terça-feira, 30 de abril de 2013

Por que lavamos panela engordurada com água quente?

Contribuição/indicação: Prof. Marcus Sodré
Assim como no ferro de passar roupa, o calor é usado para mudar a estrutura das moléculas, nesse caso da gordura (material sólido) e do óleo (líquido). Com a alta temperatura da água, a gordura será derretida e será mais fácil tirá-la da panela.

Como o óleo já está no estado líquido, este passará por um processo ligeiramente diferente: com o aumento da temperatura sofrerá uma diminuição muito rápida de sua viscosidade e se desprenderá com mais facilidade da panela.

Para ajudar nesse processo e deixar a louça realmente limpa, a professora Haira Gandolfi lembra que é preciso usar detergente ou sabão. Eles promovem uma maior interação entre a gordura/óleo com a água e, com isso, facilitam a limpeza daquela panela toda engordurada.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Video-aulas de diversos conteúdos de química!!

Olá meu povo maravilhosoooooooooooooooooo,

Segue logo abaixo link para um blog bem legal onde nesse link, temos à disposição várias vídeo-aulas de muitos conteúdos da química.

Vale a pena ver, revisar, estudar e se deliciar... clique e veja mesmooo em:

Três mistérios gastronômicos... e a química?!!

Óleo no macarrão, eis a questão 
Óleo na água do macarrão não serve para nada. Como você deve saber desde a época do colégio, óleo e água não se misturam. O óleo, em vez de besuntar os fios e evitar que grudem uns nos outros, fica boiando em cima da água, bem blasé. E, na hora em que você passar a água pelo escorredor de macarrão, todo ele vai embora. Já jogar sal na água em aquecimento é bem-vindo. É o jeito mais fácil de salgar a massa de maneira uniforme e, em quantidade pequena, não interfere na ebulição da água.


Não chore pelo leite derramado
No leite, existe uma proteína que mistura as partículas de água com as de gordura. Quando esquentamos, as substâncias dessa proteína se separam. Assim, a gordura se acumula na superfície do líquido, formando uma camada impermeável. Mas lá embaixo o leite está aquecendo, formando bolhas de vapor no fundo da panela. Acontece que a capa de gordura está lá, impedindo que o vapor seja liberado. A pressão aumenta até a hora que o vapor consegue rachar a camada – e o leite é derramado.

Ovo cozido
Parece impossível, mas dá pra estragar até ovo cozido. Quando se aquece o ovo, as proteínas da clara, que antes estavam enroladas, perdem sua estrutura e se unem umas às outras. É por isso que ele endurece. Acontece que, se ficar tempo demais no calor, a clara, além de dura, fica borrachenta. Já a gema fica esverdeada, porque uma de suas proteínas, que contém enxofre, reage com outra, que contém ferro. Aí, além de ficar escuro, o ovo fede. Portanto, nunca o cozinhe por mais de 15 minutos.

E podemos estudar fenômenos físicos e fenômenos químicos 
com esses e outros mistérios!!!!

domingo, 28 de abril de 2013

Não só para os Químicos estudantes, para todos!!!!

Para meus queridos alunos (ex, atuais, e vindouros)...


Deus abençoe sempre!!

Ácido (gástrico) pode estragar os dentes

Luís Fernando Pereira*  Especial para a Folha de S. Paulo
Está no dicionário. Bulimia nervosa: doença que leva a pessoa a comer muito e depois a forçar o vômito ou a tomar laxantes para emagrecer ou não engordar.

Leka, participante do programa de TV "Big Brother Brasil", foi a bulímica mais famosa do país em 2002. O que ela não deve saber é que, além de outros problemas de saúde e de uma anorexia à vista, ela está acabando com seus dentes. Vamos ver por quê.

Um dente saudável é recoberto por uma camada de esmalte que protege seu interior. Esse esmalte contém uma substância chamada hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2). Apesar de dura e resistente, a hidroxiapatita tem íons hidróxido (OH-) na sua composição, que a tornam muito sensível ao ataque de ácidos (substâncias fornecedoras de íons H+).
hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2)
H+ e OH- se adoram. Um não pode ver o outro, que imediatamente reagem. Por isso a saliva ácida (rica em íons H+) acaba prejudicando o esmalte dos dentes.

O pior é que é muito fácil ficar com a saliva ácida. Basta comer açúcar! Bactérias que vivem na nossa boca (argh!) convertem o açúcar em ácidos que atacam o escudo de hidroxiapatita dos dentes. Com o esmalte meio capenga, os dentes ficam desprotegidos. Assim, certos microorganismos conseguem entrar e fazer a festa. O resultado é cárie ou coisa pior!

É por isso que muitas pastas de dente contêm bicarbonato de sódio (NaHCO3), que atua contra a acidez e também faz parte da composição do sal de frutas, um antiácido estomacal.

Mas vamos voltar à bulimia de Leka. Quando vomitamos, o suco gástrico, que contém ácido clorídrico -um tremendo produtor de íons H+, vai parar na boca. Detalhe: o suco gástrico é cerca de 100 mil vezes mais ácido que a saliva! Imagine o estrago nos dentes de Leka se ela não se tratar logo, já que pelo jeito ela vomita religiosamente após cada refeição.

O ideal, depois de comer, é só escovar os dentes. Como as pastas contêm fluoreto (F-), a hidroxiapatita, em contato com elas, transforma-se em fluorapatita (Ca10(PO4)6F2).

fluorapatita (Ca10(PO4)6F2)
É que os íons fluoreto conseguem trocar de lugar com os íons hidróxido (OH-), aqueles que os ácidos atacam sem dó. Assim, os vilões H+ não acham mais a sua vítima (OH-) no esmalte, e os dentes ficam muito menos sensíveis ao ataque ácido que, ao contrário do da nossa seleção, é extremamente perigoso para o adversário.
É isso aí, a química está em todas!

sábado, 27 de abril de 2013

A Ciência Forense - Impressões Digitais

 
A ciência forense é uma área interdisciplinar que envolve física, biologia, química, matemática e várias outras ciências de fronteira, com o objetivo de dar suporte às investigações relativas à justiça civil e criminal. Recentemente o público começou a se dar conta da importância da ciência no desvendamento de crimes, talvez pelo fato da grande proliferação de programas de televisão, documentários e ficção científica. Cito a série americana CSI (sigla referente a Crime Scene Investigation), a qual foi considerada uma das motivadoras do denominado ‘efeito CSI’ – uma espécie de influência que alguns estudiosos atribuem a determinadas decisões dos jurados perante a insuficiência de provas científicas, algo que, na ficção, não acontece.

Impressões digitais
Os métodos de identificação humana foram evoluindo ao longo do tempo. Os babilônicos, por exemplo, já em 2000 a.C, usavam os padrões de impressões digitais em barro para acompanhar documentos, a fim de prevenir falsificações. Os métodos de identificação evoluíram em todos os sentidos, visto que, em outras épocas, práticas como a marcação com ferro em brasa e mutilações, só para citar algumas, eram utilizadas para identificação de indivíduos que praticassem crimes ou escravos que haviam fugido. Nos EUA, por exemplo, o código de 1700 previa o emprego do ferrete e da mutilação em crimes de rapto ou roubo. Chegou-se até a fazer uso, posteriormente, do sistema antropométrico2, introduzido em 1882 por Alfonse Bertillon, Paris, até a consagração da datiloscopia em meados do século X.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Biópsia, pra que, porque? O formol está nessa também...

Trata-se de um procedimento cirúrgico, onde “a coleta do material” à ser pesquisado, poderá ser realizada por profissionais da Medicina, de diversas especialidades e também por profissionais da Odontologia.

Através da biópsia, realiza-se a coleta de uma amostra de tecido, ou células, líquidos, etc. localizados em várias regiões do organismo, de órgãos internos ou externos, como por exemplo: extração de “pintas”, verrugas, ou coleta de fragmentos em um exame de endoscopia, para posterior identificação e análise, chegando-se então à um laudo esclarecedor de determinada patologia, tais como: neoplasias, formação inadequada de células, ou tecidos descaracterizados,ou ainda, diagnósticos de formações benignas.

Formol
O material colhido através da biópsia deverá ser conservado em solução de formol  à 10%, em frasco previamente identificado, com os dados do paciente e o tipo de material, seja ele, na forma de fragmentos, esfregaços em lâminas, líquidos, etc., e enviado à um laboratório especializado em Patologia Clínica, para avaliação de um Médico Patologista, o qual, inicialmente, dará andamento à todo o processamento da amostra, desde a preparação, análise macroscópica e microscópica, até a emissão de um laudo denominado histopatológico, onde constarão: características físicas e quando necessário químicas do material analisado, demonstrando assim as alterações encontradas, indicando em muitos casos um diagnóstico seguro e definitivo.

Tipos de Biópsia ( “alguns exemplos”)
1) Biópsia de medula óssea
2) Estereostática
3) Na cavidade bucal: biópsia por punção, aspiração e excisão
4) Endoscópica
5) Excisional ( remoção de toda a lesão no procedimento)
6) Incisional ( remoção de um fragmento da lesão através de incisão cirúrgica)
7) Por agulha ( obtenção do material necessário através de punção)
8) Externas (pele e mucosas)


Por que solicita-se uma Biópsia?
Este exame é indicado com a intenção de diagnosticar-se vários tipos de doenças, desde as mais inofensivas, como formação de verrugas ou cistos, até as mais complicadas, como neoplasias. Porém a grande maioria de resultados finais, são mais compatíveis com patologias simples, sendo assim, nem sempre a solicitação de uma biópsia estará relacionada com diagnósticos mais sérios ou preocupantes.
No entanto, a precaução maior deverá estar focada na realização adequada da coleta, que deverá ser realizada por um profissional com habilidades para escolher a melhor área, a extensão correta, o material adequado, enfim, cuidados e detalhes que serão muito importantes na formulação final de uma hipótese diagnóstica.
Atualmente já dispõe-se de tecnologias adequadas, como os exames de imagem, entre eles: ultrassonografia, e a tomografia computadorizada, as quais poderão auxiliar grandemente na retirada do material, identificando mais precisamente a amostra que deverá ser analisada, sem expandir ainda mais a lesão, o que prejudicaria o paciente, levando-se ainda em consideração, a suspeita clínica e o direcionamento de tratamento.

Prazo de entrega dos resultados
Considerando-se que para a realização da biópsia, utilizam-se diversos procedimentos técnicos, colorações, confecção de lâminas, e ainda que normalmente tratam-se de materiais delicados, e muitas vezes únicos, os resultados poderão demorar-se um pouco mais que outros tipos de exames. Porém, os prazos são variáveis, de acordo com o tipo de lesão, e do material à ser analisado. Em média, os laudos poderão ser liberados entre 7 à 14 dias, e para exames mais minuciosos, poderão estender-se até um mês. No entanto, estes prazos são necessários para que se tenham resultados esclarecedores e conclusivos, os quais juntamente com todas as outras análises, inclusive avaliação clínica, darão seguramente ao paciente um melhor diagnóstico e adequado tratamento.

Fontes
http://www.infoescola.com/medicina/biopsia/
- CCO, Texto: Dr. Ferreira, Fábio O., Ago.2002
- Clínica Humanus, Texto: Prof.Dr. Amorim, R., Profª Cavalari,C.

O ar que respiramos... cuidado meu povo!!!

 Muitas vezes pensamos que o ar que respiramos é oxigênio puro. Mas, na realidade, o ar é formado por uma mistura gasosa. Os principais gases do ar são ooxigênio e o nitrogênio. Sem contar ainda que existem outros gases, e também os poluentes que estudaremos a seguir. Durante o processo respiratório, tanto o homem como os animais consomem o oxigênio do ar  e eliminam gás carbônico para a atmosfera. Os gases são formados por partículas muito pequenas, portanto, numa mistura gasosa, temos uma mistura homogênea, o que chamamos de solução. Apesar de o oxigênio ser muito importante para a vida no planeta, a substância que encontramos em maior quantidade no ar atmosférico é o nitrogênio. No ar encontramos aproximadamente a seguinte concentração entre os diversos gases: 

78% de Nitrogênio
21% de oxigênio
0,93% de argônio
0,03% de gás carbônico

 Vamos conhecer um pouco mais de cada um dos componentes do ar:

Oxigênio
Quando respiramos, o ar entra nos pulmões, e depois o oxigênio se liga ao sangue, sendo transportado para todo o organismo. O oxigênio é conhecido e utilizado há muito tempo. Ele é de grande importância para a vida, participando da formação de compostos como a água (H2O) ou gás oxigênio (O2). Apesar de toda a sua importância, a identificação do oxigênio ocorreu no século  XVIII e foi atribuída a Joseph Priestley, em 1774; no entanto, há muita polêmica quanto a este assunto, pois Antoine Lavoisier também obteve o gás que Priestley inicialmente obteve a partir do óxido de mercúrio que, por sua vez, foi obtido da calcinação do metal. Priestley, no início, não sabia que havia descoberto o oxigênio; acreditava que havia obtido o óxido nitroso. E foi Lavoisier que mostrou que o gás produzido no tratamento do óxido de mercúrio com ácido nítrico, seguido da decomposição do nitrato por calor, era oxigênio. O seu nome foi dado por Lavoisier, chamando-o de princípio acidificante, ou do grego, principe oxygine. O oxigênio ocorre livre na natureza, na forma de gás oxigênio (O2) e gás ozônio (O3) e combinado com diversos outros elementos, formando compostos tais como: óxidos, nitratos, carbonatos, proteínas, carboidratos, entre tantos outros. O gás oxigênio é muito importante na respiração de muitos seres vivos, além de ser usado como comburente. Já o ozônio tem grande importância na chamada camada de ozônio, responsável por “filtrar” (absorver) os raios ultravioletas provenientes do Sol. Ele também é usado como desinfetante e em reações orgânicas. O oxigênio é um gás que, além de participar do processo de respiração, tem a propriedade de participar do processo de queima e enferrujamento de metais, tendo grande facilidade de ligar-se a metais como o Ferro, o alumínio, etc.  No momento em que o oxigênio se liga ao metal, dizemos que esse metal sofreu oxidação.

Nitrogênio

Apesar de estar em grande quantidade no ar atmosférico, o nitrogênio não participa da combustão e nem da respiração. Como ele não é aproveitado, sai juntamente com o gás carbônico na expiração. Apesar do nitrogênio não participar do processo respiratório, ele tem outras utilidades; na terra existem bactérias que transformam o nitrogênio em substância que se dissolvem na água e podem ser aproveitadas pelas plantas, animais e homem. Além de estar no ar atmosférico, o nitrogênio é importante para os seres vivos porque faz parte de muitos compostos que formam o nosso corpo e o de outros seres vivos. Sabemos que os compostos orgânicos têm nitrogênio porque, ao serem aquecidos com hidróxido de cálcio, forma-se a amônia, que pode ser reconhecida simplesmente pelo cheiro. O DNA, responsável pela transmissão das características hereditárias do ser humano, também é uma substância que contém nitrogênio na molécula. O DNA é formado por milhões de átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. O nitrogênio também é importante na agricultura, pois as plantas precisam muito dele. Como elas não conseguem absorver o nitrogênio diretamente do ar, a indústria química produz amônia (NH3), uma substância que é utilizada para produzir adubos. O nitrogênio tem a característica de não se modificar facilmente, ou seja, ele é muito estável, difícil de se transformar. Por isso, muitas vezes ele é utilizado para proteger uma substância do contato com o oxigênio do ar. Em razão da sua baixa reatividade, ele é utilizado como atmosfera inerte em tanques de armazenamento de líquidos explosivos, na fabricação de aço inoxidável e durante a fabricação de componentes eletrônicos(transistores, diodos, circuitos integrados, etc.). O nitrogênio líquido, obtido pela destilação do ar líquido, se usa em criogenia, já que na pressão atmosférica condensa a -195,8 ºC. Outra aplicação importante é o seu uso como refrigerante, para o congelamento e transporte de alimentos, conservação de corpos e células de quaisquer amostras biológicas. Argônio Outra substância que encontramos no ar é o argônio, que, como o nitrogênio, não entra no processo de respiração. O argônio é um gás nobre e o mais abundante em nosso planeta. Como já estudamos, os gases nobres têm a característica de se encontrarem isolados na natureza, ou seja, seus átomos não realizam ligações químicas espontaneamente. É usado no enchimento de lâmpadas incandescentes para evitar o contato do filamento de tungstênio quando em alta temperatura com oxigênio do ar. Quando se acende uma lâmpada incandescente, o filamento de tungstênio pode alcançar temperaturas superiores a 2000°C. O argônio é empregado em espectroscopia de absorção atômica, pois é utilizado como gás de enchimento em contador de radiação e em lâmpada de catodo oco.

Dióxido de Carbono ou Gás Carbônico

O gás carbônico, além de ser um componente natural do ar atmosférico, é resultado da expiração dos animais. Durante o processo de fotossíntese, as plantas absorvem o gás carbônico do ar e liberam o oxigênio. Apesar de não ser um poluente, o seu excesso na atmosfera pode trazer conseqüências como o efeito estufa. 

Poluição do Ar

Com o progresso da ciência e a revolução industrial a partir do século XIX, ocorreu cada vez mais a necessidade de utilização de máquinas. Com esse progresso, houve também um aumento da necessidade de energia para a movimentação de todas essas máquinas, do transporte individual e coletivo, aparelhos eletrodomésticos, iluminação e outros confortos do mundo moderno. No Brasil, a energia é proveniente praticamente das usinas hidroelétricas e alguns veículos já utilizam o álcool; porém, em todo o mundo é grande a utilização de combustíveis fósseis: petróleo, carvão mineral e gás natural (metano). A queima de todo esse combustível fóssil libera para atmosfera o gás carbônico (dióxido de carbono) que, como já estudado, é o grande vilão do Efeito Estufa. Mas a queima de todo esse combustível fóssil não libera apenas gás carbônico, outros poluentes também são lançados na atmosfera, como: Dióxido de Enxofre (SO2), Dióxido de Nitrogênio (NO2), Monóxido de Carbono (CO), Ozônio (O3) e Material Particulado (MP), tendo este último três indicadores a saber: Partículas Totais em Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis (PI) e a Fumaça. No estado de São Paulo, o ar é monitorado pela CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental); ela utiliza de tabelas que você acompanha abaixo para medir a qualidade do ar:

quarta-feira, 24 de abril de 2013

"Aroma" de gambá invade a cidade de São Paulo



Luís Fernando Pereira* Especial para a Folha de S. Paulo
Na manhã do dia 23 de junho, um forte cheiro invadiu São Paulo depois que um caminhão que transportava o gás t-butil mercaptana tombou na marginal Pinheiros. Incomodados, os moradores da região -muitos apresentando ânsia de vômito e ardência nos olhos- se perguntavam: para que serve algo tão malcheiroso?

Muitos dos combustíveis do nosso cotidiano são hidrocarbonetos (HC) incolores e inodoros. O gás natural, por exemplo, que queima em muitos fogões, é principalmente metano (CH4). O GLP dos botijões de gás também é uma mistura desses HC (C3H8 e C4H10). Assim, seus vazamentos não poderiam ser detectados: eles não têm cheiro! Resultado: possível explosão!

É comum que teores pouco maiores que 5% de CH4 no ar causem explosões em minas de carvão, como a que ocorreu há poucos dias em Jinzhong, China. Os vazamentos desses gases também podem matar porque, apesar de apresentarem baixa toxicidade, podem ocupar o lugar do oxigênio do ar, asfixiando os moradores. 

Para prevenir esses acidentes, as mercaptanas (atualmente conhecidas como tióis) entram em ação. São gases de odores fortíssimos, facilmente detectados pelo nariz humano, por isso são adicionados -em mínimas quantidades- aos combustíveis citados para alertar vazamentos. 
 
A metilmercaptana, ou metanotiol (CH3-SH), por exemplo, quando vazou de uma indústria de inseticidas inglesa, deixou centenas de pessoas enjoadas. Não é para menos. Esse gás é um dos principais culpados pelo cheirinho de chulé e pelo mau hálito. Também é ele que exalamos quando comemos alho...

Não foi esse o composto que vazou em São Paulo, mas um outro tiol de fórmula 
(CH3)3C-SH (note que os tióis são iguais aos álcoois, mas com enxofre no lugar do oxigênio). Com sua "fragrância delicada", funciona muito bem em duas situações: como gás de alarme em vazamentos e, ligeiramente modificado, como arma dos gambás, que o esguicham em seu inimigo. Imagine o "aroma" de São Paulo no dia do acidente...

terça-feira, 23 de abril de 2013

Entenda porque o Metano é um combustível limpo

Ricardo Almeida* Especial para a Folha de S.Paulo
Ônibus e táxis percorrem a cidade movidos pelo gás metano (CH4), conhecido como combustível limpo. A queima completa de combustíveis derivados do petróleo, como o metano e a gasolina, dá como produtos o gás carbônico (CO2) e a água (H2O).

Na queima, às vezes, pode haver a formação de substâncias poluentes como o monóxido de carbono (CO), que é tóxico, e de particulados de carvão, que saem como fumaças pretas.

A queima é uma reação do combustível com o oxigênio. Se ela for feita com excesso de oxigênio, será formado o gás carbônico (CO2) e, se ela for feita num ambiente em que há falta de oxigênio, poderá haver a formação de monóxido de carbono e/ou carvão.

Isso porque, nas reações químicas entre substâncias no estado gasoso, há uma proporção definida entre os volumes das substâncias que reagem.
Para queimar um litro de metano são necessários dois litros de oxigênio, o que produz carbônico e água.

Para queimar a principal substância contida na gasolina, chamada octano (C8H18), são necessários 12,5 litros de oxigênio, o que resulta em gás carbônico e água.


Observe que, na queima do mesmo volume de metano (CH4) e de octano (C8H18), o volume de oxigênio necessário para queimar o octano é mais de seis vezes o necessário para queimar o metano.

Nos motores de carros, a queima desses combustíveis ocorre na presença do ar atmosférico, 20% de oxigênio, e não em ambiente de oxigênio puro.

Portanto a proporção entre a quantidade de combustível e a de oxigênio é ainda mais problemática para a gasolina.

Há ainda um outro problema, que é o volume maior de gás carbônico emitido pela gasolina. Na queima de um litro de metano (CH4), há emissão de um litro de gás carbônico e, na queima de um litro de octano (C8H18), há a emissão de oito litros de gás carbônico. Apesar de não ser tóxico, o gás carbônico é um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa. Há ainda mais uma vantagem do metano. Ele é encontrado na forma de gás e, por isso, é também conhecido com o nome de gás natural.

Esse gás é praticamente metano puro, portanto é composto só dos elementos carbono e hidrogênio. Não contém substâncias com enxofre, como acontece com a gasolina. Isso é muito importante do ponto de vista ambiental porque, na queima do gás natural, não há emissão de óxidos de enxofre, que são os principais causadores da chuva ácida. 


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Humor: a Revista Brasileira de Picaretologia Química (RBPQ) Vol1


EDITORIAL          
     Finalmente podemos ter em mãos o primeiro número da Revista Brasileira de Picaretologia Química (RBPQ). E esperamos que tal número permaneça o mais tempo possível em suas mãos, dirigindo-se depois para a estante onde permanecerá livre de poeira, pois tamanho será o seu manuseio e utilização no dia-a-dia. 
          
          Certamente você já deve ter percebido que muitos fenômenos do cotidiano fogem às leis tradicionais que regem a Química. Lavoisier teria perdido a cabeça de espanto (e não na guilhotina) se lhe fossem apresentadas as idéias constantes na Lei de Murphy. 

         Certamente as conclusões de uma série de pesquisadores e grandes renomados da Química teriam sido diferentes se percebessem que o universo guarda segredos que nunca sequer sonhamos em revelar, mas que agora, à luz da Picaretologia Química, começamos a desvendar.

Veja edição completa em:

O cimento é uma reação química

Ricardo Almeida* especial para a Folha de S.Paulo
Notícias sobre viadutos interditados em São Paulo causando grandes congestionamentos devido a rachaduras no concreto estão se tornando comuns. 
Mas por que o concreto racha? O concreto é feito da mistura de pedregulhos, areia, água e cimento. O ponto de partida da fabricação do cimento é o calcário que existe na forma de rochas.


Elas tiveram origem nas conchas de crustáceos que viveram nos antigos oceanos. Quando esses crustáceos morreram, suas conchas foram para o fundo do oceano e, com o peso da água, foram-se compactando.
Com o movimento dos continentes e mares, alguns oceanos secaram. As conchas compactadas se transformaram nas rochas calcárias de hoje.

O calcário é um minério que contém pelo menos 90% de uma substância chamada carbonato de cálcio (Ca CO3). As fábricas de cimento aquecem o calcário que se decompõe libertando gás carbônico e deixando como resíduo a cal, que é o óxido de cálcio (CaO).

Esse aquecimento é feito ao misturar com o calcário a sílica (areia) e o óxido de alumínio. O forte aquecimento dessa mistura faz com que a massa se derreta parcialmente. Assim se forma o cimento, que contém várias substâncias, principalmente o silicato de cálcio (CaSiO3) e o aluminato de cálcio de fórmula Ca(AlO2)2. O íon aluminato AlO2 é monovalente negativo, como o íon cloreto (Cl-).

O gás carbônico desprendido na fabricação do concreto é a maior fonte de CO2 produzido industrialmente e a que mais contribui para o efeito estufa.

O concreto é um material que precisa de reforço porque ele não é resistente à tensão. É por isso que nas construções são colocadas barras de aço.

O concreto é um material poroso. Deixa passar ar e umidade. O oxigênio e a água, quando o penetram, oxidam o ferro contido no aço formando a ferrugem, que, por sua vez, enfraquece o aço e também provoca a quebra do concreto.


A ferrugem, um óxido hidratado de ferro, ocupa um volume maior que o ferro. No ferro metálico, os átomos estão arranjados de forma mais compacta, quer dizer, mais próximos uns dos outros do que os átomos de ferro, oxigênio e hidrogênio do óxido hidratado de ferro (ferrugem). 

Você já deve ter visto que os postes de concreto, quando ficam velhos, apresentam rachaduras estreitas na vertical e deixam à mostra a barra de aço enferrujada, o que agrava o problema. Nas cidades praianas, essa oxidação acontece com maior intensidade o que faz diminuir praticamente para um terço a vida útil do concreto.

domingo, 21 de abril de 2013

Química ajuda a acabar com a ferrugem!

Luís Fernando Pereira*
Especial para a Folha de S. Paulo
Conhece-se o estrago causado pela dupla O2 e H2O. Poucos são os metais que resistem ao poder oxidante desses dois. O ferro é um dos que mais sofrem.

Exposto à ação dessa dupla, ele enferruja (oxida), provocando estragos em edifícios, automóveis, navios etc. Isso gera, só no Brasil, um prejuízo de alguns bilhões de dólares anuais.

Mas será que existe uma maneira de evitar a formação da ferrugem? Claro que sim. E a química tem várias soluções para o problema. Uma possibilidade é tratar a superfície do objeto de ferro com cromato de sódio. Isso leva à seguinte reação:
2 Fe + 2 Na2CrO4 + 2 H2O àFe2O3 + Cr2O3 + 4 NaOH.

Os óxidos de ferro e cromo formados, juntos, acabam gerando uma cobertura impermeável aos ataques da dupla, o que impede a formação da ferrugem.

Podemos também cobrir a superfície do ferro com uma camada de zinco. É o que chamamos de galvanização.

O revestimento de zinco impede o contato do ferro com os reagentes causadores da corrosão. E se a camada protetora de zinco for riscada? Sem problemas. O ferro se oxidará, isto é, perderá elétrons. Mas, imediatamente, o zinco também se oxidará (Zn0à Zn2+ + 2 elétrons).

Dessa maneira, ele acabará devolvendo ao ferro os elétrons perdidos. Problema resolvido. Isso só é possível porque o zinco tem mais tendência de se oxidar do que o ferro --seu potencial de oxidação (Eox), +0,76V, é maior que o do ferro, +0,44V.

Além disso, aos poucos, forma-se uma camada protetora de hidróxido de zinco que se deposita sobre o ferro exposto pelo risco, protegendo-o de novos ataques da dupla. 
E tem mais. Ainda podemos utilizar um metal de sacrifício. Para isso, é só conectar ao ferro um metal que apresente uma "vontade" muito maior de oxidar-se, como o magnésio (Eox = +2,36V). Nos tanques de ferro dos postos de gasolina, isso costuma ser feito.

É como se o magnésio pedisse à famosa dupla que o oxidasse, mas que deixasse o ferro em paz. Uma pergunta: que tal a utilização do sódio que tem um Eox (+2,17V) ainda maior que o do magnésio como metal de sacrifício?

Mas, se o problema for só limpar a ferrugem de sua bicicleta, por exemplo, basta usar um limpador à base de ácido fosfórico, que dissolve a ferrugem.
Fonte:

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Azedamento do leite e cansaço muscular: tem alguma relação isso?

       O gosto azedo da coalhada devido ao ácido láctico, produzido na fermentação do leite, sob a ação de bactérias.
       O ácido láctico ou lático ( do latim laclactisleite), é um composto orgânico de função mista ácido carboxílico - álcool que apresenta fórmula molecular C3H6O3 e estrutural CH3 - CH ( OH ) - COOH. Participa de vários processos bioquímicos, e o lactato é a forma ionizada deste ácido. Foi descoberto pelo químico sueco Carl Wilhelm Scheele, no leite coalhado.
      Esse ácido , produzido por bactérias do gênero Lactobacillus, diminui o pH do leite e coagula proteínas, formando o coalho.
     O ácido láctico também é produzido em nossas células quando realizamos intensas atividades físicas. Em situação de repouso ou atividades físicas normais, há oxigênio suficiente para que nossas células respirem de maneira aeróbica. 
       Mas, quando a concentração de oxigênio torna-se insuficiente, como ocorre no caso da prática de uma partida de futebol, ocorrerá a fermentação láctica. Nesse processo, parte da glicose transforma-se em ácido láctico , que se acumula no tecidos musculares, provocando dor.
        Este é chamado cansaço muscular, que pode ser atenuado por massagens ou atividades físicas moderadas (alongamento ), e que desaparece completamente com o repouso.

Fonte: http://juninhostefanelli.blogspot.com.br/2008/03/azedamento-do-leite-e-cansao-muscular-h.html