terça-feira, 15 de outubro de 2013

Como "funciona" o CHUMBO (parte 3)... tem mais uma parte...

Brinquedos pintados com tinta à base de chumbo representam um perigo para as crianças.
© istockphoto.com / parema
Brinquedos pintados com tinta à base de chumbo representam um perigo para as crianças.

Como ficamos expostos ao chumbo?
Mesmo que as autoridades de saúde pública tenham descoberto  a toxicidade do chumbo há décadas, ele continua presente na tinta e nos canos de casas mais velhas e outras edificações erguidas antes de 1978. A tinta feita à base de chumbo se descasca, e fragmentos que se destacam de paredes internas e externas são uma das fontes de contaminação. Já a águaque percorre canos de chumbo pode ser outra delas. Algumas reformas domésticas, como a remoção de paredes de gesso pintadas, podem levar poeira com o elemento químico ao ar. Além disso, o chumbo de recipientes de metal soldados, louças, vidros e brinquedos podem servir como outras fontes de exposição caseira.


No ambiente, os produtos feitos com chumbo podem gerar vazamentos para a água e o solo. Por exemplo, água que corre por canos de chumbo ou escorre por paredes pintadas com tinta à base do metal pode levar o elemento químico para o solo. Depósitos de lixo onde baterias de chumbo tenham sido indevidamente armazenadas também podem vazar para o solo.



Que nível de chumbo é aceitável?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA estabeleceu que a presença de chumbo no sangue superior a 10mg/dl (micrograma por decilitro)  é causa de preocupação, mas isso em crianças pequenas. Já os adultos aceitam exposição ligeiramente mais elevada.


E quanto ao ar? Nos anos 70, a maior parte das emissões de chumbo (78%) provinha de fontes veiculares, como carros alimentados por gasolina contendo chumbo, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dosEstados Unidos (EPA, sigla em inglês). O processamento de metais - lembra-se das fundições? - contribuía com outros 11%. Quando a EPA recalculou esses níveis, cerca de um quarto de século mais tarde, constatou que as fontes de emissões haviam se alterado dramaticamente. O processamento de metais agora responde por 52% das emissões de chumbo, enquanto o lixo fica com 16%, o combustível com 13%, fontes não rodoviárias com 13% e outras fontes com 6%. A mudança drástica, evidentemente, se deve à proibição do uso de combustíveis aditivados com esse metal, que entrou em vigor em fevereiro de 1996. Muitos outros países adotaram normas semelhantes. 


O chumbo na água, no ar ou em uma casa pode se acumular no corpo de diversas maneiras. Por exemplo, a pessoa pode beber água contaminada  ou aspirar poeira com o metal. Não é provável que alguém coma lascas de tinta ou lamba brinquedos pintados com tinta à base de chumbo, mas não se pode descartar a possibilidade de que uma criança o faça. De qualquer maneira, assim que ingerido, esse elemento químico é absorvido pelo intestino delgado e penetra na corrente sanguínea. 
O chumbo também pode penetrar no corpo pelos pulmões se a pessoa inalar poeira ou poluição atmosférica contendo o metal. Os trabalhadores do setor de processamento de metais (fundição) e da construção civil podem ficar expostos a poeira e fumaça de chumbo. Quando inalado, ele é absorvido pelos capilares dos pulmões e entra na corrente sanguínea. Pessoas que trabalham com o metal também podem absorvê-lo diretamente pela pele. 
Os médicos medem a exposição ao elemento químico retirando uma amostra de sangue (de um dedo ou do calcanhar). Também podem fazer a medição avaliando a presença de protoporfirina de zinco no sangue.  Esse composto de zinco é subproduto da decomposição de glóbulos vermelhos observada em casos de alta exposição ao metal. No entanto, o teste não é tão sensível quanto os de presença de chumbo no sangue. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário