Professora de química há 12 anos, Eliana Moraes de Santana logo percebeu que as atividades lúdicas poderiam ser uma alternativa importante no processo de ensino-aprendizagem da disciplina. Ela passou a se identificar com a temática lúdica quando ainda era aluna de licenciatura em química. Logo começou a ler, pesquisar e adotar métodos próprios em suas aulas. Até hoje, mantém pesquisa sobre o uso de jogos e atividades divertidas no ensino de ciências, química e educação ambiental.
“No modelo tradicional, o aluno é sujeito passivo, reprodutor e repetidor do processo de aprendizagem”, diz. “Com as atividades lúdicas, ele se torna sujeito ativo, construtor de seu conhecimento.”
Professora de ensino fundamental e médio, Eliana trabalha no Colégio Estadual General Osório e na Escola Pio XII, em Itabuna, sul da Bahia, e no câmpus de Ilhéus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). Neste, ela leciona a alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Uma atividade criada pela professora — O Uso do Jogo Autódromo Alquímico como Mediador da Aprendizagem no Ensino de Química —, aplicada em turmas do nono ano do ensino fundamental da Escola Pio XII, serviu de tema para a dissertação de mestrado em ensino de ciências, modalidade química, na Universidade de São Paulo. No trabalho, segundo ela, a importância dos jogos e atividades lúdicas no processo de ensino e aprendizagem em química é apresentada e discutida em sua extensão para afirmar a relação íntima entre essas metodologias e as emoções existentes em cada aluno. Na visão de Eliana, a aprendizagem é facilitada quando os estudantes estão envolvidos emocionalmente no processo.
Em 2012, com o projeto Os Defensores do Meio Ambiente, a professora baiana conquistou o primeiro lugar em concurso promovido pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ), na modalidade de atividades desenvolvidas com estudantes matriculados em turmas do terceiro ao nono ano do ensino fundamental. Hoje, com alunos do primeiro ao quinto ano da Escola Pio XII, ela executa o projeto Clube da Ciência: Levando Divertimento aos Experimentos. A proposta do trabalho é facilitar a alfabetização científica dos estudantes com o uso de experimentos, jogos, brincadeiras, dramatizações, filmes e outros tipos de atividades.
Superação — A vocação para a área de ensino de química surgiu como uma superação pessoal, quando Eliana ainda era aluna do ensino fundamental. “Não gostava da disciplina, achava que só servia para decorar fórmulas e fazer contas e não conseguia visualizar como a tabela periódica poderia fazer parte da minha vida prática”, afirma. Ela atribui o desinteresse de então à maneira de o professor ministrar as aulas. “Foi inevitável criar uma antipatia pela química e, consequentemente, fiz recuperação da matéria, considerada maçante naquele momento.”
A necessidade de estudar para passar de ano fez a então estudante passar a gostar do assunto. “Para superar as dificuldades, comecei a pesquisar e a perceber como era interessante e lógica aquela ciência”, revela. “Acabei me apaixonando pela química.”
Com a participação em eventos acadêmicos sobre o ensino de química, Eliane começou a observar as inovações e metodologias que tornavam mais agradável o ensino da matéria. “Não queria reproduzir em sala de aula o que me traumatizou no passado”, destaca. Interessada em contribuir para a atualização dos colegas, ela criou, no ano passado, o blogue Química Lúdica, que contabiliza mais de 22 mil acessos. “Sempre tento postar coisas novas, que contextualizem o ensino e tornem a química mais divertida para todos nós.”
Fonte: Portal MEC
Também e encontrado nos seguintes sites:
Jornal do Professor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=2840
Nenhum comentário:
Postar um comentário