O carinho dado pelo toque é algo que também nos dá muito
prazer, pois debaixo da pele, 1,5 milhão de receptores registram as sensações
que são transmitidas para milhares de terminações nervosas. O
contato desencadeia uma corrente elétrica que viaja através da medula espinhal
e chega ao cérebro, liberando mais endorfina.
A endorfina atua no sistema límbico, que é a área do cérebro responsável pelo
prazer.
Mas, infelizmente, esses sentimentos
intensos não duram para sempre. Aí é que entra a última fase do amor:
- 3ª fase:
Essa é a fase de ligação, que é feita
por dois hormônios que são liberados durante a relação sexual: a oxitocina
(hormônio do carinho) e a vasopressina.
A oxitocina provoca contrações no
músculo uterino e produção de leite; aparentemente está envolvida no relacionamento
entre a mãe e o bebê.
Pode parecer ao casal que o amor se
esfriou porque o organismo fica mais resistente e acostumado com a produção dos
hormônios citados anteriormente. Mas não se preocupe, isso não significa que o
amor acaba por aqui. Mas sim que um tipo diferente e mais duradouro de amor é estabelecido, não passageiro como a “paixão”.
Realmente, quando duas pessoas estão
apaixonadas, existe mesmo química entre elas.
Por Jennifer Rocha Vargas Fogaça
in: http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/a-quimica-amor.htm
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