segunda-feira, 10 de junho de 2013

Brasil reduziu emissão de gases-estufa em 38,7%, aponta inventário

Relatório do governo federal mostra diminuição ocorrida entre 2005 e 2010.

Queda no desmate da Amazônia impulsionou corte de emissões.


As emissões brasileiras de gases de efeito-estufa caíram 38,7% no período entre 2005 e 2010, de acordo com informações do novo inventário nacional elaborado pelo governo federal. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação nesta quarta-feira (5).

No período, os gases emitidos pelo país caíram de 2,03 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para 1,25 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. Esta medida soma emissões de ao menos seis gases poluentes, como o metano, o dióxido de carbono e óxido nitroso.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o resultado fez o país atingir em cerca de 62% sua meta total de corte de emissões projetadas para 2020. Este compromisso foi assumido de forma voluntária em 2009, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 15, realizada em Copenhague.

Na época, o Brasil prometeu diminuir ao longo desta década entre 36,1% e 38,9% do total de emissões nacionais. O redutor ficaria dividido em cinco grandes setores: energia, processos industriais, agropecuária, mudança de uso da terra e florestas, e tratamento de resíduos.
Segundo o relatório, a queda foi impulsionada pela redução do desmatamento em florestas (-76,1%), principalmente na Amazônia. Em contrapartida, houve alta das emissões dos setores de energia (+21,4%), processos industriais (5,3%), agropecuária (5,2%) e resíduos sólidos (16,4%).

O inventário mostrou ainda uma modificação no ranking dos setores que mais emitem gases-estufa no Brasil. Em 2005, quando foi elaborado o primeiro inventário nacional, o setor de florestas era responsável por 57% das emissões nacionais. Desde 2010, desmatamentos, queimadas e alterações no uso da terra são responsáveis por 22%.
Segundo o relatório, desde 2010 o setor agropecuário lidera o ranking (35%), seguido dos setores energético (32%), processos industriais (7%) e de tratamento de resíduos (4%).
Redução no desmatamento da Amazônia
Ainda na quarta, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou que o desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2011 e julho de 2012 foi de 4.571 km², menor índice desde que foram iniciadas as medições, em 1988. A área equivale a três vezes o tamanho do município de São Paulo.

O número, proveniente do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), é consolidado e foi corrigido em cerca de 2% para baixo em relação ao índice divulgado em novembro do ano passado, quando o governo anunciou um desmatamento de 4.656 km² no bioma.

A ministra afirmou que a redução do desmatamento reflete um “esforço ambiental e social de toda a sociedade brasileira”. “Não podemos ter no Brasil o que aconteceu com outros países no passado, que foram eficientes e depois, quando foram colocados em fóruns com outros países, foram punidos com metas adicionais”.
A presidente Dilma Rousseff, que também participou da divulgação dos dados, durante a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), em Brasília, disse que a meta para 2020 é “extremamente passível” de ser cumprida. No entanto, ela ponderou que para o país continuar a fazer hidrelétricas a fio d’água e manter sua fonte de energia renovável, as usinas termelétricas continuarão a ser necessárias.
"Haverá uma tendência inexorável de aumento das térmicas na nossa matriz decorrente de hidrelétricas a fio d’água, de energia eólica. São energias que, quando não têm mecanismos de reservar, que mudam em relação ao clima, são necessariamente voláteis e necessitam portanto ser firmadas por térmicas”, explicou Dilma.

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